Farinha sofre alta no preço e consumidor reclama

“Quer mexer com nordestino é só dizer que no almoço não vai ter feijão nem farinha”. A afirmação é do almoxarife Carlos Alberto Bezerra de Menezes. Ele foi ao mercado Albano Franco nesta manhã, 25, para comprar farinha e levou um susto com o aumento do preço do quilo do produto.

Carlos Alberto reclama do preço, mas não deixa de comprar a farinha (Fotos: Portal Infonet)

Antônio Santos está comprando farinha em São Paulo 

Claudio de Jesus também repassou o aumento do preço para o cliente

Fabiano Oliveira disse que vender o quilo da farinha por R$ 7 é exploração

Jucilene Santos disse que está comprando as frutas com aumento no preço, mas não repassou para os clientes

“Está caro demais. Há 15 dias comprei um quilo de farinha por R$ 4,50 aqui no mercado mesmo e agora já está custando R$ 7. Reclamo do preço, mas tenho que comprar, não almoço sem ela, pense na raiva que fico quando a farinha falta. Deus me perdoe por isso”, ressaltou.

Assim como ele, a dona de casa Maria Heloísa Ferreira também reclamou do aumento do preço do produto. “Lá em casa todo mundo gosta de farinha, mas se continuar aumentando desse jeito vou ter que deixar de comprar”, disse ela. Há 32 anos no mercado, o comerciante Antônio Santos informa que a farinha teve alta porque está faltando mandioca em Sergipe.

O produto, segundo ele, está vindo de São Paulo. “Mando buscar lá na cidade de Marília, aí a farinha chega cara para a gente. Infelizmente temos que repassar para o cliente”, afirma, acrescentando que o quilo da farinha fina ou média passou de R$ 5,00 para R$ 7,00. Já o da farinha grossa, que custava R$ 4,00 está agora por R$ 6,00.

“Quando tinha mandioca em Alagoas era melhor, a gente comprava mais barato. Mas lá também foi afetado pela seca e não tem produção de mandioca”, explica. Mas, em contrapartida, o quilo do feijão sofreu redução no preço. “Era R$ 12,00 e agora baixou para R$ 4,00 ou R$ 5,00 para o cliente. Pelo menos isso melhorou”, disse.

Pesquisa de preço

O comerciante Claudio de Jesus também tenta amenizar a situação, informando que só foi o preço da farinha que teve aumento. “O povo reclama muito, mas as coisas estão aumentando e a gente não tem para onde correr. Tem que repassar os custos para o consumidor”, diz. Fabiano Oliveira discorda dos colegas de trabalho e diz que vender o quilo da farinha por R$ 7,00 é exploração.

“Eu não vou chegar a vender para o cliente por esse preço não. Posso até aumentar, mas enquanto tiver produto estocado o preço vai ser o mesmo de antes”, informa. Na banca dele o quilo da farinha varia de R$ 4,00 (média) a R$ 5,50 (amarela). “O cliente quando chegar ao mercado tem fazer pesquisa de preço, não é chegar e já ir comprando na primeira banca que vê pela frente”, orienta.

Os preços das caixas e sacas de frutas também sofreram aumento. Segundo a comerciante Juciene Santos, o mamão, o abacaxi, o melão, o maracujá, a pinha e até as uvas estão mais caras, mas ainda dá para segurar e o preço não foi repassado para o consumidor. “Por causa da seca, a produção cai, mas ainda estou comprando frutas aqui em Sergipe e na região Nordeste mesmo. Mas, estou vendendo tudo pelo mesmo preço de antes”, afirma.

De acordo com ela, a caixa de mamão, que antes custava R$ 25, agora está por R$ 45. A de abacaxi passou de R$ 180 para cerca de R$ 320. “Mesmo assim, o abacaxi continua por R$ 50, a unidade”, informa.

Por Moema Lopes

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