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(Foto: Luiz Carlos Lopes Moreira Ascom/Seagri) |
O programa de diversificação de culturas implantado e estimulado pelo governo de Sergipe e propagado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (SEAGRI), tem refletido de forma positiva as expectativas técnicas e, sobretudo tem merecido da parte dos beneficiários fortes elogios em razão do êxito apresentado, oportunizando novos ganhos, agregação de valores, fugindo assim da monocultura que torna o produtor extremamente dependente.
Foi desta forma que o Secretário da Agricultura de Sergipe, Francisco de Assis Dantas, traduziu o reflexo da animação de pequenos agricultores da região sul do Estado, além de conferir in loco o que vem acontecendo nas pequenas propriedades em razão da diversidade de plantios de culturas não tradicionais que revelam sucesso e têm aumentado a alta estima de quem abriu um leque maior de opções na agricultura garantindo melhorias para o sustento da família.
Acompanhado do Secretário Adjunto da Agricultura, Diógenes Junior, do Presidente da Pronese, Manoel Hora, do Diretor de Ação Fundiária da Emdagro, Gilson Barreto, dos diretores de Irrigação e da Infraestrutura da Cohidro, respectivamente Paulo Sobral e João Quintiliano, do Assistente Técnico da Seagri, Antônio Bernardo Lima, como também do Agrônomo Auro Andrade, da Emdagro, em Umbaúba, o Secretário da Agricultura Francisco de Assis Dantas visitou algumas pequenas propriedades da agricultura familiar na região sul, comprovando informações técnicas que corroboram com a validade da Diversificação de Culturas, pela oportunidade da intensificação da pesquisa no Estado, pela possibilidade de formatar Unidades Demonstrativas e nesse caminho provocar atenção dos agricultores para mudanças na agricultura, como também montar uma estratégia técnica para consolidar mercados que já seguem o trajeto de novas culturas não tradicionais em diversos Estados do País, como vem acontecendo com o Estado de Sergipe.
Propriedade do agricultor familiar Manoel Conceição, com duas tarefas de área, localizada no Município de Arauá, revela a busca de alternativas cultivando abacaxi, laranja, mandioca, maracujá, milho, banana, traduzindo o que o Agrônomo Auro Andrade, da Emdagro, informou, como um Jardim Clonal, refletido pelo trabalho de cunho observatório a serviço do produtor, para avaliações sobre o que melhor se adapta em termos de resultados de cultivo. “Um instrumento do governo observar tecnologias, com acompanhamento e uso de material propagativo que possa ser repassado a outros agricultores assistidos pela Extensão rural e Assistência Técnica”, reforçou o Agrônomo.
Em Pedrinhas, foi feita uma visita à propriedade de Agostinho Alves de Andrade, que tem 40 tarefas e defende com testemunho a diversificação de culturas, pois tem plantação de Açaí, Copuaçu, laranja lima, tangerina pocan, limão taiti, além de jaca, banana, produção de leite, hortaliças, além de laranja pera, sobre a qual ele faz um alerta baseado na experiência vivenciada: “Não plante laranja em áreas de 5, 6 e 10 tarefas de terra, você vai empobrecer mais”. Ele informou que continua na citricultura cultivando a Tangerina Pocan, conseguindo com os tratos culturais adotados, mais de 6 caixas por pé. Para ele diversificação de cultura é muito importante para uma região.
Sobre o Açaí, ele defende o cultivo, baseado no conhecimento que afirma ter da cultura por ter vivido na região amazônica. Agostinho enfatiza a comercialização da polpa cuja procura já é grande em Sergipe, sendo feita a pasteurização na propriedade o que facilita a comercialização do produto final.
