O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fez mais uma ocupação em Aracaju. Cerca de 200 famílias já começaram a construir barracos improvisados em uma área de aproximadamente 100 mil metros quadrados no bairro Santa Maria, conforme cálculos feitos pela própria organização do Movimento.
A propriedade do imóvel é ignorada. “Não interessa se o terreno é público ou privado. O que importa é que esse terreno está abandonado há anos e não cumpre a função social”, esclarece Eliane Silva, membro da coordenação nacional do MTST. “Aqui é um bairro com grande déficit habitacional e o movimento fez a ocupação para fazer cumprir o papel social. É dever do Estado verificar a situação dos terrenos abandonados e fazer cumprir a função social”, enalteceu.
As famílias começaram a chegar no local na noite do sábado, 30. “No início, havia 200 famílias, mas como tem muitas famílias desempregadas muita gente continua chegando”, informa Denisson Santos, que se apresenta como desempregado e um dos coordenadores do MTST em Sergipe. “Aqui, essas famílias não têm emprego: ou escolhe pagar o aluguel ou botar comida em casa”, diz.
O vigilante Léo Santos, 35, disse que optou pela ocupação daquele terreno em função das dificuldades que enfrenta para encontrar uma ocupação. Ele informou que está desempregado há cerca de quatro e há dois anos está pagando aluguel. Mas a situação está piorando a cada dia porque sua esposa também está desempregada. Com um filho, os problemas financeiros só tendem a se agravar, segundo revelou. “Sou vigilante, servente, ajudante de pedreiro, ajudante de cozinheiro… já coloquei currículo em tudo quanto foi lugar e até agora não consegui um emprego”, diz.
Os ocupantes, incluindo adultos e crianças, estão vivendo de forma comunitária em alojamentos improvisados que já sendo erguidos na área, e recebem apoio de outras comunidades para preparar os alimentos, produzidos ali mesmo em uma improvisada cozinha coberta por uma lona e um fogão colocado à frente, também improvisado com madeira, para cozinhar os produtos que os ocupantes recebem a título de doações.
A advogado Izadora Brito informou que o MTST em Aracaju está organizando um grande ato para chamar a atenção dos governantes para a necessidade de realizar políticas públicas de moradia popular que possa atender as famílias mais carentes. A advogada garante que o terreno em questão está em situação irregular, sem que os órgãos públicos façam o recolhimento dos impostos inerentes a este tipo de propriedade e defende que a área seja desapropriada para revertê-la em moradia popular.
O Portal Infonet tentou ouvir o Governo do Estado sobre a questão. A assessoria da Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom) informou que o terreno em questão é uma propriedade particular e que o Governo dispõe de política de habitação, pagando aluguel social a famílias carentes.
por Cassia Santana
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