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Saumínio Nascimento |
O Banco Central do Brasil publicou e divulgou uma cartilha para apresentar as novas cédulas de R$ 50,00 e R$ 100,00, contendo na referida publicação diversas informações relevantes sobre os cuidados com o uso do dinheiro. Assim, na perspectiva de difusão do conhecimento, abordarei neste ensaio alguns pontos relevantes que constam no material do Banco Central.
Na introdução da cartilha, o Banco Central do Brasil aponta que não existe nada mais universal na vida das pessoas do que o dinheiro, sendo o dinheiro em espécie um meio de pagamento conveniente, seguro e imediato. E mesmo com a multiplicidade de meios de pagamentos existentes hoje em nossa sociedade, a exemplo de cheques e cartão de débito e crédito, a pratica de pagamento através de cédulas e moedas ainda é muito corriqueira nas sociedades, especialmente em locais populares de comercialização de produtos e serviços como é o caso das feiras livres.
Para reforçar mais ainda a importância dos cuidados com o dinheiro, registro que na posição de 04/02/2012 o total do meio circulante nacional era de R$ 155.630.895.759,04. São as cédulas e moedas metálicas (inclusive as comemorativas) do padrão monetário Real, que estão em poder do público e da rede bancária que constituem o meio circulante nacional.
Do ponto de vista somente das cédulas, excluído-se as moedas metálicas e as comemorativas, a composição na data-base de 04/02/2012 foi a seguinte:
Cédulas – 2a. família |
|||
Denominação |
Quantidade |
Valor |
|
50,00 |
416.597.771 |
20.829.888.550,00 |
|
100,00 |
164.299.526 |
16.429.952.600,00 |
|
Total = |
580.897.297 |
37.259.841.150,00 |
|
Cédulas – 1a. família |
|||
Denominação |
Quantidade |
Valor |
|
1,00 |
150.860.097 |
150.860.097,00 |
|
2,00 |
816.821.899 |
1.633.643.798,00 |
|
5,00 |
436.432.926 |
2.182.164.630,00 |
|
10,00 |
641.109.156 |
6.411.091.560,00 |
|
20,00 |
696.068.481 |
13.921.369.620,00 |
|
50,00 |
1.162.171.451 |
58.108.572.550,00 |
|
100,00 |
315.180.502 |
31.518.050.200,00 |
|
Total = |
4.218.644.512 |
113.925.752.455,00 |
Cédulas – em polímero |
||
Denominação |
Quantidade |
Valor |
10,00 |
4.613.739 |
46.137.390,00 |
Total = |
4.613.739 |
46.137.390,00 |
Então, como cada pessoa confere o valor do dinheiro, o Banco Central recomenda que também sejam conferidos alguns elementos de segurança do dinheiro, pois convivemos sempre com a possibilidade de recebermos uma nota falsa, sendo esta, sempre uma imitação imperfeita de uma cédula verdadeira. Ao dedicar atenção na verificação do dinheiro, as pessoas estarão se protegendo das fraudes e inibindo a atuação criminosa dos falsários.
Para se ter a dimensão da importância do assunto, registro que de acordo com as estatísticas de falsificação do Banco Central do Brasil, no ano de 2011, foram retidas 355.572 notas falsas. Sendo a nota de 50 reais a mais retida, foram retidas 130.637 notas da 1ª família e 23.259 notas da 2ª família, totalizando 153.896 notas ou 43,28% das notas retidas; em 2º lugar no ranking de cédulas retidas temos a cédula de 100 reais, foram retidas 75.497 notas de 100 reais da 1ª família e 44.392 notas da 2ª família, o equivalente a 33,71% das notas falsificadas, juntas as notas de 50 reais e 100 reais, representaram 76,99% das notas falsificadas, julgo que isto até explica um maior cuidado inicial do Banco Central do Brasil com estas cédulas, pois elas são também as duas notas de maior valor do meio circulante brasileiro.
As cédulas menos retidas em 2011 foram as de 1 real e 10 reais de plástico, em 2011 foram retidas 7 notas de 1 real e 854 notas de 10 reais de plástico, o equivalente a 0,24% das notas retidas. Já do ponto de vista geográfico, a lógica de retenção de notas falsas tem correlação com a dinâmica econômica, São Paulo teve 124.915 notas retidas, o que equivale a 35,13% das notas retidas no Brasil em 2011. Em São Paulo como no Brasil, a nota mais retida foi a de 50 reais da primeira família, foram retidas 39.648 cédulas falsas. Depois de São Paulo, os cinco Estados Brasileiros com mais notas retidas foram: Minas Gerais com 34.566 notas retidas, Rio de Janeiro com 29.205 notas retidas, Rio Grande do Sul com 24.230 notas retidas, Paraná com 23.683 notas retidas e Goiás com 18.295 notas retidas. Juntos os 06 Estados mais representativos respondem por 71,68% das notas retidas no Brasil em 2011. Roraima foi o Estado com menos cédulas retidas, foram 33 cédulas, em penúltimo foi o Acre com 215 notas retidas.
O Estado de Sergipe teve 1.703 notas retidas, o que equivale a 0,47% das notas retidas em 2011. A distribuição das notas retidas em Sergipe foi a seguinte: 24 notas de 2 reais, 52 notas de 5 reais, 1 nota de 10 reais de plástico, 430 notas de 10 reais, 27 notas de 20 reais, 31 notas de 50 reais da 2ª família, 811 notas de 50 reais, 223 notas de 100 reais e 104 de 100 reais da 2ª família. Este montante de notas retidas em Sergipe equivale a R$ 79.958,00. Na classificação de Estados com notas falsificadas retidas, Sergipe ocupou em 2001 a 20ª posição, sendo que na Região Nordeste, figura como o segundo Estado com menos notas retidas, pois quem teve menos notas retidas no Nordeste foi Alagoas com 1.286 notas, Alagoas ocupou a 21ª posição no Brasil.
