Cid Cordeiro: “crises incentivam desenvolvimento”

Cid crê em crise como oportunidade de desenvolvimeto (Fotos: Cássia Santana / Portal Infonet)

O economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese) do Estado do Paraná, encerrou, nesta quinta-feira, 25, a VI Jornada Nacional de Debates ocorrida no Sindicato dos Bancários com a temática Negociação Coletiva e Trabalho Decente promovido pelo Dieese local em parceria com a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-SE).

Na oportunidade, o economista do Dieese paranaense fez um balanço das negociações dos reajustes salariais ocorridas no primeiro semestre deste ano no país, destacando a importância  da necessidade do Governo em promover ações voltadas para o combate à elevação das taxas de juros. Para Cid Cordeiro, conforme destacou durante a palestra, o Brasil está na condição de país com uma das mais elevadas taxas de juros, e que teria perdido a oportunidade de baixá-las no momento em que se desencadeou uma das crises econômicas mundiais, no ano de 2008. “O Brasil perdeu a oportunidade de baixar as taxas de juros no mês de outubro de 2008 e só o fez em 2009”, lamentou o economista.

Sindicalistas participam de Jornada

A expectativa do momento, segundo enfatizou, é de queda nas taxas de juros. “As taxas de juros são instrumento do governo para expandir ou contrair a economia”, diz o economista. “Crise também gera oportunidades”, considera Cid Cordeiro. O momento, embora movido por uma nova crise na economia mundial, seria favorável ao Brasil, na opinião de Cid Cordeiro. Oportunidade, segundo enfatizou, para o Brasil iniciar uma política voltada à redução da taxa de juros para trazê-la ao patamar da média histórica, que seria de 3%, no entendimento do economista.

Para o economista, os reajustes do salário mínimo foram importantes para, também, impulsionar a majoração da remuneração de categorias com valores superiores ao salário mínimo. “Foi importante para empurrar outras remunerações para cima”, considerou. Mas o economista pondera quando se trata das perdas acumuladas verificadas no pagamento das aposentadorias. “Os aposentados têm que se mobilizar para negociar os reajustes de suas aposentadorias com mais força”, considera o economista Cid Cordeiro.

Mercado de consumo

O economista Luís Moura, do Dieese em Sergipe, destacou a importância do encontro por força da participação efetiva de mais de 40 lideranças sindicais preocupadas com as negociações salariais em Sergipe. “O objetivo desse evento foi sinalizar parâmetros das negociações que ocorrem no país e os indicadores que foram colocados nesta Jornada de Debates servem de alerta para os sindicatos que estão em negociação para definir os salários”, disse Moura.

Entre os participantes, destacam-se, segundo Moura, categorias que estão iniciando campanhas salariais, a exemplo de enfermeiros, médicos, bancários, pessoal vinculado à indústria têxtil, uma das mais importantes categorias para a economia sergipana, e trabalhadores rurais.

Para Luís Moura, o debate é um instrumento para as negociações salariais que ocorrem no cenário nacional de forma a socializar com os sindicatos envolvidos no processo de negociação os indicadores econômicos que poderão nortear os entendimentos com a classe empregadora quanto aos reajustes reais e recomposição de perdas salariais.

Na ótica de Luís Moura, há categorias, do porte dos bancários, petroleiros e eletricitários, entre outros, que, conquistando a recuperação de perdas e tendo patamar real de reajuste salarial trarão bons frutos para a própria economia do país. “A recuperação das perdas e aumento real de salários destas categorias possibilitam que estes segmentos dinamizem o mercado de consumo no país”, considera.

Por Cássia Santana

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