O fim do pagamento do auxílio emergencial trará um impacto significativo para a economia sergipana, segundo especialistas, já que deixará de circular renda no Estado. Foram pagos algo em torno de R$ 3 bilhões em 2020 a milhares de sergipanos, somando as noves parcelas pagas pelo Governo Federal através do auxílio emergencial.
De acordo com o economista da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), Rodrigo Rocha, aproximadamente R$ 1,5 bilhão foram pagos a pessoas que não tinham acesso ao Bolsa Família, e com a suspensão do auxílio emergencial, a maioria ficará sem acesso a outros benefícios.
“Como o auxílio estava sendo pago a pessoas de baixa renda, a maior parte do dinheiro era direcionada para compra de bens e serviços, ou seja, estava circulando na economia e, com o fim desse pagamento, esse dinheiro deixará de estimular a economia local”, explica.
Rodrigo lembra que como já era previsto o fim do auxílio, muitos beneficiários já estavam buscando oportunidades de emprego e renda. “Muitos inclusive utilizaram o dinheiro do auxílio para empreender e abrir pequenos negócios”, destaca.
Recuperação da economia
O caminho, segundo o especialista, que deve ser seguido pelo Governo é estimular a economia, melhorando o ambiente de negócios. “Isso pode ser feito, por exemplo, com a reforma tributária e outras medidas em todos os níveis de governo, e facilitando investimentos privados, que irão gerar emprego e renda para a população, em especial, para as pessoas que ficaram sem o auxílio”, aponta.
De acordo com Rodrigo, com a reabertura do comércio local em setembro, alguns setores da economia, a exemplo do comércio e da indústria, conseguiram recuperar parte das perdas enfrentadas durante a pandemia. “Porém, o setor de serviços ainda tem muita dificuldade, pois é um setor que exige maior movimentação de pessoas e ainda existem muitas restrições a segmentos como bares, restaurantes, eventos, hotéis, etc”, ressalta.
O especialista acredita que só com a vacinação da população contra o Covid-19 é que a economia do país poderá voltar a crescer. “A economia só conseguirá voltar a ter menos volatilidade e reencontrar o caminho para um crescimento mais pujante com a vacinação em massa, que fará os governos tirarem as restrições e as pessoas se sentirem mais seguras para retomar todas as atividades que reduziram ou deixaram de fazer, por conta da Covid-19”, diz.
Aumento dos casos do Covid-19
A aumento dos casos do Covid-19 em Sergipe e a possibilidade da retomada de restrições mais severas no Estado para conter o vírus, podem acarretar em mais desemprego e dificuldade econômica. Rodrigo lembra que a população e as empresas precisam fazer sua parte, e respeitar as medidas sanitárias de segurança para que a economia possa se recuperar.
“Se houver necessidade de aumentar significativamente as restrições ao funcionamento das empresas, certamente muitas empresas, que conseguiram sobreviver ao ano passado, terão dificuldade de superar um novo momento restritivo. Porém, espera-se que as pessoas retomem todas as medidas de proteção contra o vírus e que as empresas cumpram todas as normas e recomendações, para que não haja um novo pico que exija medidas mais drásticas. Todos precisam fazer a sua parte, para que a economia reencontre o caminho do crescimento sustentado ao longo do tempo”, orienta.
Por Karla Pinheiro
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