Dia das Crianças movimenta pouco o comércio

Bonecas, carrinhos, jogos, bichos de pelúcia. Eletrônicos ou de plástico, os brinquedos são os itens mais procurados, no mês de outubro, nas lojas de departamento ou especializadas. Presentear filhos, sobrinhos, netos e afilhados é tradição desde os anos 20, quando uma data específica foi criada para homenagear as crianças.

 

O 12 de outubro, todavia, só foi ganhar importância comercial a partir dos anos 60, quando uma empresa de brinquedos juntou-se a uma empresa de cosméticos e “oficializou” uma data com o intuito de aumentar as vendas. O Dia das Crianças, desde então, é celebrado como um período de vendas de artigos infantis nas lojas de departamento ou especializadas, e só perde para a maior festa de todas, o Natal.

 

Poucas vendas

 

Porém, mesmo com uma data específica, o comércio não está registrando, para este ano, o aumento das vendas desses artigos. Para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos de Sergipe (Dieese/SE) Luiz Moura, o impacto do Dia das Crianças na economia sergipana ainda é pequeno.

 

“Todas as datas comerciais são importantes: Natal, Dia das Mães, os meses de junho e agosto, Dia das Crianças. Mas nada assegura que o Dia das Crianças desse ano seja de grande impacto”, afirma Luiz. Ele conta que as vendas de 2006 irão repetir os números do ano passado, pois as pessoas estão optando por quitar dívidas primeiro a comprar brinquedos e artigos infantis. “As vendas tem crescido muito pouco. A previsão do comércio é de 5% no faturamento”, afirma o economista.

 

Um exemplo é a procura registrada por brinquedos mais simples e baratos das lojas do centro comercial de Aracaju. Por conta dos preços altos cobrados em itens de marca ou eletrônicos, muitos consumidores estão presenteando com brinquedos mais simples e baratos, e parcelando os valores no cartão de crédito. “A maioria das compras é no cartão, e em 10 vezes”, relata a caixa Acácia Vasconcelos de Souza.

 

A auxiliar de enfermagem Adriana Lima de Carvalho confirma a opção. Ela vai dar presentes a dois filhos e três sobrinhos, e comprou carrinhos e bonecas que não levam baterias. “Vou parcelar no máximo que puder”, conta Adriana, que alegou outras despesas, como material escolar, para a escolha dessa opção.

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