Cerâmica Santa Márcia está encerrando atividades

Uma das mais antigas indústrias do Estado de Sergipe, a Cerâmica Santa Márcia (Samarsa) está encerrando suas atividades. Foi derrubada por um cipoal de dívidas, que vai da Previdência à fornecimento de gás, passando por impostos estaduais. As dívidas com a Sergas seriam enormes, de tal modo que a empresa estadual de fornecimento de gás estaria já cortando o fornecimento à empresa. Isso, naturalmente, inviabilizaria o trabalho da cerâmica.

Na sexta-feira decidiu-se então que aquele seria o último dia de fornecimento da Santa Márcia. A Secretaria da Fazenda, colocou um fiscal dentro da empresa, para toda vez que se efetuasse uma venda, fosse feito o recolhimento do imposto, ou seja, do ICMS, uma situação de inteira dificuldade. Coisa construída já há algum tempo, que foi a cada dia tornando-se difícil.

O “capo” da empresa, sr. Antônio Augusto Franco, preferiu, então, passar a chave e talvez esperar melhores dias. Ou até encontrar algum comprador. O que não vai ser fácil, diante do elevado endividamento. Sob este nome de fantasia, Samarsa, ou Cerâmica Santa Márcia, a empresa existe já há bem uns 40 anos.

A empresa foi sucessora da Cerâmica Santa Cruz. Pertencia ao empresário (depois deputado federal) Euvaldo Diniz que, no início da década de 60, morreu num acidente aéreo. O sr. Francisco Franco a adquiriu nos anos 50 e depois passou as mãos do seu filho, sr. Antônio Augusto Franco. Nas mãos de Euvaldo Diniz fabricava tijolos e telhas. Nas mãos do sr. Antônio Augusto Franco passou a fabricar objetos de cerâmica, como pisos, revestimentos, etc.

Terreno não cobria dívida

Há pouco tempo, a indústria esteve envolvida com o escândalo da exploração de argila ilegal no município de Lagarto. Mas, passou incólume por ele. Baqueou agora sob o peso de impostos (a empresa seria a maior devedora de ICMs no Estado) e previdências atrasados, além de uma pesada conta de gás fornecido pela Sergás. Há poucas meses, a Samarsa interrompeu sua produção por alguns dias, estimulando o boato de que ela estaria de transferência para o município de Socorro, deixando sua sede própria nas imediações do DIA.

Dizem até que a Samarsa tentou pagar algumas dívidas com um terreno que valeria 8 milhões de reais. Mas, a melhor oferta para o terreno foi de 1 milhão e meio de reais.Um empresário que compra o gás industrial da Sergas ficou triste com o fechamento da Samarsa. Porque o gás oferecido às empresas tem um preço especial, por conta do seu alto consumo. Menos uma empresa consumindo, é sinal que o bolo fica menor para dividir. Logo, poderá haver para todos um aumento do gás industrial.

Por Ivan Valença

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