O agricultor Genivaldo Lima dos Santos e sua família têm uma renda mensal de um salário e meio. Quase tudo que eles consomem é cultivado no próprio assentamento e a vida agora “é mais fácil”, como ele mesmo ressalta. Há três anos, Val (como gosta de ser chamado) carregava madeiras para comerciantes locais e não tinha uma profissão ou renda definida. Genivaldo e família retiram sustento e renda da terra
“Hoje, eu e minha mulher somos agricultores. Além de termos terra, tiramos quase tudo que comemos da nossa plantação e ainda vendemos o restante do que plantamos na feirinha na Vila de São João, povoado aqui perto”, diz ele, ressaltando que com o lucro já comprou umas galinhas e que pretende comprar um gado.
A família de Val é uma das 44 beneficiadas pela Tecnologia Social PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) da Costa do Sauípe (BA), que tem o apoio da Fundação Banco do Brasil e outros parceiros. A ação tem o objetivo de fazer com que as famílias se sustentem de forma digna, produzam seu próprio alimento e ainda preservem o meio ambiente. Claiton (a esquerda) e Nivaldo ao centro
As regras para fazer parte do PAIS são simples: respeitar o meio ambiente, a vida, os hábitos e os costumes da população e garantir, principalmente, a sustentabilidade das comunidades com menor poder de consumo. “Os agricultores são convidados para fazer parte do desenvolvimento sustentável. Estimulamos a agricultura orgânica por meio de processo produtivo sem o uso de agrotóxicos; incentivamos a diversificação da produção e evitamos o desperdício de alimento, água, energia e tempo do produtor”, diz Claiton Mello, gerente de comunicação e mobilização social da Fundação Banco do Brasil.
“A agroecologia é o ponto de partida”, diz o engenheiro agrícola Nivaldo Dias Amorim. Ele explica que os assentamentos costumam ter o tamanho de ½ hectare e a plantação é feita próximo à
casa da família escolhida. “Ao conversar com o produtor procuramos saber o que ele e sua família gostam de comer. Plantamos o que ele vai consumir e depois o que o mercado está ‘pedindo’. É vendido o excedente, visando sempre a qualidade de vida daquela família”, diz ele acrescentando que os coordenadores do projeto ensinam todo o processo ao novo agricultor e faz o acompanhamento por um ano e meio. Maquete de um PAIS
Para a família ter direito sobre aquele assentamento é necessário que tenha evolução neste período. “De ano em ano fazemos uma avaliação de cada assentamento e procuramos saber se este melhorou e se o plantio está dando resultados. Caso contrário, a família é retirada e colocamos outra que queira fazer parte do projeto”, diz Nivaldo.
PAIS
Atualmente para implantar um PAIS se gasta R$3 mil inicial e mais R$8 mil no acompanhamento
durante um ano. O PAIS é uma tecnologia que tem como base a agroecologia e funciona com um galinheiro no centro, uma horta ao redor, um quintal agroecológico e um sistema de irrigação por gotejamento. No país, são mais de seis mil agricultores utilizando este sistema. Irrigação por gotejamento reduz consumo de água
Fundação no NE
Os investimentos na região foram de R$ 180,83 milhões, nos últimos oito anos, com ênfase nos projetos de reaplicação de tecnologias sociais e geração de trabalho e renda. Os recursos são aplicados em programas próprios, estruturados e fundamentados em tecnologias sociais nas áreas de educação e de geração de trabalho e renda, com respeito às dimensões humana, econômica e ambiental.
Nos últimos oito anos, mais de 2,5 mil projetos na região Nordeste receberam investimentos sociais da Fundação Banco do Brasil, em Sergipe a aplicação foi de mais de R$ 10 milhões.
Por Raquel Almeida (da Costa do Sauípe/Bahia, a convite da Fundação Banco do Brasil)
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