A estiagem, consequência das chuvas abaixo do esperado para este inverno trará um impacto negativo na economia sergipana. É que, por causa disso, a plantação de milho na região do alto sertão sergipano foi comprometida. Estima-se que 50% de toda a safra tenha sido perdida, gerando um prejuízo de R$78 milhões, além de R$204 milhões que deixam de ser movimentados em todo o Estado.
A situação é tão grave que, mesmo que as chuvas aconteçam em nível satisfatório, não adianta mais nada. O encontro entre os produtores rurais e representantes do Banco do Nordeste e Banco do Brasil aconteceu para discutir meios de acelerar a liberação do Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro)
O presidente da Federação de Agricultura do Estado de Sergipe (Faese), Ivan Sobral, falou sobre um dos reflexos negativos da estiagem. “Os produtores estão com muita dificuldade. As chuvas foram mal distribuídas, teve um baixo índice pluviométrico. Nossa expectativa era boa, mas infelizmente não foi concretizada. O valor bruto de produção é da cadeia do milho é de R$656 milhões. Somado à cadeia do leite, é de R$730 milhões. Isso equivale a 35% de todo o valor bruto de produção de Sergipe. Dá para identificar a dimensão do impacto na nossa economia”.
O Proagro é uma espécie de ‘seguro’. Com a liberação, fica garantido aos produtores o pagamento das parcelas de financiamento, em casos de produção insuficiente.
Agora, a expectativa é de que haja a disponibilização, também, de áreas irrigadas sem exploração econômica para a produção de forragem, além de usar parte da colheita para silagem, processo de criação de ração para o gado. “Queremos aproveitar o máximo que puder. Estivemos semana passada em caravana com os bancos e produtores. Vimos que no norte do Estado não há expectativa de produção. Minha produção está 90% comprometida, mas ainda tem uma pequena área que pode dar uma boa resposta se houver chuvas. Esperamos que os bancos e órgãos ligados possam se sensibilizar”, desejou José Gévio, agricultor.
Dentre as providências tomadas, está o pedido para Governo do Estado e prefeituras que decretem a situação de emergência nos municípios do ‘cinturão do milho’, para que sejam contemplados com benefícios de prorrogação de dívidas e acesso a programas do Governo Federal; agilidade nas vistorias das lavouras de milho; e disponibilização de recursos públicos para subsidiar a aquisição de silagem e água bruta para os pequenos produtores.
Agrônomo do Banco do Nordeste, Braz Costa afirmou que a reunião serviu para orientar os produtores quanto aos trâmites para obter o Proagro. “Viemos explicar as documentações que precisam apresentar, quais os prazos a seguir, para ter acesso ao seguro. De certa forma, minimizar o prejuízo. É importante que o produtor procure o projetista para que ele emita um parecer que ele plantou na data certa e usou toda a tecnologia. Esse laudo é levado para o banco, que vai enviar um perito para quantificar a perda”.
Cinturão do milho
Compõem a região produtora 25 cidades: Aquidabã, Canhoba, Canindé de São Francisco, Carica, Cumbe, Feira Nova, Frei Paulo, Gararu, Graccho Cardoso, Itabi, Lagarto, Monte Alegre, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Lourdes, Pedra Mole, Pinhão, Poço Redondo, Poço Verde Porto da Folha, Ribeirópolis, São Miguel do Aleixo, Simão Dias e Tobias Barreto.
Por Victor Siqueira
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