Em 12 meses, a banana acumulou alta de 63,56%

(Foto: Arquivo Portal Infonet)

Em outubro, 15 das 18 capitais em que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica – apresentaram aumento no preço do conjunto de gêneros alimentícios essenciais. As maiores altas foram registradas no Rio de Janeiro (5,86%), Curitiba (4,80%), Porto Alegre (4,35%) e Vitória (4,06%). Os decréscimos no valor da cesta ocorreram em João Pessoa (-2,06%), Manaus (-1,23%) e em Recife (-0,08%).

O preço da banana aumentou em 10 capitais. As maiores altas foram registradas em Goiânia (18,57%), Curitiba (16,23%) e Brasília (16,06%). Em oito cidades houve redução, que variou de -16,73% em João Pessoa a -0,87% em Vitória. Os aumentos estiveram concentrados nas regiões Centro-Sul. O clima quente de setembro e outubro propicia a melhor qualidade da banana e pode aumentar a colheita, porém, em outubro, a oferta esteve restrita. Em 12 meses, a banana acumulou alta em 16 cidades, com destaque para Natal (75,42%), Aracaju (63,56%) e Belém (55,22%).

Com a terceira maior taxa, Porto Alegre passou a ser capital com a cesta de gêneros alimentícios de primeira necessidade mais cara (R$ 324,87) o que não ocorria desde setembro de 2012. Desde outubro do ano passado, a cesta mais cara vinha sendo a da capital paulista, que desta vez ficou com o segundo maior valor: R$ 321,14. Na sequência vieram Vitória (R$ 313,78) e Rio de Janeiro (R$ 312,90). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 222,55), João Pessoa (R$ 254,45) e Salvador (R$ 256,78).

Com base no custo apurado para a cesta de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em outubro deste ano, o menor salário pago deveria ser de R$ 2.729,24, ou seja, 4,03 vezes o mínimo em vigor, de R$ 678,00. Em setembro, o mínimo necessário era menor e equivalia a R$ 2.621,70 ou 3,87 vezes o piso vigente. Em outubro de 2012, o valor necessário para atender às despesas de uma família correspondia a R$ 2.617,33, o que representava 4,21 vezes o mínimo de então (R$ 622,00).

Entre janeiro e outubro deste ano, somente em duas localidades – Florianópolis (-0,58%) e Goiânia (-0,27%) -, a variação acumulada do preço da cesta básica apresentou queda. Nas demais 16 localidades houve alta, com os maiores aumentos verificados em: Salvador (13,06%), Rio de Janeiro (11,02%), Natal (10,95%) e Porto Alegre (10,36%). As menores elevações foram apuradas em Brasília e Fortaleza, ambas com variações de 2,96%.

Em 12 meses (entre novembro de 2012 e outubro último – período para o qual os dados referem-se a 17 capitais, pois ainda não havia divulgação da pesquisa em Campo Grande, MS) todas as localidades registraram aumento nos produtos básicos. As maiores variações foram encontradas em: Salvador (15,15%), João Pessoa (9,22%) e Belém (9,17%).

Devido à predominância de alta no preço dos itens essenciais – comportamento registrado em 15 capitais pesquisadas pelo DIEESE – a jornada necessária para o trabalhador que ganha salário mínimo adquirir a cesta básica aumentou em quase 2 horas, totalizando, na média das 18 capitais, 92 horas e 15 minutos, enquanto em setembro ficava em 90 horas e 37 minutos. Em comparação com outubro de 2012, o tempo de trabalho necessário para a mesma aquisição teve redução, uma vez que então equivalia a 95 horas e 01 minuto.

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 45,58% dos vencimentos para comprar os mesmos produtos que, em setembro, demandavam 44,77%. Em outubro de 2012, o comprometimento do salário mínimo líquido com a compra da cesta equivalia a 46,95%.

Em outubro, os preços dos produtos alimentícios essenciais mostraram predomínio de aumento. Os produtos com elevação na maioria das capitais são: carne (16), tomate (15), pão francês (15), leite (13) e manteiga (11).

A carne, produto de maior peso na cesta apresentou aumento em 16 cidades em outubro, apresentando variações entre 0,51% em Brasília e 6,55% em Recife. Duas capitais registraram retração: Manaus (-0,65%), e Florianópolis (-0,26%). A elevação do preço do produto desde setembro resulta do impacto da entressafra, uma vez que as más condições das pastagens no inverno reduzem a quantidade de animais para abate.

Além disso, os produtores estão restringindo a oferta, pois os custos de reposição das matrizes e demais insumos de produção estão superiores aos valores do ano passado. Em 12 meses – que conta com dados referentes a 17 cidades, pois a pesquisa ainda não era realizada em Campo Grande, o preço da carne apresentou recuo em Florianópolis (-4,49%), Manaus (-1,23%) e Brasília (-0,38%). Nas demais capitais, os aumentos variaram entre 1,20%, em Belo Horizonte e 8,32%, em Salvador.

