A crise de energia que a cada dia torna-se mais visível levou o deputado Albano Franco à tribuna da Câmara para lamentar a falta de planejamento estratégico do governo com relação ao abastecimento do gás natural. Ressaltou o parlamentar que, ao estimular o consumo de gás, tanto veicular como nas indústrias e na geração de energia elétrica, as autoridades da área não tomaram as necessárias providências para atender ao crescimento da demanda. De fato, são mais de um milhão e meio de veículos movidos a gás, grande também é o número de indústrias que queimam esse combustível e estados, como o Mato Grosso e Goiás, dependem do abastecimento de gás para a geração de eletricidade em termoelétricas. Atualmente, o consumo brasileiro é de 50 milhões de metros cúbicos por dia e a produção nacional, somadas às importações da Bolívia perfaz 36 milhões de metros cúbicos. Há, portanto, um déficit impossível de ser zerado em curto prazo, porque depende de investimentos tanto na prospecção de novos campos aqui, como no aumento da produção na Bolívia do cocalero Evo Morales, que não gosta de honrar contratos e, recentemente, desapropriou refinarias da Petrobras. Com tal impossibilidade, decidiu, então, o governo, elevar em até 25% o preço do gás como forma de inibir o consumo. Isto é bom para a Petrobras que, na prática, detém o monopólio do fornecimento do combustível, mas ruim para o Brasil, pelos efeitos inflacionários e pelos impactos negativos sobre o crescimento econômico, que já é pálido. Por Ivan Valença
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