Pais dizem ser difícil conter o consumo dos filhos

Família de Ademir a procura de um brinquedo para o filho mais novo (Fotos: Portal Infonet)

Cada vez mais os pais estão sem saber como lidar com a vontade dos filhos. Seja por pressão psicológica ou o sentimento de culpa, muitos alegam ser difícil não satisfazer os consumos, às vezes, exagerado dos filhos.

Em uma recente pesquisa do Portal meu Bolso em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) contatou que 52% dos pais ouvidos afirmaram já ter comprado produtos para os filhos, mesmo sabendo que tal atitude iria comprometer o orçamento da própria família.

No meio ao vai e vem dos consumidores que passeiam pelo centro da cidade, a situação constatada não é muito diferente da pesquisa. Para alguns pais, a compra por impulso só para satisfazer as vontades dos jovens ainda acontece, no entanto, muitos alegam que levam em consideração o orçamento doméstico para que o barato não saia caro.

O autônomo Ademir da Silva Santos reside no município de Nossa Senhora da Glória e esteve com a esposa Rivânia Gomes Menezes e os três filhos no centro da cidade. Segundo ele, mesmo sem querer, os pais são levados a comprar brinquedos só para satisfazer os filhos e ver a felicidade no rosto de cada um.

“Temos que olhar o orçamento, mas às vezes não tem como fugir do consumo. Viemos de Dores justamente para comprar um carinho de andar para o meu filho pequeno. Ainda não sei o preço, mas vou olhar. Se der para comprar tudo bem, se não, a gente deixa para depois. Só não pode se endividar”,

Para o mestre de obras Luiz dos Santos de Medeiros, nem sempre dá para ficar sem ceder os pedidos dos filhos, mas garante que sempre fica de olho nas finanças doméstica. “Às vezes a gente acaba comprando por impulso, mas sem se endividar. Tenho cinco filhos, mas as mulheres é que pedem mais. A gente até tenta comprar o necessário para que ele [filho] começe a dar valor ao que tem”, diz.

Opinião contrária

Luiz dos Santos diz que as vezes compra por impulso 

Marcos Antônio diz que não cede as chantagens dos filhos 

Bastante radical e diferentemente dos demais, o comerciante Marcos Antônio Santos diz que não cede às chantagens dos filhos [um de 17 anos e outro de 9 anos]. “Em casa não tem isso porque filho tem que ter limite. É só dar o que pode, agora se o filho tem o dinheiro dele aí tudo bem. Tenho um filho de 9 anos que pede, mas sabe que se não puder não tem, também nunca cheguei a me endividar por conta do consumo dos filhos”, garante.

Controle financeiro

Em contato com o economista Samuel Schuster, o mesmo informou que muitos dos pais que entram para o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) ocorrem por impulso e falta de controle dos pais.

Ainda segundo ele, os pais devem ter um controle das finanças e dar bons exemplos aos filhos. “Os pais tem que fazer o orçamento familiar e dar bons exemplos. Eles [pais] têm que entender que estão prejudicando os filhos no futuro e só devem dar o que pode porque os pais têm muitas obrigações a pagar”

O economista orienta ainda que os pais façam uma economia familiar para evitar problemas futuros. “Fazer um orçamento doméstico e tentar fazer uma reserva como uma poupança para uma necessidade futura. Daí pode tentar fazer algo diferente como levar a família para jantar, mas nunca comprar por impulso só para satisfazer os filhos”, afirma Schuster

Por Aisla Vasconcelos

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