Feira Agrária traz produtos agrícolas sem agrotóxicos

Luís Alves: elogios aos preços (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

A Feira da Reforma Agrária está acontecendo desde segunda-feira, 8, e prossegue até a próxima quinta-feira, 11, na praça Fausto Cardoso, em Aracaju. Nas barracas, estão expostos à vendas diferentes tipos de legumes, verduras, frutas, hortaliças, todos produzidos nas áreas destinadas à política de reforma agrária e sem uso de agrotóxicos, segundo informam os próprios agricultores.

É uma ampla feira que acontece anualmente com apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e uma empresa terceirizada que dá o suporte logístico para o transporte dos produtos comercializados e também  na montagem das barracas. Até animais vivos, especialmente galinhas, artesanato de cada região e doces e comidas típicas estão colocados à venda a preços variados, e bem mais abaixo dos praticados no comércio tradicional.

Segundo os próprios assentados, mais de cinco mil famílias são beneficiadas com esta iniciativa, que ocorre anualmente. Os assentados elogiam a oportunidade, mas defendem que a feira seja realizada em outras datas.

Artesanato também se destaca na Reforma Agrária

“Seria bom que fosse realizada todo mês”, comenta o senhor Erisvaldo Alves de Souza, do assentamento 13 de Maio do município de Japaratuba. “De ano em ano, as pessoas esquecem”, justifica José Maria da Silva Gonzaga, do assentamento Maria Zenilda, de Neópolis.

As maiores carências nos assentamentos, segundo a agricultora Maria Luíza Gomes, estão relacionadas à falta de investimentos em tecnologia para que os assentados possam ampliar a produção e ao apoio logístico para viabilizar o escoamento. “São várias as dificuldades, mas as maiores são estas. Muitas vezes as famílias não produzem mais porque não têm como vender”, considera Maria Luíza Gomes, do assentamento Chapadão José Emídio, em Capela.

Com as dificuldades, segundo a agricultora, os assentados acabam limitando a produção para a subsistência. “E aí acaba plantando para a nossa sobrevivência”, diz.

Luíza: dificuldades para escoar produção

O casal Givaldo da Silva e Maria Gicelma dos Santos Silva, do assentamento Tingui, em Malhador, estava radiante com os resultados da comercialização dos gêneros alimentícios que produz. “A gente trabalha lá na roça, mas a gente não tem feira certa para vender. Tem aqui, mas é de ano em ano”, observa Givaldo. “E tudo é plantado lá no assentamento, sem agrotóxico”, ressalta Gicelma.

As pessoas que passaram pela praça Fausto Cardoso ficaram satisfeitas com os produtos que encontraram e também com os preços.

“Esta é a primeira barraca que estou visitando. Os preços estão bons e a aparência demonstra que os produtos são de boa qualidade”, observa o bancário Luís Alves. “Vamos ver quando cozinhar”, complementou, entre risos.

O técnico de saúde José Carlos da Silva, que atua na empresa terceirizada que presta atendimento aos assentamentos do núcleo de Simão Dias, garante que o Governo Federal já começou a ampliar os recursos para atender aos assentamentos.

Erisvaldo, ao fundo: comércio de animais vivos

Segundo o técnico, o governo deve liberar, a partir do mês de outubro, cerca de R$ 3 mil por família por meio do projeto Apoio Mulher.

Fábricas

O superintendente do Incra, Leonardo Góes Silva, informou que o órgão optou por universalizar a assistência técnica aos assentados para garantir a produção. “Sem assistência técnica, tudo é voo de galinha”, considerou, numa referência à necessidade de acompanhar todo o processo de produção no campo para garantir melhor produtividade.

Ele garante que nesta outra fase, o Incra já está concentrando esforços para dar apoio ao escoamento da produção e também a fazer investimentos em novas tecnologias nos assentamentos. “Há intenção forte do Governo em dar este apoio e estamos no caminho certo”, considerou.

Legumes, horaliças e frutas predominam na feira

Neste aspecto, o Incra está com quatro projetos, que movimentarão cerca de R$ 2 milhões.

Estes recursos serão destinados, segundo o superintendente, à criação de fábricas de polpa de fruta nos municípios de Estância e Pirambu, ampliação da fábrica de bolo em Japaratuba e ampliação do processamento de macaxeira no assentamento Jacaré-Curituba, em Canindé do São Francisco.

Além destes projetos, conforme ressaltou, o Incra pretende padronizar as barracas para que os assentados possam comercializar os produtos agrícolas nas feiras livres próximas aos assentamentos.

O superintendente do Incra promete avaliar a possibilidade de atender a principal reivindicação dos agricultores. Ele informou que o Incra analisará, também, a possibilidade de ampliar as ações para realizar a Feira da Reforma Agrária em Aracaju em outras datas.

Zé Maria: "uma vez no ano, o povo esquece"

Por Cássia Santana

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais