O desafio do desenvolvimento das energias renováveis

Falta investimento para as energias renováveis
Apesar do bom desempenho do Brasil em termos de crescimento econômico – em 2007 foi de 5,4% – o país ainda vive um desafio: o da geração de energia. O desenvolvimento de novas tecnologias e a diminuição do desperdício são alguns dos fatores que contribuiriam para o aumento da energia disponível para impulsionar esse crescimento.

De acordo com o coordenador Nacional da área de educação do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), Milton Marques, 10% da energia produzida no país está sendo desperdiçada. “Isso representa R$ 10 bilhões que estão sendo jogados fora anualmente. Esse dinheiro deveria ser usado para investir em desenvolvimento de novas tecnologias”, afirma. Anualmente são jogados fora 400 bilhões de kw/h, “se o Brasil for crescer numa taxa de 6% ao ano a energia produzida hoje não daria”, acrescenta.

Fora os R$ 10 bilhões desperdiçados o país ainda tem que desembolsar a mesma quantia para impulsionar a pesquisa em novas tecnologias. É aí também que reside a grande crítica dos

Milton Marques, esteve em Sergipe essa semana para participar do Seminário Sergipano de Energias Renováveis 
pesquisadores. De acordo com Milton, por lei o Brasil tem que ter até 2020 na sua matriz elétrica 10% de energia renovável, no entanto não há recurso para isso.

Para Sérgio Colle, renomado pesquisador da área de energia solar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), se o Brasil tivesse investido no tempo certo, o país poderia competir em âmbito mundial com outros países em termos de energias renováveis e não estaria passando por essa crise no setor. No entanto, acredita que apesar do investimento até agora ter sido muito tímido nessa área, ainda há tempo para recuperar o que foi perdido.

Para tanto, ele destaca o papel do consumidor e do Governo  nesse processo. O primeiro deve consumir de forma

Sérgio Colle foi um dos palestrantes do Seminário Sergipano de Energias Renováveis 
racional e deveria ser punido aquele que fosse um mau gestor da energia que consome. E, além disso, ele ressalta que “o Governo deveria financiar o desenvolvimento de novas tecnologias de geração de energia renovável para baixa renda”, o que seria uma saída viável.

Pesquisa em Sergipe

Em Sergipe, tem sido realizado um trabalho a passos lentos nessa área. Coordenada pelo pesquisador Paulo Mário Machado, a Rede de Energia Renovável de Sergipe tem trabalhado no desenvolvido de equipamentos solares que possam ser utilizados por comunidade carente, a exemplo do fogão solar. A experiência de cozimento através do sol já foi  levada para várias partes do Estado, e em breve será implantada a 1° Cozinha Comunitária do Brasil a

A experiência do fogão solar está sendo disseminada em Sergipe
utilizar a energia solar como fonte de energia. A iniciativa só foi possível graças ao apoio da Unesco e Governo do Estado.

“O trabalho com esse tipo de energia é um desafio, é preciso muita coragem por conta da falta de incentivo. Não existe nenhuma política para essa área, pelo contrário, todo o sistema público é completamente avesso a essa lógica, eles gostam do discurso, mas não apóiam as iniciativas”, ressalta Paulo.

Por Carla Sousa

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