Deso desmistifica neutralizador de fluxo de ar

Neutralizador de ar pode contaminar água e não faz econômia (Fotos: Portal Infonet)

A Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) realizou na manhã desta terça-feira, uma demonstração de neutralização do fluxo de ar nos hidrômetros utilizados na empresa. O objetivo da demonstração foi desmistificar a possibilidade de que o fornecimento da água esteja com ar, o que estaria lesando o consumidor.

Durante a exibição, que contou com a presença de representante do Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe – ITPS, órgão que representa o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) em Sergipe, os técnicos da Deso realizaram o demonstrativo de neutralização de fluxo de ar em hidrômetros para a imprensa.

De acordo com o técnico de saneamento da empresa, Thiago, a demonstração desmente a informação de que os hidrômetros não trabalham no sentido inverso. “Os hidrômetros trabalham no sentindo inverso e depois no sentido de fluxo normal e não devem apresentar avarias. Nenhum equipamento, seja ele bloqueador ou eliminador de ar, foi testado e aprovado pelo Inmetro. Como no Brasil qualquer tipo de equipamento que se coloque na rede de tubulação desde os tubos e conexões ele também deveria ser aprovado, mas como não foi não deveria ser utilizado. É um eliminador de ar ineficiente, além de ser um foco de contaminação. Hoje nós vamos mostrar o funcionamento inverso de como os eliminadores e bloqueadores são ineficientes, já que o Inmetro não reconhece não há eficiência comprovada”, explica.

Thiago faz demonsrativo com hidrômetro

Para o presidente em exercício da Deso, Silvio Múcio, todo hidrômetro tem um limite de sensibilidade. “Esse limite, quando a vazão é pequena, o hidrômetro não conta. Eles colocam isso para restringir a vazão. Agora, a quantidade de ar que entra não é suficiente para atender ao usuário, aí vem a reclamação”, disse Múcio.

Inmetro

Em nota, o Inmetro explica que não existe nenhum tipo de dispositivo eliminador de ar aprovado ou autorizado pelo Instituto. Confira na íntegra:

“Não cabe ao Inmetro, especialmente à Diretoria de Metrologia Legal, proceder aprovação ou autorização desses equipamentos, visto que não são ou medidas materializadas; O Inmetro, através da Diretoria de Metrologia Legal, tem realizado ensaios, a pedido, com emissão de relatório, avaliando o equipamento sob a ótica da perda de carga, estanqueidade e curva de erros com hidrômetro nas condições normais de uso, visando a atender o item 9.4 da Portaria Inmetro 246/2000; Os relatórios de ensaios emitidos referem-se exclusivamente à unidade examinada, não sendo extensivos a quaisquer outros dispositivos, mesmo que similares, evidenciando, ao final, proibição expressa de utilização do nome ou logomarca do Inmetro; A citação indevida do nome ou marca do Inmetro no equipamento ou em material de divulgação do mesmo vem sendo objeto de notificações emitidas pelo Inmetro, cientificando o responsável das medidas judiciais cabíveis a serem adotadas caso não se observe a imediata suspensão da informação enganosa”.

Miguel Seixas "É lógico que vem um pouco de ar que dissipa na rede, mas o que vai contar para cada um é insignificante"

Explicação

O gerente executivo de metrologia e qualidade do Inmetro, Miguel Seixas, ressaltou que o equipamento eliminador de ar não é aprovado pelo órgão. “O que acontece é que quando falta água, a própria Compainha já tem essas ventosas para extrair o ar em maior pressão. É lógico que vem um pouco de ar que dissipa na rede, mas o que vai contar para cada um é insignificante. Todo hidrômetro tem uma seta indicando qual é o sentido de instalação dele, que é do fluxo da corrente de água, e na hora que a companhia instala, ela lacra o hidrômetro com o lacre. Se alguém romper este lacre e inverter o sentido de instalação do hidrômetro para contar ao contrário, a pessoa estará usando de má fé e esse fluxo contrário pode danificar o instrumento”, conclui.