Caranguejo-uçá: termina parte da fase inicial do defeso

Caranguejo-uçá não pode ser capturado no período da andada (Fotos: Portal Infonet)

O período que compreende os dias 2 e 7 de janeiro foi destinado aos trabalhos iniciais de defeso do caranguejo-uçá, crustáceo cuja carne é apreciada na culinária. De acordo com o analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama-SE), Hugo Péres, a primeira fase do defeso só será concluída no período de 17 a 22 de janeiro e até o momento não foram encontradas irregularidades.

“O defeso, instrução normativa que regulamenta a pesca do animal no período de andada, é realizado em quatro fases, sendo a segunda realizada de 31/01 a 05/02 e 15/02 a 20/02; a terceira, de 02/03 a 07/03 e de 17/03 a 22/03; e a quarta, dinamizada de 31/03 a 05/04”, detalhou o analista, que não apontou nenhuma autuação no período. 

Durante o defeso, a captura da espécie está proibida e a comercialização do crustáceo não pode ultrapassar ao quantitativo declarado por comerciantes e pescadores. Os cidadãos que infringirem as normas podem perder a pesca e também efetivar o pagamento de multa no valor de R$ 500 por crustáceo apreendido.

Gilvaneide logo apresenta a declaração de estoque emitida pelo Ibama-SE

A comerciante Gilvaneide Gonçalves, que vende caranguejo-uçá há cerca de 20 anos, logo apresenta a declaração de estoque emitida pelo Ibama-SE, que permite à mesma a comercialização do animal. “As 500 cordas que hoje comercializo no mercado foram provenientes do Crasto, em Estância, e foram armazenadas em 3 de janeiro, portanto, estou obedecendo aos critérios do defeso e evitando a compra durante o período de acasalamento da espécie e de troca de casco para engorda”, garantiu.

Gilvaneide ainda ressalta que a venda dos animais no período do defeso, mesmo com a declaração de estoque, é escassa. “As pessoas têm receio de comprar o caranguejo-uçá no período do defeso. Por um lado, sei que há a conscientização, mas por outro há um impasse a ser enfrentado por nós, comerciantes, embora estejamos cientes de que essa ação é importante para a manutenção e multiplicação da espécie que usamos para garantir o sustento das nossas famílias”, argumentou.

Crustáceo está sendo comercializado a passos lentos no Mercado Municipal

O jovem Genisson Menezes também concorda com o defeso e relembra os problemas já enfrentados com a impossibilidade de comercializar o caranguejo-uçá durante dois anos. “Problemas ambientais ocorreram há tempos e quando lembro das dificuldades, respeito o defeso. O mesmo acontece com os catadores que não nos fornece o animal durante o período de proibição”, ressaltou o vendedor que obtém animais provenientes do Povoado Brejão, no município de Brejo Grande.

Ações educativas

Ações fiscalizadoras e educativas estão sendo realizadas desde a última sexta-feira, 3, pelos profissionais do Ibama-SE, em mangues, na Passarela do Caranguejo e em outros pontos comerciais do Estado de Sergipe. “O objetivo é conscientizar a população e os trabalhadores que utilizam o animal para comercialização. Quanto mais intenso for esse trabalho, maiores as garantias de manutenção e multiplicação da espécie”, concluiu o analista ambiental do Ibama-SE.

Por Nubia Santana

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