Não há previsão para explorar pré-sal de Sergipe

Seminário tem patrocínio da Petrobras
Em Brasília, um evento organizado pela Petrobras reuniu jornalistas de todo o país para uma discussão aprofundada sobre a extração de petróleo na camada pré-sal brasileira. O debate em torno da fonte de energia, classificada como um tesouro pelo Governo Federal, foi iniciado na tarde desta segunda, 21, com um curso ministrado por especialistas da petrolífera.

 

De acordo com os palestrantes, a presença do óleo na camada, até então registrada apenas entre os estados de Santa Catarina e Espírito Santo, chega aos estados da Bahia, de Sergipe e de Alagoas em quantidade significativa. Há expectativa para estudo da potencialidade da área, mas sem previsão.

 

Breve história

 

Para entender esse novo modelo de exploração do petróleo no Brasil é preciso rever toda a história do ‘ouro negro’ no mundo, de acordo com Adali Spadini, geólogo e consultor de exploração da Petrobras, que em um discurso sintético explicou como se dá a formação do petróleo e relembrou o início dos trabalhos da estatal no país.

 

“O petróleo se forma nas bacias sedimentárias, que está presente em abundância no Brasil, o que não quer dizer muitos poços. No Amazonas, por exemplo, há diversas, mas pouco óleo”, fala. “O primeiro poço da Petrobras foi perfurado em 1968, no Espírito Santo e a empolgação nos levou a perfurar do Rio Grande do Sul ao Amapá. Nesse período Sergipe surpreendeu, apareceu bastante [petróleo] lá”, acrescenta.

 

A busca desta fonte de energia nas profundezas das águas do litoral brasileiro começou em 1980 e dois anos mais tarde o país já chegava à marca de dois bilhões de barris. Cada vez mergulhando mais fundo em busca da auto-suficiência na produção, a Petrobras descobriu petróleo na camada pré-sal em 2008, entre o norte de Santa Catarina e o sul do Espírito Santo.

 

A abundância de petróleo na camada pré-sal

 

Com a capacidade de produção estimada em mais de 50 bilhões de barris, a região do pré-sal fica a milhares de quilômetros da superfície e, devido a esta distância, o petróleo se manteve em bom estado e tem um ótimo potencial comercial, segundo Mauro Yuji, gerente de planejamento do pré-sal da Petrobras.

 

“Para se ter uma idéia, de cada 10 poços, encontra-se petróleo em três, ou seja, 30%. Na região abaixo do sal na bacia de Santos, esse percentual sobe para 100%”, exemplifica Mauro. Mas para conseguir extrair a sua atual ‘menina dos olhos’, a Petrobras terá muitos obstáculos pela frente. Alem da distância onde o óleo se encontra, ainda há a forma como ele se ‘esconde’.

 

Segundo Marcos Bueno, geofísico da Petrobras, não existe homogeneidade no armazenamento do petróleo na camada pré-sal. “Algumas rochas possui poros mais abertos, facilitando o trabalho de extração, já outras são mais fechadas”, explica. Mas ele esclarece que a estatal já está ciente da complexidade do reservatório e sabe que vai precisar perfurar muito até encontrar as jazidas.

 

A extensão da camada de sal, de dois mil metros, também chama a atenção. Se não houver cuidado na perfuração, o óleo pode ter a qualidade comprometida.

 

O pré-sal e suas fases

 

A petrolífera afirma que o Brasil ainda está na Fase 0 da extração de petróleo, a qual compreende a aquisição de dados sobre condições geomecânicas do pré-sal e preparação para vencer os desafios tecnológicos presentes. Isso tudo é uma preparação para a Fase 1ª, que é a implantação de um projeto-piloto em dezembro de 2010 com perfuração de dezenas de poços.

 

O desenvolvimento desta fase é que mostrará à Petrobras se estará tudo pronto para atingir a meta do Governo Federal: contratar uma frota de 176 embarcações e extrair da camada pré-sal mais de um milhão de barris de petróleo por dia em 2017.

 

Debate vai esquentar nos próximos dias

 

O evento sobre o pré-sal prossegue nos próximos dois dias. Na terça, 22, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrieeli, e outras autoridades vão falar sobre os benefícios que a população brasileira receberá em decorrência dos investimentos oriundos dos recursos dessa extração.

 

Na quarta-feira, os governadores Eduardo Campos (Pernambuco), Jaques Wagner (Bahia), Paulo Hartung (Espírito Santo) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro) vão debater a forma de divisão dos recursos do pré-sal. O capixaba e o carioca, junto ao governador de São Paulo, José Serra, já declararam que não querem reparti-los com o restante do país.

 

Por Glauco Vinícius (enviado pelo Portal Infonet à Brasília a convite da Petrobras)             

 

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