Aqueles que gostam de consumir perfumes, whisky, brinquedos e outros produtos importados não podem perder a oportunidade. Com a queda do dólar e o saldo da balança comercial maior que o mesmo período do ano passado, os preços destes produtos estão reduzidos e com maior oferta no comércio.
Em Sergipe, esta realidade não é diferente. Os produtos vindos ‘de fora’ também estão com os preços mais baratos e as lojas do Centro de Aracaju, que as comercializam, não têm do que reclamar.
O subgerente de uma loja de utilidades e produtos de R$ 1,99, Jorgeval Nascimento, relata que os preços não diminuíram, mas também não aumentaram no último mês e que a saída dos produtos continua grande. “De importados, o que mais vendemos aqui na loja são os utensílios domésticos e brinquedos”, diz.
“Vendemos um pouco de tudo”, diz Jorgeval
Já a funcionária da loja de decorações, Socorro Almeida, ressalta que as vendas aumentaram nos últimos três meses. Ela explica que os preços de muitos produtos importados que comercializa estão mais em conta do que os nacionais. “O maior motivo do aumento das vendas é o preço”, comenta.
Socorro informa que as vendas chegaram a crescer cerca de 30% nos últimos meses e que a procura pelos produtos importados na sua loja acontecem sem o cliente perceber a origem do produto. “O que mais vendemos aqui são flores e arranjos, mas nossos clientes não sabem que eles são importados. Com isso posso dizer com certeza que a venda cresceu por causa do valor e também da qualidade e beleza dos proodutos, é claro”, diz.
Nos supermercados da cidade, os apreciadores de um whisky importado original podem encontrar o produto bem mais em conta do que no início do ano. “Esta marca de whisky estava custando R$ 68 no início do ano e agora está a R$ 42”, diz o técnico em informática Marcelo Souto.
Dólar mais barato
O economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Luiz Moura, informa que a queda do dólar é um dos motivos para a diminuição do valor dos importados. “Quando o real está valorizado as exportações ficam mais caras e importações mais baratas. E com esta lógica podemos perceber que as importações estão mais em conta. O dólar de hoje está igual ao de março de 1998”, explica ele, acrescentando que apesar do dólar oscilar por R$2,10, a expectativa é que chegue a R$1,99.
Brinquedos importados têm boa saída
O economista ressalta que vários produtos estão chegando com o valor mais em conta no país, a exemplo dos whiskys, briquedos, alimentos e vinhos. Além disso, “parte da queda do preço dos televisores foi por causa de queda do valor dos equipamentos”, revela.
Produção em grande escala
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Gilson Figueiredo, lembra também do aumento da oferta dos produtos importados, porque a China vem produzindo em grande escala para o mundo inteiro. “A grande maioria dos produtos importados é proveniente da China. E como a mão-de-obra lá é barata em relação a outros países, fica difícil concorrer com tamanha produção”, diz.
De acordo com o presidente, a diminuição do valor destes tipos de produtos já deu uma aquecida no comércio de Aracaju. “Já deu para sentir a baixa dos preços e o aumento das vendas, principalmente em produtos como eletro-eletrônicos”, relata.
Produtos ilegais
Diferente dos produtos vendidos no comércio, os importados comercializados pelos ‘camelôs’ ou nas barracas do Mercado Central Albano Franco não estão tendo boa saída. De acordo com os vendedores, os preços aumentaram, porque eles também estão recebendo com reajuste. “E a fiscalização para sair do Paraguai está pesada. Com isso não vale mais a pena viajar. Como pegamos a mercadoria com atravessadores acaba saindo mais cara”, diz Rosilene Jesus Santos, vendedora.
Luiz Moura explica que está havendo uma diminuição da venda dos produtos importados ilegais por causa do aumento da fiscalização do contrabando no país. “Com uma maior fiscalização fica mais caro para trazer os produtos, as multas são pesadas e com isso os produtos ilegais não tiveram seus preços diminuídos, perdendo assim a sua freguesia”, explica. “Quanto maior a fiscalização, menos a pirataria”, diz Luiz Moura
Gilson Figueiredo completa dizendo que o comércio dos produtos importados ilegais causam prejuízos para o comércio local. “Isto ocorre não só por causa dos preços, mas principalmente porque as lojas que vendem produtos importados pagam impostos e não conseguem manter a concorrência”, diz.
Por Raquel Almeida
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