Aracaju tem uma das cestas básicas mais baratas

(Foto: Arquivo Portal Infonet)

Ao contrário de janeiro quando apenas duas capitais apresentaram recuo nos preços dos produtos alimentícios essenciais, em fevereiro 12 das 17 cidades onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica tiveram queda no preço dos itens de primeira necessidade. As reduções mais expressivas foram apuradas em Florianópolis (-5,80%), Salvador (-4,52%) e Curitiba (-4,04%). Cinco localidades registraram aumento, o principal anotado em Natal (2,14%).

Apesar de a queda no custo da cesta básica em São Paulo (-3,15%) ter sido bem maior que a verificada em Porto Alegre (-1,83%), a capital paulista continuou a registrar o maior valor para o conjunto de alimentos essenciais em fevereiro: R$ 276,54, contra R$ 269,61 da cidade gaúcha. O terceiro maior valor foi apurado em Vitória (R$ 267,19). Aracaju (R$ 188,59) continuou a apresentar o menor custo, seguido por Salvador (R$ 204,53).

Para estimar o valor do salário mínimo necessário, o DIEESE leva em consideração o maior custo para o conjunto de itens básicos – que em fevereiro ocorreu em São Paulo – e o preceito constitucional que estabelece que o menor salário pago deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Para atender a essas necessidades, em fevereiro, o salário mínimo deveria ser de R$ 2.323,21, ou seja, 3,74 vezes o valor atual, de R$ 622,00. Em relação a janeiro, houve pequena queda, pois o mínimo era estimado, então, em R$ 2.398,82, que corresponde a 3,86 vezes o menor valor pago no país. Em fevereiro de 2011, quando o menor salário do país era R$ 540,00, o mínimo necessário foi estimado em R$ 2.194,18, ou 4,06 vezes o mínimo em vigor.

Variações acumuladas

Nos dois primeiros meses de 2012, oito capitais registraram variação acumulada negativa no custo da cesta básica, com destaque para Vitória (-2,98%), Porto Alegre (-2,62%), Florianópolis (-2,50%) e Salvador (-2,05%). Por outro lado, João Pessoa (4,13%), Aracaju (3,50%) e Brasília (3,24%) apresentaram as maiores elevações, entre as nove localidades onde o acumulado é positivo.

Em doze meses – entre março de 2011 e fevereiro último – 14 capitais registraram aumento no custa cesta, com as maiores elevações apuradas em Belém (8,69%), Vitória (8,48%) e Belo Horizonte (7,16%). Três capitais apresentaram variação acumulada negativa: Salvador (-2,81%), Natal (-1,33%) e Aracaju (-1,09%).

Cesta x salário mínimo

Para adquirir o conjunto de gêneros alimentícios essenciais, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou realizar, em fevereiro, uma jornada de 85 horas e 30 minutos, na média das 17 capitais pesquisadas pelo DIEESE. Em janeiro, a mesma compra requeria o cumprimento de 87 horas e 06 minutos de trabalho. Em fevereiro de 2011, o tempo de trabalho necessário para a mesma aquisição era bem maior, chegando a uma jornada de 95 horas e 09 minutos.

Quando a relação é feita com o salário mínimo líquido – após o desconto da parcela correspondente à Previdência – verifica-se que o trabalhador que ganha o piso comprometeu, em fevereiro deste ano, 42,24% de seus vencimentos com a compra da cesta básica, enquanto em janeiro eram necessários 43,03%. Há um ano, porém, a parcela do salário líquido comprometida chegava a 47,01%.

Comportamento dos preços

Carne – com queda em 15 localidades –  tomate – variação negativa em 16 – e o açúcar – em 15 – foram os produtos para os quais houve, em fevereiro, predomínio de redução nos preços nas capitais acompanhadas pelo DIEESE. Por outro lado, itens como o feijão – com alta nas 17 capitais – e o café – com elevação em 14 – foram os destaques entre os produtos que registraram aumento.

O clima nas últimas semanas favoreceu a maturação do tomate e permitiu o aumento da oferta contribuindo para que o preço caísse em fevereiro. As principais retrações foram apuradas em Florianópolis (-52,42%), Rio de Janeiro (-36,54%), Salvador (-35,66%) e Curitiba (-31,62%). A única alta ocorreu em Recife (1,10%). Também no período anual, o recuo dos preços do produto foi generalizado, sendo apurado em 15 localidades. As quedas mais expressivas ocorreram em Natal (-39,29%), Aracaju (-38,28%), Fortaleza (-37,75%) e Salvador (-34,75%).

