Conheça os impactos do coronavírus na economia sergipana

Restaurante é o segmento mais afetado com 80% de queda nas vendas (Foto: Arquivo Portal Infonet)

A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) divulgou mais um relatório que destaca os impactos do coronavírus sobre os principais segmentos econômicos do estado de Sergipe. O segmento restaurante é um dos mais afetados com queda no volume de vendas que chegam ao patamar de 80%, conforme o Boletim de Impacto na Economia Sergipana, que tem como objetivo informar sobre as consequências da pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na economia do Estado.

No estudo, os técnicos realizaram comparativos entre os meses de março e abril, desde que declarada a pandemia, buscando identificar os efeitos do isolamento social e das medidas de restrição anunciadas pelo governo. Nessas análises, foram usados dados que constam na base da Secretaria de Estado da Fazenda referentes à emissão de Notas Fiscais de Consumidor Eletrônica (NFC-e).

Nesta última edição, constam como novidade dados relativos ao setor de mercearias, padarias e construção civil. A análise relativa aos combustíveis continua restrita à gasolina comum, gasolina aditivada, diesel S-10 e etanol, por serem os derivados mais utilizados.

Conheça abaixo o resultado dessas análises:

Restaurantes

Os valores totais das notas fiscais emitidas relativas a restaurantes e similares encontram-se estáveis nas três últimas semanas, com variação registrada dentro desse período menor que 1%. Porém, a queda no volume de vendas, comparando a segunda semana de abril com a primeira semana de março, é de 80,72%. Também é bastante acentuada a queda das vendas quando se comparam as duas primeiras semanas de abril de 2020 com o mesmo período de 2019, com uma variação negativa de 76,52%.

Mercearias, padarias e similares

Em Sergipe, pode-se perceber que o segmento de mercearias, padarias e similares permanecem com uma média de vendas semelhante, apesar de existirem variações não tão acentuadas como em outros setores. Destaque para a primeira semana de abril, que tem valor maior que a primeira semana de março, cerca de 14,05%, período em que ainda não havia medidas de restrição da atividade econômica no Estado.

Comparando-se o mesmo período de abril de 2019 e abril de 2020, percebe-se um aumento de 8,25%, passando de R$ 23.871.307,64 para R$ 25.841.032,49 no valor das notas emitidas pelo segmento.

Material de construção

Entre os setores analisados, o de material de construção teve um dos comportamentos mais alternados, variando entre queda e aumento das vendas da primeira semana de março até a segunda semana de abril. Comparando-se a segunda semana de abril com a semana anterior, há uma queda de 10,79%. Se a comparação for entre a segunda semana de março e a segunda de abril a queda é mais expressiva: cerca de 58,41%.

Comparando-se as duas primeiras semanas de abril de 2019 com abril de 2020 há uma redução de 53,41%, passando o volume de vendas de R$ 23.416.144,34 para R$ 10.909.668,58.

Transporte

Baseando-se no Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), o valor movimentado com o transporte de carga na segunda semana de abril foi R$ 7,58 milhões. Na primeira semana do corrente mês, esse valor foi R$ 11,71 milhões, ou seja, houve uma redução de 35,26% no período analisado. Ao se comparar com a segunda semana de março, cujo valor foi R$ 13,53 milhões, verifica-se a maior variação negativa do período: -43,96%. Ao se comparar a primeira quinzena de abril de 2020 com os primeiros dias de abril de 2019, percebe-se uma diminuição de 30,86% no corrente ano. O valor comercializado foi R$ 27,91 milhões, em 2019. Em 2020 esse valor passou a ser R$ 19,30 milhões.

Venda combustível

Baseando-se nas Notas Fiscais de Consumidor Eletrônicas (NFC-e) emitidas, percebe-se que o preço médio dos principais combustíveis continua em queda. Na segunda semana de abril, o preço médio dos combustíveis destacados variou -1,27%. Essa redução média foi menor que a da primeira semana desse mês: -1,53%.

