Delivery salva muitos bares, mas número de fechados pode chegar a 300

Restaurantes e bares completam mais de dois meses sem atendimento interno a clientes (Foto: Pixabay)

Assim que os primeiros decretos governamentais estabeleceram a suspensão do atendimento interno em bares e restaurantes, em razão da pandemia da Covid-19, proprietários de estabelecimentos neste segmento precisaram remodelar seus negócios para não fecharem as portas. O serviço de delivery de bebidas e alimentos foi a principal medida adotada pelos proprietários.

O restaurante Laguna, situado no principal cartão postal de Aracaju, a Orla da Atalaia, adotou o serviço de entrega dos produtos do seu cardápio de quinta à domingo. “A gente não fechou porque conseguimos manter uma reserva. Apesar da redução no lucro, o delivery tem sido uma alternativa nesse momento e graças a uma rede de clientes que nós já tínhamos, estamos conseguindo vender”, explica Renato, gestor do restaurante. Nos finais de semana, o estabelecimento chega a ter cinco equipes de entrega. “Antes nós não fazíamos delivery. Vai ser um serviço que vamos manter quando a situação se normalizar”, complementa Renato.

Quem também adotou estratégia parecida foi o Marcelo, proprietário do Boteco Aruana, na Zona Sul de Aracaju. Ele explica que teve uma redução do lucro na faixa dos 90%, mas tem mantido os serviços do estabelecimento através de entregas que ele mesmo faz. “Nós ampliamos o cardápio de almoço e estamos entregando bebidas também, mas o impacto financeiro é muito grande”, explica Marcelo. No local, o delivery acontece às sextas, sábados e domingos.

Abrasel calcula fechamento de 300 restaurantes

Enquanto alguns estabelecimentos vão buscando alternativas para sobreviver à pandemia, outros já estão anunciando o encerramento das atividades. O presidente da Associação Sergipana de Bares e Restaurantes (Abrasel/SE), Augusto Carvalho, afirma que em uma pesquisa interna com os associados, a estimativa é que até o final do mês de junho, pelo menos 300 bares/restaurantes já tenham encerrado as atividades definitivamente. Ele calcula que esse número impacte diretamente em 3 mil demissões no segmento.

“São números expressivos, porque nosso setor emprega bastante. O delivery tem sido uma alternativa para muitos, mas a gente sabe que é um complemento. Não dá pra pagar as contas”, entende Augusto.

O presidente da entidade explica que voltou a solicitar ao Governo um planejamento para retomar as atividades nos estabelecimento, cumprindo alguns critérios sanitários de prevenção a Covid-19. “Nós, donos de bares, iremos mostrar para a população que estamos com todos procedimentos de segurança, como álcool em gel disponível para funcionários e clientes, máscaras, distanciamento e todo aparato necessário. São Paulo, que é o epicentro da doença, já está anunciando planejamento para retomar as atividades nos restaurantes, então acredito que em breve deve ser retomado por aqui também”, conclui Augusto.

Por Ícaro Novaes

 

 

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