Ingredientes do Caruru variam de preço no Mercado

Castanha, amendoim e azeite de dendê são itens indispensáveis da receita (Fotos: Portal Infonet)

O mês de setembro celebra as festividades em homenagem aos santos católicos Cosme e Damião, trazendo consigo a tradição de oferecer uma iguaria muito famosa no Nordeste: o Caruru. Festejados pela igreja católica no dia 26, os santos gêmeos também encontram reconhecimento entre as religiões afro-brasileiras, que os homenageiam no dia 27, associados a entidades místicas. Típico da Bahia, o antigo costume de agregar o prato aos festejos de Cosme e Damião tornou o Caruru uma comida muito apreciada não só entre os devotos. Para quem não deixa de lado a tradição, o Portal Infonet foi ao Mercado Municipal pesquisar os preços dos ingredientes que compõem a popular receita.

Base da receita, o quiabo sofre grande variação de preços de banca em banca. O centro, que em média custa R$5, pode chagar a R$8 dependendo do local. Segundo a comerciante conhecida como ‘Princesa’, o valor do quiabo sobe neste período não somente em razão da celebração de Cosme e Damião. “O preço fica mais caro por que o tempo não é próprio. A seca faz aumentar o preço do saco de um dia para o outro, e a gente acaba tendo que repassar para o cliente. Ontem mesmo comprei um saco por R$60, e hoje tive que pagar R$80”, diz Princesa.

Base do Caruru, quiabo sofre grandes variações de preço

Outros ingredientes do Caruru que variam de preço são o azeite de dendê, cujo litro custa entre R$4,50 e R$7, e a castanha, que pode chegar a R$24 o kg. Já quebrada, a castanha sai mais em conta: em média R$15 por kg. O amendoim torrado também varia de preço, custando entre R$ 7 e R$8 o kg. A festa de Cosme e Damião provoca ainda o aumento do preço do camarão. O item, que normalmente custa R$12 o kg, em setembro está custando em média R$18.

Também presentes na lista de compras de quem faz o Caruru, a cebola, o gengibre e o limão estão atualmente com os preços estáveis. O kg da cebola custa entre R$2 e R$2,50, e o do gengibre R$ 5. O limão, vendido em saquinhos de diferentes quantidades, sai a R$1 por cada cinco unidades.

Segundo o comerciante Kleber Gomes, a castanha é o item mais procurado nesta época. “Se normalmente eu vendo um fardo de castanha por semana, em setembro eu chego a vender três por que a procura sobe muito”, conta. Kleber afirma também que o aumento do preço da castanha esse ano se iniciou bem antes do previsto. “Como não teve caju, a castanha também ficou rara. A gente teve que comprar de fora para vender aqui. Tem mais ou menos cinco meses que aumentou o preço, e se manteve até agora”, diz.

Devoção

Segundo o comerciante Kleber Gomes, castanha é o item mais procurado

Cosme e Damião são considerados no Brasil os padroeiros dos farmacêuticos e médicos pela igreja católica. A história conta que os santos percorriam a Ásia exercendo a medicina sem cobrar nada daqueles que curavam. Para as religiões afro brasileiras, a exemplo do candomblé e da umbanda, os gêmeos são associados aos ibejis, entidades amigas das crianças às quais devem ser ofertadas doces e guloseimas. Por esse motivo, é comum em alguns locais oferecer não só o Caruru, mas doces às crianças da vizinhança. Além disso, é tradição também colocar balas aos pés das imagens dos santos nos oratórios.

Por Nayara Arêdes e Raquel Almeida

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