O valor comercializado na primeira quinzena de abril de 2020 foi R$ 67,98 milhões, enquanto que na segunda quinzena de março esse valor foi R$ 74,76 milhões, ou seja, houve uma redução de 9,06% no valor de vendas no período analisado.

Em relação à primeira quinzena de março, cujo valor de comercialização foi de R$ 104,32 milhões, houve uma variação negativa de 34,83%. Quando se comparam os primeiros dias de abril de 2020 ao mesmo período de 2019, em que se comercializou R$ 98,84 milhões, verifica-se uma redução de 31,22% no valor comercializado.

O volume comercializado representa de maneira mais precisa a demanda por esses derivados. Verifica-se que o volume total vendido na primeira quinzena de abril de 2020 foi 17,17 milhões de litros, enquanto que na última quinzena de março esse valor foi 18,25 milhões de litros. Portanto, houve uma redução de 5,93% na quantidade comercializada.

Ao se comparar os primeiros dias de abril de 2020 ao mesmo período de março do corrente ano, cujo volume total comercializado foi 24,42 milhões de litros, percebe-se uma redução de 29,69% nesse volume comercializado. Quando essa comparação é feita em relação a abril de 2019, cujo volume de vendas foi 23,69 milhões de litros, percebe-se uma diminuição de 27,53% no volume médio diário comercializado.

Variação de preços

Verifica-se que o valor comercializado na primeira quinzena de abril de 2020 foi de R$ 135,9 milhões, valor 19,25% menor que o da última quinzena de março, que foi de R$ 168,3 milhões. Efetuando-se a comparação com a primeira quinzena de março de 2020, cujo valor total de comercialização foi R$ 203,41 milhões, encontra-se uma queda ainda mais acentuada: 33,19%. Em relação à primeira quinzena de abril de 2019, cujo valor de vendas foi de R$ 190,11 milhões, há uma redução de 28,51%.

No que se refere à quantidade dos principais combustíveis comercializada e registrada por NF-e, tem-se um volume total comercializado de 35,98 milhões de litros nas primeiras duas semanas de abril de 2020. Em relação à última quinzena de março, cujo volume total de vendas foi 44,41 milhões de litros, verifica-se uma queda de 18,98%. Seguindo a mesma tendência do valor de comercialização, quando se comparam os primeiros dias de abril de 2020 com o mesmo período de março de 2020, que registrou 51,86 milhões de litros vendidos, encontra-se a maior redução dos períodos analisados: 30,62%.

O volume total de comercialização da primeira quinzena de abril de 2019 foi de 48,83 milhões de litros. Ao se confrontar esse valor com o verificado na primeira quinzena de abril de 2020, encontra-se uma redução de 26,32% na quantidade de combustíveis comercializada no corrente mês.

Energia Elétrica

A análise do impacto do isolamento no setor de energia elétrica, responsável por aproximadamente 12% do volume mensal de ICMS em Sergipe, foi feita considerando o valor do imposto devido mensalmente no período de janeiro/2019 a março/2020, por meio das informações enviadas pelas concessionárias para a Secretaria de Estado da Fazenda.

Percebe-se que no mês de março/2020 não foram observadas variações significativas no valor total arrecadado de ICMS, mantendo-se nos mesmos patamares. Na Classe de Consumo “Residencial” houve um acréscimo do valor referente ao ICMS de aproximadamente 6,5%, o que pode indicar uma mudança no padrão de consumo dos primeiros dias do isolamento.

Cabe esclarecer que as leituras do consumo das contas de energia são realizadas no decorrer do mês para faturamento no mês subsequente. Portanto, as faturas de março, em sua maioria, correspondem ao período anterior ao início das medidas de contenção da pandemia.

As leituras relativas a este período deverão ser realizadas no decorrer deste mês de abril, prevendo-se um impacto no comportamento da arrecadação no mês de maio/2020.

 

Com informações da Sefaz

 

 

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