Para a efetivação de uma inclusão financeira satisfatória da população, as pessoas devem movimentar e guardar seus recursos com segurança nas instituições financeiras, preferencialmente nos Bancos, pois esta ação reforça a capacidade de uso dos instrumentos financeiros que referidas instituições podem oferecer ao público em geral.
Um fator determinante para que as pessoas poupem é a análise do formato da função consumo e, no caso específico das famílias, a evolução e modificação dos hábitos altera a propensão média a poupar. Na hipótese keynesiana se a renda se eleva, o consumo também se eleva, mas a taxas decrescentes, propiciando-se uma elevação da propensão a poupar nas classes de renda mais elevadas.
O Banco Central do Brasil, em recente publicação que aborda a questão da inclusão financeira no Brasil entende que o termo poupança possui um significado amplo que abrange qualquer forma de depósito de valores no sistema financeiro utilizados pelas famílias e empresas superavitárias, referindo-se, portanto, a depósitos a prazo, depósitos a vista, os próprios depósitos de poupança e outras formas mais sofisticadas de manter valores no sistema financeiro.
Eu particularmente entendo que o processo de inclusão financeira em muitos casos é iniciado pela função depósitos, pois muitos pais realizam depósitos em poupança para filhos menores ou abrem conta corrente ou ainda, adquirem cartões para os filhos menores, inserindo-os no processo de inclusão financeira antes dos 15 anos. Veja-se que de acordo com o Banco Central do Brasil, em um período de quatro anos, o número de pessoas físicas que possuíam relacionamentos ativos com instituições financeiras saltou de 91 milhões para mais de 115 milhões, um crescimento superior a 26%, percentual superior ao crescimento populacional do período que foi de 6% e, revelando-se ainda que de acordo com o Censo do IBGE de 2010 temos 87% da população adulta incluída e no computo geral aproximadamente 60% da população total, percentual que julgo tenderá a crescer já que crianças e adolescentes são inseridos cada vez mais cedo no processo de relacionamento ativo com os Bancos.
O mesmo estudo do Banco Central do Brasil revela que a evolução do número de contas de depósitos movimentadas, conhecidas como contas de depósito a vista, pode apontar para uma maior inclusão financeira. Destaco que a maior inclusão financeira ocorre também com as pessoas jurídicas, sendo um exemplo a figura do Empreendedor Individual que é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário, este número tem crescido bastante e todos em geral são inseridos de imediato no sistema financeiro seja com busca de recursos, seja com as aplicações dos rendimentos auferidos.
Um fator que auxiliou na evolução da inclusão financeira foi a conta simplificada, criada em 2004 para facilitar o acesso a contas por parte da população de baixa renda, chegou em junho de 2011 10,4 milhões de contas, em face do processo simplificado e flexível de abertura de contas, porém o saldo de referidas contas é limitado a até R$ 2.000,00 (dois mil reais).
A conta de depósitos de poupança ainda é uma das contas mais relevantes nos bancos, é a conta destinada à aplicação de recursos, por pessoas físicas ou jurídicas, em investimentos cuja remuneração não incide imposto de renda, o que já é um atrativo importante para a maioria da população e, a sua movimentação é realizada entre as diversas formas, hoje essencialmente por meio de cartão magnético ou transferência eletrônica, facilitando a movimentação dos recursos, em face de possibilidade de uso dos ATMs e/ou internet.
Na minha visão o processo de acesso e uso pela população de serviços financeiros foi intensificado e geram a cada dia mais desafios para as instituições financeiras, de modo especial para os bancos, pois o processo de inclusão financeira está relacionado á melhoria da qualidade de vida da população.
Acredito que continuaremos com uma boa evolução da inclusão financeira vinculada a função depósitos, face os novos mecanismos que os bancos estão criando para melhor atender a clientela.
* Presidente do Banese – Banco do Estado de Sergipe
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