Mais da metade do PIB de SE veio da área metropolitana de Aracaju

Capital responde por mais de 40% da riqueza gerada no estado em 2018. (Foto: Ana Lícia Menezes)

Em 2018, o PIB sergipano chegou a R$ 42,02 bilhões. Em valores reais, o valor representa uma
queda de 1,8% em relação a 2017, o que faz do estado a única unidade da federação a ter redução
no valor real do PIB para o período considerado. A queda no PIB em 2018 se deve sobretudo à
seca, que fez diminuir o valor adicionado da agropecuária, cuja participação no PIB passou de
5,40% em 2017 para 3,81% em 2018.

Como a queda no PIB veio principalmente do setor primário, a participação de Aracaju, com uma
matriz econômica mais baseada nos serviços e na administração pública, aumentou, passando de
40,23% para 41,12% do total do PIB sergipano. O PIB de Aracaju chegou a R$ 12,28 bilhões em
2018, sendo o maior entre os 75 municípios sergipanos e o 53o do Brasil. Aracaju é o único
município sergipano na lista dos 100 maiores PIBs do Brasil.

Juntamente a Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros, a soma da riqueza
produzida na RM de Aracaju equivale a mais da metade do PIB sergipano em 2018. Nossa Senhora
do Socorro responde 6,09% do PIB do estado, com valor a preços correntes de R$ 2,56 bilhões, o
segundo maior do estado. Já São Cristóvão, responde por 2,13% do PIB sergipano, com um valor a
preços correntes de R$ 895,76 milhões. Tanto Nossa Senhora do Socorro quanto São Cristóvão,
porém, vêm perdendo participação no total do PIB estadual. A Barra dos Coqueiros, por sua vez,
aumentou sua participação, passando de 0,95% a 1,17% do PIB do estado, com um valor a preços
correntes de R$ 491,07 milhões.

Municípios do semiárido são os mais afetados pela queda do PIB em 2018

Em ano marcado pela seca, os municípios do semiárido sergipano foram os mais afetados. Isso se
deve ao peso da produção agropecuária nessa região. Dos 29 municípios que compõem o
semiárido sergipano, 23 perderam participação no PIB estadual. Outros três municípios
mantiveram a participação percentual de 2017. Apenas em Aquidabã, Propriá e Canindé de São
Francisco tiveram aumento de participação no PIB entre 2017 e 2018.

No total, somando o PIB dos 29 municípios do semiárido, houve ganho de participação, mas
apenas em razão do avanço de 1,1% registrado em Canindé de São Francisco, o município com o
terceiro maior PIB do estado, graças, sobretudo, à usina hidroelétrica que hospeda. Sem Canindé
de São Francisco, o semiárido teria perdido cerca de 0,9% de participação na riqueza produzida
em Sergipe.

Depois de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e Canindé de São Francisco, os maiores PIBs do
estado estão no agreste (Itabaiana, com R$ 1,80 bilhão) e no litoral (Estância, com R$ 1,70 bilhão).
Juntos, esses cinco municípios respondiam por mais de 60% da riqueza gerada em 2018. Apenas
mais um município supera R$ 1 bilhão em valor do PIB: Lagarto, com R$ 1,47 bilhão.

Considerando os principais setores de atividade da economia, Riachão do Dantas passou a ser o
município com maior valor adicionado na agropecuária, com uma produção de R$ 102,18 milhões,
ultrapassando Itabaiana e Lagarto, os dois municípios que encabeçavam o ranqueamento em
2017. Dessa vez, eles foram o segundo e terceiro municípios com maiores valores adicionados no
setor agropecuário. Estância e Neópolis completam a lista dos cinco municípios nessa comparação.

No caso da indústria, o maior valor adicionado estava em Aracaju (R$ 2,14 bilhões). Canindé de
São Francisco aparecia em segundo, com R$ 1,81 bilhão, seguido de Estância (R$ 481,93 milhões),
Nossa Senhora do Socorro (R$ 369,89 milhões) e Itaporanga d’Ajuda (R$ 339,16 milhões). No caso
dos serviços, Aracaju repete a primeira posição (R$ 9,92 bilhões), seguido de Nossa Senhora do
Socorro (R$ 1,06 bilhão), Itabaiana (R$ 923,21 milhões), Lagarto (R$ 560,46 milhões) e Estância (R$
523,44 milhões).

Em 36 municípios, administração pública respondia por mais da metade do PIB
Com a queda da produção agropecuária em vários municípios sergipanos no ano de 2018, a
participação da administração pública no PIB municipal aumentou. Em 2017, 28 municípios
sergipanos tinham participação de mais de 50% da administração pública no valor adicionado do
PIB. Em 2018, esse número saltou para 36. Em General Maynard (69,43%), Pedra Mole (66,62%),
Amparo de São Francisco (66,17%), Telha (66,01%) e Pinhão (65,11%), a administração pública é
responsável por cerca de 2 a cada 3 reais de valor adicionado no PIB. Desses cinco municípios,
apenas Pinhão não está entre os dez menos populosos do estado. Mas a lista inclui municípios
como Poço Redondo (54,24%), que está em 11o entre os municípios mais populosos do estado.

Apenas em sete municípios, a administração pública respondia por menos de 25% do valor
adicionado em 2018. Eles eram: Canindé de São Francisco (8,26%), Aracaju (19,90%), Rosário do
Catete (20,96%), Itaporanga d’Ajuda (22,43%), Laranjeiras (23,27%), Estância (24,18%) e Divina
Pastora (24,24%). Em valores absolutos, a administração pública tem os maiores valores
adicionados em Aracaju (R$ 3,00 bilhões), Nossa Senhora do Socorro (R$ 774,76 milhões), Lagarto
(R$ 464,47 milhões), Itabaiana (R$ 412,71 milhões) e São Cristóvão (R$ 336,43 milhões).

Em uma década, índice que mede concentração do PIB aumenta
Utilizando uma medida de concentração bastante conhecida, o índice de Gini, é possível perceber
que o PIB sergipano está mais concentrado (menos distribuído, portanto) do que há cerca de uma
década. O índice de Gini é expresso em valores que vão de 0 a 1. Se o índice de Gini fosse igual a
zero, o PIB estaria distribuído uniformemente entre os 75 municípios sergipanos, isto é, todos
teriam exatamente o mesmo valor. Se o índice de Gini fosse igual 1, apenas 1 município produziria
toda a riqueza do estado e os outros 74 teriam uma produção igual a zero. Quanto mais perto de
1, mais concentrado; quanto mais perto de 0, mais distribuído.

Em 2018, o índice de Gini do PIB ficou em 0,740. Em 2009, ele era levemente menor: 0,713. O
setor de atividade econômica que mais aumentou a concentração foi o setor da agropecuária,
que, via de regra, é o setor de atividade menos concentrado: 0,473 em 2009 para 0,511 em 2018.
Na indústria (0,836 em 2009 para 0,835 em 2018) e nos serviços (0,831 em 2009 para 0,828 em
2018) houve um movimento discreto de desconcentração. Mas na administração pública (0,583
em 2009 para 0,597 em 2018) houve um pequeno aumento na concentração.

Fonte: IBGE

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