O preço do tomate cresceu em outubro em 15 das 18 capitais. Foram registradas altas de 52,2% no Rio de Janeiro, 51,46% em Vitória e 41,38% em Florianópolis. As menores elevações foram observadas em Belém (0,33%) e Natal (0,64%). Os recuos foram verificados em João Pessoa (-6,11%), Campo Grande (-3,47%) e Manaus (-2,53%). O clima no momento da colheita e o baixo preço do tomate nos meses anteriores explicam a alta do produto em outubro. Na comparação em 12 meses, o tomate ainda apresentou redução em quase todas as localidades pesquisadas. As maiores retrações ocorreram em Fortaleza (-43,14%), Natal (-36,03%), Brasília (-29,72%), São Paulo (-27,88%) e Salvador (-25,24%). Os pequenos aumentos foram registrados em Aracaju (0,58%) e Vitória (0,32%).

O pão francês teve elevação em 15 das 18 capitais, e as variações oscilaram entre 0,35% em Vitória e 4,44% em Salvador. Houve redução no preço do pão apenas em Goiânia (-3,36%), Natal (-0,59%) e Recife (-0,26%). A elevação do pão segue o aumento do seu principal insumo, o trigo, que, desde setembro, vem apresentando alta devido ao excesso de chuva nas lavouras do Rio Grande do Sul. Em 12 meses, o preço do pão francês aumentou em todas as 17 capitais, com destaque para os aumentos registrados em Salvador (33,33%), Brasília (20,89%), Curitiba (19,06%) e Fortaleza (17,71%).

O preço do leite subiu em 13 locais em outubro, com variações entre 0,33% em João Pessoa e 4,60% em Campo Grande. Houve diminuição em Goiânia (-3,41%), Porto Alegre (-1,67%), Recife (-1,47%), Rio de Janeiro (-1,14%) e Belém (-0,30%). O preço do leite ao consumidor vem sofrendo influência tanto do aumento dos valores no atacado, como da valorização dos derivados do leite. Em 12 meses, assim como em setembro, o produto aumentou nas 17 cidades para as quais existem informações, com variações entre 8,09%, em Manaus e 43,52%, em Salvador.

A manteiga, por ser derivada do leite, também apresentou alta em 11 capitais. Foram registrados os maiores aumento em Curitiba (4,80%) e Belém (4,17%).  As reduções mais expressivas ocorreram em Florianópolis (-6,14%), Manaus (-3,12%) e Porto Alegre (-2,62%). Em 12 meses, os preços da manteiga aumentaram em 16 localidades, e as elevações mais expressivas ocorreram em Salvador (23,90%), São Paulo (13,50%) e Porto Alegre (10,76%). Apenas em Natal houve redução de 0,84%.

O açúcar aumentou em 10 cidades, ficou estável em Belém e teve queda em sete capitais. As maiores altas foram registradas em Aracaju (4,94%), Rio de Janeiro (1,99%) e Manaus (1,16%). Os maiores recuos aconteceram em Florianópolis (-5,86%) e Belo Horizonte (-3,10%). As chuvas atrapalharam a moagem do açúcar e houve restrição de oferta em algumas cidades, com predominância de alta de preço do produto. No entanto, para os 12 meses, a tendência foi de redução em todas as capitais, como verificado no mês anterior. Os recuos variaram entre 1,75% em Florianópolis e 27,66% em Aracaju.

O feijão foi o único produto que mostrou redução em 15 localidades. As quedas mais expressivas foram registradas em Aracaju (-13,28%), São Paulo (-11,48%) e Natal (-10,95%). Os aumentos foram verificados em Vitória (4,70%), Curitiba (1,13%) e Rio de Janeiro (0,68%). A terceira safra de feijão vem abastecendo o mercado e garantindo a redução dos preços. Na comparação de 12 meses, a tendência ainda foi de alta em nove capitais, com o registro de variações entre 0,61% em Recife e 29,38% em Porto Alegre. As quedas mais significativas ocorreram em Belém (-8,46%), São Paulo (-7,69%), Fortaleza (-7,44%) e Natal (-7,05%).

O preço do arroz diminuiu em nove cidades em outubro e ficou estável em quatro (Rio de Janeiro, Vitória, Manaus e Natal). As maiores reduções ocorreram em Florianópolis (-4,18%), João Pessoa (-1,80%) e Recife (-1,18%). O aumento do arroz variou de 0,84% (Belo Horizonte e Fortaleza) até 3,20% (Goiânia). A oferta da 3ª safra ainda reduziu o preço do arroz em algumas localidades e os produtores não apresentaram interesse em comercializar o alimento pelo valor de mercado considerado baixo. Em 12 meses, houve aumento em cinco capitais – atingindo 16,58% em Manaus e 13,08% em Brasília, estabilidade em Belém e Florianópolis e redução em 10 localidades, com destaque para Aracaju (-20,02%).

Fonte: Ascom Dieese

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