Economista explica os motivos da alta no preço do arroz

O arroz se transformou num “vilão” da cesta básica (Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil)

Nos últimos dias o consumidor tem sentido na prática os efeitos do aumento de preço da cesta básica, especialmente ao adquirir alguns produtos, como soja, feijão e, principalmente, o arroz. Segundo o economista e coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/SE), Luiz Moura, a tendência é que o alto valor da cesta básica se mantenha nos próximos meses devido ao impacto de alguns produtos de exportação, como o arroz.

Luiz Moura, economista do Dieese (Foto: arquivo/ Portal Infonet)

Segundo Luiz Moura, o grande fator que justifica esse aumento do preço do arroz está ligado a desvalorização da moeda brasileira. “Quando a moeda se desvaloriza fica mais fácil você exportar e abastecer o mercado externo porque o exportador vai receber mais reais, isto é, mais dinheiro exportando a mesma quantidade de arroz que exportava quando o dólar estava beirando os R$ 3. Hoje a moeda americana está bem acima dos R$ 5″, detalha. 

Dessa maneira, Moura explica que esse fator estimula a exportação e, com isso, diminui a oferta desse produto no mercado interno do Brasil. “Isso tem um impacto imediato no preço do produto vendido no mercado brasileiro, fazendo o arroz ficar bem mais caro, por exemplo”, destaca.  

Além desse jogo da política externa, Luiz Moura ressalta também que alguns estados produtores de arroz registraram um grande período de seca, fazendo com que a oferta do produto fosse diminuída. “Diante desse cenário, tudo isso aumentou o preço da cesta básica e a meu juízo a tendência é que esse aumento continue. Infelizmente uma péssima notícia para os consumidores”, lamenta. 

Imposto sobre o arroz

Por conta do aumento, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, decidiu zerar a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado. A isenção tarifária valerá até 31 de dezembro deste ano. A Tarifa Externa Comum (TEC) incidente sobre o produto era de 12%, para o arroz beneficiado, e 10% para o arroz em casca.

por João Paulo Schneider 

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