Fábrica Tise localizada em Nossa Senhora do Socorro
A crise mundial já está trazendo consequências aos sergipanos, principalmente nos setores têxteis e da construção civil. No Estado, algumas indústrias estão fechando as portas, causando a demissão trabalhadores. No ramo de confecções, a situação também não é das melhores e no município de Tobias Barreto, algumas fábricas pretendem dar férias coletivas aos funcionários já a partir da próxima segunda-feira, 02.
Na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), a informação é de que o Governo de Sergipe está adotando medidas preventivas, como a continuidade às obras públicas, gerando emprego e renda. E que a instalação de 15 indústrias está mantida.
De acordo com o titular da Sedetec, Jorge Santana, essas medidas tem por objetivo, mitigar possíveis impactos negativos da crise econômica internacional, sendo a principal delas, dar continuidade e ampliar o elenco de obras públicas, sendo quase 200 já contratadas. “Isso significa injeção direta de dinheiro na economia com efeitos imediatos em uma das principais cadeias produtivas, a da construção civil, o que representa emprego, renda e aquecimento do comércio e da indústria”, informa o secretário.
Fábrica Confiança pode fechar as portas
Ele ressaltou que adicionalmente, o governo tem se utilizado do Banco do Estado de Sergipe (Banese), como um importante instrumento de irrigação da economia sergipana, disponibilizando R$ 250 milhões desde outubro passado para operações de crédito a pessoas físicas e jurídicas, com condições especiais para micro e pequenas empresas.
Setor Têxtil
O secretário Jorge Santana lembrou que o setor têxtil já vinha enfrentando dificuldades em todo o país bem antes da crise, causadas pela concorrência dos produtos de origem asiática. “Ao contrário do que se imagina, a crise pode ajudar esse segmento na medida em que a valorização do dólar torna menos competitivos os produtos concorrentes importados”, enfatiza acrescentando que ainda é cedo para captar efeitos mais sérios da crise em Sergipe e identificar os principais setores atingidos.
“Alguns desses setores a exemplo da construção civil, se por um lado reduzem o nível da atividade de incorporação, por outro lado começa a encontrar nas obras públicas uma oportunidade de reposicionamento”, destaca acreditando que de uma maneira geral, somente o recrudescimento da crise poderia levar a uma sucessão de falências e demissões de empregados.
Projetos mantidos Jorge Santana: “Injeção direta de dinheiro na economia”
Jorge Santana garantiu que a criação de 15 novas indústrias e ampliação de quatro existentes, anunciadas em dezembro do ano passado, estão mantidas. Indagado como a Sedetec está fazendo para dar andamento aos projetos neste momento de crise, ele relata: “continuamos prospectando oportunidades e, para nossa surpresa, a maior parte dos projetos está mantida, a despeito da crise, o que nos faz acreditar que os empresários estão cientes de que crise e oportunidade são duas faces de uma mesma moeda. Aqueles que investirem no momento da crise, estarão melhor posicionados quando ela passar, e certamente ela vai passar, talvez mais rapidamente do que os pessimistas de plantão apregoam”, acredita.
Sinditêxtil Giseldo Santos: “Trabalhadores perdendo o pão de cada dia”
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Têxtil de Sergipe (Sinditêxtil), Giseldo Santos, acredita que para minimizar os efeitos da crise, o governo federal deve restringir os produtos importados. “Com a entrada dos produtos asiáticos no Brasil, o setor têxtil, de calçados e de confecções, está comprometido, a exemplo do que vem acontecendo no setor automobilístico de São Paulo”, ressalta.
Giseldo disse que algumas fábricas já estão fechando. Em Aracaju, a Confiança está fechando as portas. A Fibraforte em Frei Paulo, já demitiu 35 trabalhadores e está prestes a demitir mais 35 por conta da crise. Em Nossa Senhora do Socorro, tem a Tise que não consegue se reerguer. E em Tobias Barreto, várias fábricas de confecções estarão dando férias coletivas aos trabalhadores a partir da próxima segunda-feira, 02 de fevereiro. Os trabalhadores estão perdendo o pão de cada dia e engrossando as fileiras do exército do desemprego”, lamenta o sindicalista.
Por Aldaci de Souza
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