Com o objetivo de manter a segurança do dinheiro brasileiro diante dos constantes avanços nas tecnologias de reprodução digital, o Banco Central lançou, em dezembro de 2010, as notas de 50 e 100 reais, elas dão início à segunda família de cédulas do real e futuramente, previsão para 2013, serão lançadas as demais de 20, 10, 5 e 2 reais, verifica-se que a nota de 1 real não será mais lançada, uma vez que o Banco Central vem priorizando a emissão de moedas, que apresentam uma relação custo-benefício muito melhor que a das notas, em função de sua durabilidade.
As novas notas contam com recursos gráficos mais sofisticados, capazes de impor obstáculos mais sólidos às tentativas de falsificação, também está inserido o objetivo de promover a acessibilidade aos portadores de deficiência visual, ao incorporar nas notas, tamanhos diferenciados e características que facilitam o seu reconhecimento tátil.
As notas da segunda família do real se diferenciam por suas dimensões, cores e temas. Quanto maior o valor da nota, maior é o seu comprimento. As notas possuem cores diferentes para cada denominação e as notas do real têm como temas a efígie da República na frente e animais da fauna brasileira no verso.
A nota de 50 reais tem dimensões de 140 X 70 mm, com a cor predominante bege e o tema onça-pintada; já a nota de 100 reais tem dimensões de 156 X 70 mm, com a cor predominante azul-turquesa e o tema a garoupa.
Sobre as demais notas da segunda família do real que serão lançadas, as características serão as seguintes: 2 reais com dimensões de 121 X 65 mm, com a cor predominante azul-marinho e o tema da tartaruga marinha; a nota de 5 reais com dimensões de 128 X 65 mm, cor predominante lilás e tema da garça; a nota de 10 reais com dimensões de 135 X 65 mm, cor predominante vermelho e o tema da arara-vermelha e; a nota de 20 reais com dimensões de 142 X 65 mm, com a cor predominante amarelo e o tema do mico-leão-dourado.
Alguns cuidados ao receber uma nota são importantes, a exemplo de: o sentir – passe os dedos sobre uma nota e perceba a textura do papel e o alto-relevo em algumas áreas impressas nela, pois algumas partes da frente e do verso da nota são impressas em relevo. Ao passar os dedos, você sentirá o relevo nas seguintes áreas: nas legendas “REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL” e “BANCO CENTRAL DO BRASIL”; na efígie da República, na onça-pintada (50 reais) e na garoupa (100 reais); nos numerais que indicam o valor da nota; nas laterais da frente e; na marca tátil. Pegue uma nota na sua carteira e uma folha de papel comum. Sinta a diferença de textura. O papel comum é mais liso que o papel das notas. Importante saber que as notas de 50 e 100 reais possuem elementos fluorescentes, que podem ser verificados com o auxílio de uma lâmpada ultravioleta. Ao passar a lâmpada sobre a nota, você vê que o número indicativo do valor da nota aparece na frente, do lado esquerdo.
De acordo com as dicas da cartilha do Banco Central, em geral as pessoas não precisam conferir sempre todos os itens de segurança, mas, para se certificar de que a nota é verdadeira, é importante verificar, pelo menos, quatro deles: a marca-d’água, o alto-relevo, a faixa holográfica e o número escondido. Se suspeitar de uma nota, compare-a com outra que você tenha certeza de que é verdadeira. Procure por diferenças e para verificar rapidamente várias notas de uma vez passe o polegar nas áreas em alto-relevo; abra as notas em leque de forma a ver as faixas holográficas no canto esquerdo, também movimente o leque e veja os efeitos dentro das faixas; veja se alguma das notas apresenta diferenças.
Outras dicas importantes apresentadas na Cartilha do Banco Central orientam sobre alguns procedimentos, a exemplo de:
Se a pessoa tiver recebido uma nota suspeita de falsificação sem perceber:
A orientação é entregar para análise na rede bancária. Não deixe de solicitar o recibo de
retenção da nota. Às vezes, notas verdadeiras muito desgastadas podem ser confundidas com notas falsas. Nesses casos, somente uma perícia mais detalhada poderá determinar a sua autenticidade.
Se a pessoa suspeitar da autenticidade de uma nota no momento em que a
estiver recebendo:
O correto é recusar a nota. Explique a quem lhe passou a nota que ela apresenta características diferentes da nota legítima. Peça outra ou sugira nova forma de pagamento. Mas evite constrangimento: tenha em mente que a pessoa pode ser uma vítima inocente da fraude. Informe a ela que a nota suspeita não pode ser passada adiante e a oriente a entregá-la para análise em um banco.
É importante lembrar que:
Passar adiante uma nota falsa também é crime, mesmo quando a pessoa a tenha recebido sem perceber. As notas falsas não são trocadas pelo Banco Central, pois isso acabaria por estimular o crime de falsificação. Proteja-se verificando todas as notas que receber.
A minha expectativa é ter contribuído para que as pessoas possam ficar mais atentas com o tema e que tenhamos contribuído para a busca de um sistema monetário mais seguro e justo.
* Economista e Presidente do BANESE – Banco do Estado de Sergipe S/A
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