Endividamento das famílias em Aracaju tem leve recuo em um ano 

Em agosto e dezembro, a taxa de endividamento apresentou o percentual de 61,3%, caracterizando a menor taxa deste ano (Foto ilustrativa: pixabay)

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostrou que o nível de endividamento das famílias aracajuanas apresentou estabilidade nos cinco últimos meses. Contudo, aponta leve recuo no período pesquisado em relação ao ano anterior. Em agosto e dezembro, a taxa de endividamento apresentou o percentual de 61,3%, caracterizando a menor taxa deste ano. A taxa de endividamento se mantém estável. Se comparada à taxa do mesmo mês do ano anterior, houve uma queda de 2,1 pontos percentuais, perfazendo 61,3%, contra 63,4% de dezembro de 2017. A pesquisa foi analisada pelo economista Ancelmo Oliveira, diretor da Fecomércio.

Do total de famílias que admitiram estar endividadas e em números gerais, 13,5% disseram estar muito endividadas, ante 13,4% no mês anterior, indicando estabilidade no percentual. Já 25,9% alegaram condição média de endividamento, informando estar mais ou menos endividadas. Ou seja, dentro da margem consignável. O índice era de 23,9% em novembro. O indicador de famílias que se encontram na condição de pouco endividamento, que era de 24,2% em novembro recuou para 22,5% em dezembro. O apontamento sobre o índice de famílias que não possuem dívidas permanece estável. Em dezembro, os dados da CNC indicam 38,6%, mantendo patamar similar ao mês de novembro, quando 38,6% disseram não possuir dívidas como cartão de crédito, carnês de loja, prestações de carro ou seguros entre outras. O percentual dos entrevistados que não soube responder foi de 0,1%.  Em números absolutos, o endividamento apresentou redução no número total de famílias, caindo de 120.665 em novembro para 120.263 em dezembro. Comparado com dezembro do ano passado, a redução foi de 2,1%, com o número citado anteriormente, contra 123.388 famílias em dezembro de 2017. O diretor Ancelmo comentou a questão do endividamento das famílias, lembrando que possuir uma dívida não é ruim para o consumidor, dependendo do tipo do compromisso assumido e estando dentro do orçamento e de sua capacidade de pagamento.

“Ter uma dívida que esteja dentro da sua capacidade de pagamento nem sempre é ruim para as famílias, pois pode ser oriunda de um investimento ou aquisição de um bem de consumo durável.

Para a economia do estado, esses gastos são benéficos, pois dinamiza o mercado, emprega mais pessoas, além de gerar mais impostos para o erário público, formando um círculo virtuoso. Vale ressaltar que as pessoas têm que cuidar de suas finanças para mantê-las dentro de sua capacidade de desembolso para quitar suas dívidas”, disse o economista.

Contas em atraso

A Fecomércio também analisou o percentual de famílias com contas atrasadas. Em dezembro, o indicador apresenta estabilidade comparado ao mês de novembro, com uma leve queda de 26,9% para 26,6%. Com a estabilidade da taxa de endividamento das famílias, houve uma diminuição pequena do número de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas de 9,7% para 9,6%. Em números absolutos, são 52.836 famílias que estão com contas em atraso e 18.831 que não terão condição de pagar suas dívidas.

No tocante às condições financeiras para pagamento das dívidas em atraso, dentre as famílias com contas atrasadas, 47% mencionaram acreditar que podem pagar as contas atrasadas parcialmente, no mês seguinte; 36% mencionaram não ter condições de pagar as contas atrasadas no próximo mês, e 16,2% disseram conseguir pagar as contas em atraso, de forma total, no mês seguinte.

“As contas em atraso são um problema que se tornou mais comum recentemente, principalmente em decorrência da crise econômica. Entretanto, com a melhoria que se aponta para a retomada do crescimento econômico, isso pode refletir positivamente nas famílias, que poderão sanar seus compromissos, diminuindo a margem de atraso do pagamento das contas e a inadimplência”, comentou o economista diretor da Fecomércio.

Principais dívidas

Entre as principais modalidades de dívidas, o cartão de crédito continua liderando, e houve uma elevação em dezembro nessa modalidade de crédito, com 78,3% do total das famílias colocando esse tipo de dívida como a principal. Em segundo lugar aparece o crédito consignado (12,1%) e carnês (12,3%), em terceiro. Para as famílias com rendimento até 10 salários mínimos, 79% mencionaram que suas dívidas eram com cartão de crédito. Já para as famílias com remuneração acima de 10 salários esse percentual cai para 70.9%. Em se tratando de crédito consignado, para as famílias com remuneração de até 01 até 10 salários mensais, cerca de 11,9% declararam essa modalidade de dívida em dezembro. Já para as famílias com remuneração acima de 10 salários, esse percentual sobre para 14.5%. O indicador ultrapassa os 100% em virtude de as famílias terem mais de um tipo de dívida.

Renda comprometida

Para a Fecomércio apresentar a melhor compreensão do endividamento das famílias, é importante fazer com que a população conheça a parcela da renda comprometida com as contas a pagar. Em dezembro, o comprometimento médio da renda das famílias aracajuanas com dívidas apontou 26,8%. Na distribuição, 42,1% do total das famílias pesquisadas estavam com cerca de 11% a 50% da sua renda comprometida com dívidas; 20,1% afirmaram estar com mais de 50% de sua receita comprometida com o pagamento de compromissos e 36,8% informaram estar com até 10% da renda comprometida.

Tempo de endividamento

Em relação ao tempo das dívidas, a pesquisa revelou que 47,3% do total de famílias com contas em atraso, tinham dívidas estabelecidas no período dos próximos 3 meses. Para as contas a pagar entre 3 e 6 meses, o número é de 13,4%. As contas para pagamento pelo período de 6 meses a 1 ano são realidade para 11,2% das famílias pesquisadas. E 27,2% das famílias têm dívidas para pagar por período superior a 1 ano. As famílias que não souberam responder somaram 0,9%. O tempo médio comprometido com dívidas nas famílias sergipanas é de 5,6 meses.

Fonte: ascom Fecomércio

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