Explosão imobiliária chega até a Barra dos Coqueiros

Investimento no crescimento imobiliário chega até a Barra dos Coqueiros (Foto: Divulgação)

Aracaju cresce a cada dia e com o poder de compra maior e políticas de facilitação de crédito para a aquisição de casas próprias, o terreno fica fértil para a explosão imobiliária, que precisa ocupar novos espaços geralmente localizados em regiões muito próximas aos grandes centros. No caso da capital sergipana, o grande boom dos últimos tempos parece estar acontecendo no munícipio da Barra dos Coqueiros.

O professor do departamento de economia da Universidade Federal de Sergipe, Ricardo Lacerda, relembra o início das expansões em Sergipe e acha que elas foram mal planejadas. “É fácil lembrar da zona de expansão do Mosqueiro, que cresceu muito e rápido, porém depois das chuvas o pessoal ficou mais ‘cuidadoso’ com investimentos naquela área. Vários conjuntos ficaram fechados e sem acesso por conta das águas não escoadas. O crescimento pra lá diminuiu um pouco, hoje em dia não tem mais tantos lançamentos de novas habitações por lá”, comenta.

Ricardo Lacerda, professor do departamento de econômia da UFS (Fotos: Portal Infonet)

Para ele, a bola da vez é o município da Barra dos Coqueiros, por conta do grande número de espaços habitacionais que estão sendo construídos na região. O economista se preocupa com os problemas que o crescimento imobiliário traz para a vida nas cidades. “Além do problema de falta de água, que já ronda a região, tem que ver também a questão do saneamento e esgotamento. É preciso que esses empreendimentos sejam bem organizados e fiscalizados para não prejudicar o meio ambiente e as pessoas. O que me parece é que o ordenamento lá é frágil não existe um plano diretor para ser seguido”, diz.

O professor fala também da pressão de demanda social que se cria nas regiões que estão crescendo. “Cada condomínio que se cria gera uma pressão de demanda social para o setor público de escola e saúde. Se um grande conjunto habitacional é construído, ele precisa de escolas para as crianças, tem que ter posto de saúde, vigilância, iluminação pública, coleta de lixo, ruas melhores e mais largas, dentre outras coisas. A prefeitura é que precisa tomar as rédeas disso e não ficar a mercê das construtoras”, conta.

Prefeitura

Vista da Avenida oceânica, na Barra dos Coqueiros

O prefeito da Barra dos Coqueiros, Gilson dos Anjos, garante que a cidade está crescendo de maneira estruturada e tem sim um plano diretor que é seguido a risca. “A Barra é o município sergipano que mais cresce, isso é inegável. Nós estamos tendo um crescimento sustentável e planejado, temos um plano diretor bem elaborado que ele delimita e coloca parâmetros para todos os investimentos na cidade”.

O prefeito está confiante na administração e espera que o crescimento imobiliário gere renda e novos empregos para população nativa da região. “Eu vejo o crescimento com bons olhos, a especulação imobiliária na cidade cresceu de uma maneira vertiginosa. Hoje nós temo a esperança de gerar emprego e renda e esse é o maior desafio das administrações modernas”, explica.

O prefeito diz ainda que o município não está de braços cruzados. “Escolas estão sendo feitas já prevendo a necessidade dos filhos dos novos moradores, para a saúde foi construída uma clinica de saúde da família que é um convenio do município com o governo do estado. As obras de insfraestrutura que são de drenagem e pavimentação já estão contemplam 70% das casas da região, faltam apenas mais 30% das casas e os povoados”, explica.

Contemplando

Gilson dos Anjos, prefeito da Barra dos Coqueiros

Diferente do que o prefeito afirma, a população que vivem nas proximidades da região onde estão sendo construídos os novos loteamos habitacionais já sentem alguns problemas, e o que mais incomoda é sem dúvida á falta de água constante.

Maria Teresa Tavares, que reside próximo ao Residencial Solar da Barra, na avenida José Mota Macedo, reclama que na sua casa falta água quase todos os dias e desconfia que seja por conta das novas construções. “Depois que começaram a afazer esses prédios essa falta de água começou, todo dia falta, é uma coisa, tem que acordar bem cedinho pra encher os baldes para usar durante o dia”, reclama.

Célia Alves, também residente da região, concorda com a vizinha, falando também da péssima qualidade da água. “Não tem água nunca e ainda quando aparece é toda amarela, não dá nem pra lavar as roupas do bebê, muito menos se fosse pra beber”, diz.

Gabriel Azevedo, residente da rua Carlos Gomes, também já está farto de ter que esperar pela água de manhã cedo e pagar contas para não ter água suficiente. “Isso já virou palhaçada, pagamos conta pra que? Pra ficar mendigando água? Quero ver quando esses prédios estiverem prontos e não tiver água pro povo como é que vai ser?”, questiona.

Segundo a prefeitura, as reclamações sobre a falta de água fazem sentido. “A barra até cinco anos atrás tinha por volta de cinco mil habitantes, hoje já tem mais de 25 mil. A demanda por água aumentou, é um problema que acontece no momento”, reconhece o prefeito.

Mas Gilson afirma que dentro de pouco tempo novas obras serão finalizadas e a oferta de água será triplicada no município, “As obras ainda estão em andamento, quando os sistemas estiverem em operação, tudo vai ser solucionado e ficaremos por uns 10 anos sem problemas de falta de água, eu acredito que as obras não demorem mais que 45 dias pra ficarem prontas”.

Por Janaina de Oliveira

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