A carne, produto de maior peso na cesta básica, registrou as principais quedas em Recife (-4,00%), São Paulo (-3,57%) e Florianópolis (3,49%). As boas pastagens permitiram a engorda do gado e junto com a redução das exportações favoreceram o aumento da oferta para consumo interno. Em comparação com fevereiro de 2011, porém, aumentos foram apurados em 16 localidades, em especial em Florianópolis (10,61%), João Pessoa (10,03%), Vitória (9,89%) e Goiânia (9,16%).

As principais reduções no preço do açúcar foram anotadas em Salvador (-16,29%), Florianópolis (- 7,17%), São Paulo (-6,11%) e Belo Horizonte (-5,91%). Também nos últimos 12 meses, houve recuo generalizado no preço do produto, com queda em 14 cidades, em particular em Goiânia (-21,23%), Salvador (-20,94%), João Pessoa (-13,55%), Fortaleza (-11,16%) e Belo Horizonte (-10,71%). A queda na produção do álcool combustível e a safra do Nordeste, que ocorre em período diferente do Centro-Sul, permitiram a maior oferta do açúcar, barateando o preço.

O leite também apresentou predomínio de recuo nos preços, comportamento apurado em 10 capitais, tais como Belo Horizonte (-3,20%), Manaus (-3,42%), Florianópolis (-2,42%) e Recife (-2,41%). Curitiba, Fortaleza e Aracaju não registraram alteração no preço e aumentos foram verificados em João Pessoa (4,44%), Salvador (2,96%), Porto Alegre (0,65%) e Vitória (0,38%). No período anual, 14 cidades tiveram elevação, com as maiores taxas registradas em Natal (15,49%) e João Pessoa (12,98%). Reduções nos preços foram anotadas em Manaus (-3,42%), Salvador (-2,34%) e Porto Alegre (-0,56%). Para a maior produção leiteira também contribuiu a melhora das pastagens. No entanto, houve dificuldades para o escoamento da produção devido a fortes chuvas que prejudicaram as estradas, em especial em Minas Gerais.

Entre os produtos cujos preços aumentaram, o principal destaque foi o feijão, que subiu em todas as 17 capitais tanto no mês como em um ano. Na comparação com janeiro, as maiores altas ocorreram em Florianópolis (25,98%) e Natal (23,17%) e as menores em Brasília (4,79%) e Recife (5,5i%).  Em relação a fevereiro de 2011, as maiores elevações ocorreram em Belo Horizonte (75,76%), Fortaleza (72,26%), Goiânia (70,49%), Recife (68,75%) e São Paulo (67,65%).  As menores variações foram apuradas em Brasília (2,01%) e Porto Alegre (5,33%). A seca de meados de 2011 prejudicou a terceira safra e as chuvas de final do ano também não favoreceram a principal safra. Além disso, houve redução na área de cultivo, o que também contribuiu para a forte elevação no preço.

Catorze localidades registraram alta do café, em fevereiro, com os maiores aumentos verificados em Goiânia (10,82%) e Belém (10,78%). Houve estabilidade em Aracaju e pequenos recuos em Manaus (-0,74%) e Vitória (-1,26%). Todas as 17 capitais apresentaram aumento em relação a fevereiro de 2011, com destaque para João Pessoa (33,57%), Recife (32,65%), Natal (32,51%), Belo Horizonte (31,88%), Curitiba (31,26%) e Belém (31,01%). Apenas em Aracaju (3,77%) o aumento foi inferior a 20,0%. A seca de meados do ano passado reduziu a floração com diminuição na safra. No entanto, as perspectivas são de melhor resultado com a segunda florada.

Em fevereiro, o arroz subiu em 11 cidades, com destaque para Rio de Janeiro (5,13%), Salvador (4,74%), Recife (4,54%) e Goiânia (4,49%). Não foi observada alteração em Porto Alegre, Aracaju, Manaus e Florianópolis. Houve retração em São Paulo (-1,04%) e Brasília (-3,16%).

Também no período anual o preço do arroz subiu em 11 localidades, com taxas moderadas, sendo as maiores verificadas em Recife (9,99%), Fortaleza (5,71%) e Vitória (5,10%). As quedas ocorreram em seis capitais, principalmente em Manaus (-11,01%) e Natal (-7,31%).

Fonte: DIEESE

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