Dieese e Centrais Sindicais lançam livro

‘Salário Mínimo – Instrumento de combate às desigualdades’ é o mais novo instrumento de estudo do universo sindical e do trabalhador. O livro foi lançado com um café-da-manhã nesta quarta-feira, 15, no Espaço Cultural do Sindicato dos Bancários de Sergipe. A publicação é uma realização do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), através de um convênio com a Fundação Ford, e com o apoio das centrais sindicais Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

De acordo com o economista do Dieese, Luiz Moura, este livro chega em um momento muito oportuno, pois é uma oportunidade para relembrar os 70 anos de história do salário mínimo, com muitos percalços de arrocho no valor e desvalorização do mínimo como instrumento de política pública. “O salário mínimo é uma remuneração extremamente importante para o trabalhador. No Brasil, 27 milhões de pessoas sobrevivem com o salário mínimo; e em Sergipe, 461 mil pessoas recebem os R$510. Para comemorar os 70 anos do salário mínimo, o Dieese quis registrar e mostrar como ao longo de sua história essa remuneração foi perdendo o seu poder de compra. Nós esperamos que essa publicação sirva de instrumento de consulta dos trabalhadores, dos estudantes e da sociedade”, ressaltou Luiz Moura.

O livro está divido em 13 capítulos que tratam desde a comparação do salário mínimo brasileiro com outros países do mundo; por que as pessoas recebem menos que o salário mínimo; qual é o perfil do trabalhador que recebe o mínimo; qual é o poder de compra dos trabalhadores que recebem esses R$510; e de que formas o salário mínimo pode representar um instrumento de combate à desigualdade.

Para George Washington, presidente do SINDIJOR e secretário de Comunicação da CUT/SE, o estudo traz elementos que vão ajudar a classe trabalhadora a compreender melhor o universo que envolve o salário mínimo, como ele evoluiu nesses 70 anos, além de servir de subsídio para novas lutas. “Apesar dos pequenos avanços obtidos no governo Lula, o salário mínimo ainda está longe de atender as necessidades básicas e os direitos que os cidadãos têm garantidos na Constituição Brasileira. Esse livro fecha com chave de ouro o ano da classe trabalhadora, pois ele é um instrumento que os sindicalistas e trabalhadores devem se apropriar para reforçar as nossas lutas no sentido de fazer com que o salário mínimo avance e alcance o que o próprio subtítulo do livro diz, ser um “instrumento de combate à desigualdade””, destacou George Washington.

O presidente do Sindicato dos Auditores Tributários do Estado de Sergipe (SINDAT), Marcos Corrêa Lima, destacou a importância de o livro tratar da renda do trabalhador em um país campeão na questão de concentração de renda. “Analisando todo o mundo, o Brasil se destaca como um dos lugares que mais concentra renda nas mãos dos ricos. Com esse livro, toda a sociedade terá conhecimento da gênese e dos desdobramentos do salário mínimo do trabalhador brasileiro, que é a dicotomia renda do fator trabalho e do fator capital. Isso irá fortalecer a nossa compreensão sobre as desigualdades da nossa sociedade”, afirmou Marcos Corrêa Lima.

A publicação destaca ainda os desafios que ainda virão para garantir que a política de valorização seja regulamentada em lei e tenha aplicação efetiva, permitindo que os aumentos reais elevem o valor do mínimo, conforme definido na Constituição do país.

“O que o Dieese tem como norte, como horizonte, é o que o salário mínimo deveria atender à Constituição Brasileira, quando do seu artigo 7 inciso 4, que diz que o salário mínimo deveria ser capaz de sustentar o trabalhador e a sua família, e o Dieese faz um cálculo todo mês, e que no mês passado mostrou que esse salário mínimo segundo a constituição deveria ser algo em torno de R$2.170. Um valor muito acima dos R$510 de hoje, e do valor reajustado de R$540. Por isso que a manutenção da regra é muito importante. Pelos nossos cálculos, nós levaríamos 25 anos para atingir esse valor próximo do salário mínimo constitucional. Essa será a meta do movimento sindical atingir um salário mínimo baseado na Constituição Brasileira”, garantiu Luiz Moura.

Fonte: Agência Voz/CUT

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