Covid-19: comportamento do dólar torna bolsa investimento atrativo

“Os investidores preferem saber o que é ruim do que não saber de nada”, afirma Rafael Saldanha (Foto: (Foto: Agência Brasil)

Nos últimos 60 dias o comportamento do dólar, famosa moeda americana, passou a ser um dos grandes termômetros do mercado financeiro. Segundo o economista Rafael Saldanha, os investidores não gostam do terreno da incerteza e desde que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) chacoalhou a economia mundial o cenário foi de muita escuridão.

“Os investidores preferem saber o que é ruim do que não saber de nada”, afirma Rafael Saldanha. E foi justamente a partir desde cenário de imprecisões que o dólar bateu R$ 5,97 no dia 14 de maio, o maior valor nominal da sua história. Saldanha explica que um dos fatores que contribuíram para essa máxima histórica reside no fato da ‘fuga’ de capital estranheiro. “Os investidores decidiram levar seus ativos para os países que oferecem mais segurança. Dessa maneira, há uma maior comercialização do dólar”, resume.

Com a taxa Selic em baixa, Rafael destaca que muitos investidores preferem comercializar seus ativos em outros países, aplicando por exemplo no Tesouro Americano (Foto: Portal Infonet)

Além da crise provocada pela Covid-19, o economista salienta que o país também passa por uma acentuada crise política, o que contribui para, digamos, deixar os ânimos dos investidores exaltados. “Com a instabilidade política, o risco é dobrado. Além do mais, a taxa básica de juros [Selic] está com o menor valor de sua história, cerca de 3% ao ano. E isso não é bom para o câmbio”, destaca.

Com a taxa Selic em baixa, Rafael destaca que muitos investidores preferem comercializar seus ativos em outros países, aplicando por exemplo no Tesouro Americano. “Apesar da taxa de juros dos EUA operar também em baixa o país oferece neste momento uma maior segurança aos investidores em comparação com o Brasil”, destaca.

Apesar do sobe e desce do dólar, Saldanha acredita que o investimento em ativos da bolsa de valores é oportuno. “Muitos que compraram ações quando a Bolsa fechava na casa dos 60 mil pontos estão ganhando dinheiro atualmente”. O economista conta que é possível investir a curto prazo na bolsa, que isso vai de acordo com a necessidade da pessoa. Mas que ao escolher investimento a longo prazo pode ser ainda mais vantajoso. “É melhor comprar ações com a bolsa batendo os 60 mil pontos do que esperar para a Bolsa bater os 90, ou até 120 mil pontos. Neste momento, na minha visão, é um investimento mais atrativo”, orienta.

por João Paulo Schneider 

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