Medidas do Governo Federal repercutem em Sergipe

Roberto Silva: "Política suicida" (Fotos: Portal Infonet)

O anúncio das medidas para redução de gastos e aumento da receita por meio da não realização de concursos e adiamento dos reajustes para os servidores públicos, além do retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) pelo Governo Federal, repercutiu na manhã desta terça-feira, 15 na capital sergipana. Para o dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/SE), o professor Roberto Silva, “é uma política suicida”.

De acordo com ele, o ajuste fiscal anunciado nesta segunda-feira, 14 pelos ministros pelos Nelson Barbosa, do Planejamento, e Joaquim Levy, da Fazenda, é extremamente nocivo aos trabalhadores.

“Isso porque tem o único objetivo de arrecadar fundos para o pagamento da dívida, o que é muito ruim. Se o país está em crise, o Governo deve dar um retardamento maior e um parcelamento maior para aos pagamentos da dívida, para que sobre dinheiro para investir no país, retomar o desenvolvimento e a geração de emprego. O que o Governo está fazendo é um processo inverso, retirando direitos dos trabalhadores, congelando salários, aumentando impostos, reduzindo o poder de compra dos trabalhadores e isso é extremamente ruím porque a Economia para, os trabalhadores perdem o poder de compra e os maiores prejudicados são os mais pobres”, entende.

Luis Moura: "País precisa resolver o papel político"

Roberto Silva disse ainda que, quem ganhará dinheiro com essas medidas é o capital financeiro. “Os banqueiros ganharão com essas medidas e pra nós essa é uma política suicida porque a principal base eleitoral do Governo Dilma Rousseff, são os mais pobres e são justamente esses que estão sofrendo com o ajuste fiscal”, enfatiza.

Prejudicados

O coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômico em Sergipe (Dieese), o economista Luis Moura explicou que as medidas anunciadas pelo Governo Federal irão trazer prejuízos principalmente para os servidores públicos. “Os principais prejudicados com as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff serão os servidores públicos federais. Dos 26 bilhões de reais que se pretende obter com os com as medidas, R$ 10 bilhões serão com os cortes de benefícios para os servidores”, ressalta.

Luis Moura disse ainda que sobre a polêmica da CPMF (Imposto sobre o cheque) como a principal fonte de receita, o problema é saber se vai ou não ser aprovada pelo Congresso. “Quanto ao aumento de impostos, existe um dado novo que é a situação do país se agravar. Provavelmente o Congresso vai ter uma tarefa difícil, tanto a oposição, quanto a situação, pois uma das fontes de resolver as dificuldades é aumentar a receita. O ponto chave disso tudo é que o país precisa resolver o seu papel político. Sem isso, não tem nenhuma medida que vai surtir efeito”, acredita.
Medidas

As medidas anunciadas  visam segundo os ministros Nelson Barbosa e Joaquim Levy, obter em 2016, um superávit primário de R$ 34,4 bilhões, sendo que R$ 26 bilhões da diferença de R$ 65 bilhões, deverá ser obtido com o corte de despesas; R$ 11, 9 bilhões com redução de benefícios tributários e reforços da arrecadação sem aumento de impostos e R$ 28,4 bilhões com a elevação de tributos.

Quanto à CPMF extinta em 2007, o Governo da presidente Dilma Rousseff propõe o restabelecimento a uma alíquota de 0,2%, por quatro anos, visando custear a Previdência Social, para o pagamento das aposentadorias.

Por Aldaci de Souza

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