O Engenheiro Agrônomo Auro Andrade, da Emdagro, disse na oportunidade que naquela propriedade se desenvolve um trabalho em sistema agroflorestal, com acompanhamento, cujo produtor já viveu na região amazônica onde acompanhou os tratos culturais do açaí, copuaçu, e as demais culturas ele conhece como agricultor sergipano da região sul, promovendo a diversificação na propriedade, criando assim alternativas que asseguram a manutenção familiar com o próprio trabalho no campo.
Astério Leandro dos Santos tem seis tarefas de terra em Arauá, onde possui tudo que é possível, como coco, galinhas, banana, laranja, porco, mas se tornou conhecido pelo pioneirismo sergipano na cultura do cacau. Algo pequeno, artesanal, mas fruto da intimidade adquirida no sul da Bahia quando ali trabalhou em cacaueiros. Sua história é interessante, pois começa quando deu baixa na carteira de trabalho na região de cacau da Bahia e resolveu regressar a Sergipe.
Nesse retorno encontrou um fruto de cacau, e trouxe para Arauá. Cortou o fruto, retirou as sementes e as colocou para secar e quando secas as plantou passando a assistir seu desenvolvimento até quando começou a frutificar. Ele disse que a esposa reclamava daquelas plantas poios a gurizada que desconhecia o cacaueiro agredia as plantas, retirava os frutos e os jogava fora, o que a motivou a cortar alguns dos cacaueiros o que provocou revolta do marido que lhe disse na ocasião, essas plantas valem ouro pelos frutos que têm. Mesmo assim restaram pouquíssimas plantas, mas Astério não desanimou e assim que colheu os frutos e conseguiu secar as sementes as colocou em sacos e tomou o rumo, de ônibus da região sul da Bahia. Ali teve como surpresa o que à época achou muito dinheiro recebido pelas sementes, tidas pelos compradores como de excelente qualidade.
O agricultor continua anualmente viajando com destino ao sul da Bahia, e já garantiu eu esta ano ainda levará entre 4 a 5 arrobas de cacau. A diversificação é defendida pelo Sr. Astério que, além do cacau produz coco, banana, laranja, cria galinhas e porcos, destacando que é preciso ter mais produtos na propriedade, pois quem continua com uma única cultura tem sorrido muito. Ele ao final afirmou “a laranja já foi um negócio bom, mas agora está muito fraco o comércio”, concluiu.
Na divisa de Arauá e Umbaúba, encontra-se a propri9edade do agricultor familiar José Ângelo de Souza, conhecido como Zé de Chico. Em apenas um hectare, ele plantou quatro mil mudas de cacau que hoje já contam entre 1 a 4 anos, sempre ganhando experiência e buscando informações técnicas para melhora cada vez mais a produtividade. Ele foi citricultor, mas buscou alternativa e se afinou com o cacau, que ele afirma render 10 vezes mais que a laranja.
Como cacauicultor Zé de chico representa a primeira produção comercial de Sergipe pois a produção é regular e crescente, que, conforme enfatizou a expectativa para esta safra de 2014, é de produzir entre 120 a 130 arrobas de cacau por hectare, produtividade considerada extraordinária uma vz que a produtividade da Bahia está na média de 22 arrobas por hectare, enquanto a produtividade nacional es´ta na média de 665 arrobas por hectare. A comercialização da sua produção. É feita nos municípios de Santo Antônio de Jesus e Valença, na Bahia.
Agregado a alguns pés de laranja, Zé de Chico explora, além do cacau, a piscicultura em tanque, criando e comercializando Tambaquis, que lhe rendeu este ano 9 mil quilos. O Secretário Francisco Dantas afiançou o apoio do Governo do Estado à Diversificação de Culturas, e comunicou que ganhou um grande aliado ao programa: o Fundo Internacional da Agricultura (FIDA), cujos representantes que se encontravam em Missão a Sergipe, Ivan Cossio Cortez e Hardi Wulf, ao se cientificarem através do Secretário sobre a positividade da diversificação de culturas no Estado, garantiram incluí-la na programação do Fundo.
Fonte: Ascom/Seagri