No Perímetro Irrigado Piauí em Lagarto, a colheita de tomate dos irrigantes em 2021 foi de pouco mais de 88 toneladas (ton.) e ocupou 2,5 hectares (ha), gerando uma renda bruta estimada em R$ 225.333, dividida entre três agricultores. Crescimento otimista, já que no ano anterior, este levantamento de campo feito pelos técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) que gerencia aquele perímetro do Governo do Estado, registrou a produção de tomate de 39 ton. no perímetro Piauí. Em 2020, o mercado desaquecido pela pandemia e a alta no preço dos insumos fez com que produtores irrigantes investissem em plantações menos exigentes em manejo e investimento inicial, com mandioca, batata-doce e quiabo.
A produção de tomate em Sergipe é aliada do calor do verão. O tomateiro não se dá bem com as pragas e doenças que a chuva e o clima mais úmido trazem, mas ele precisa de água para desenvolver seus frutos. Assim, a irrigação é tão essencial para o cultivo quanto à estiagem. No perímetro de Lagarto, quem investiu no tomate não se arrependeu, por conta dos preços de venda atrativos. Aos poucos, a produção é retomada e com planos de evoluir em tecnologia.
“As lonas do tipo ‘mulching’ tem como matéria prima o petróleo, que está caro. Sem elas, aumenta mais a mão de obra, mas quem plantou, colheu e vendeu bem, restando dois produtores que pretendem colher até o fim do período de verão, também sem usar a lona”, informou o gerente do perímetro Piauí, Gildo Almeida. Segundo ele, a alternativa mais econômica foi o retorno ao método tradicional de estaqueamento. O mercado estava propício para os plantadores de tomate, motivando os produtores a investirem mais nas próximas safras. “O produtor Gilvan Fontes, por exemplo, estava abastecendo toda cidade nas últimas semanas, vendendo por até R$ 150 a caixa. Orientamos ele na quantidade do calcário para adubar este tomate, mas o resto foi pela experiência dele e a irrigação da Cohidro”, completou o gerente do perímetro.
“Eu plantei em 8 currais de terra (0,5ha), a variedade do tomate ‘cajazinho’. Eu ia usar o plástico, mas era muito caro, daí eu usei as varas. A irrigação é na mangueira no gotejo, porque se colocar a água por cima entra mais praga. O adubo é na fertirrigação, até acabar de colher. Eu boto duas vezes na semana no período que está colhendo. Antes de colher eu boto dia sim, dia não. A quantidade de adubo você coloca uma grama por pé, se você plantar 3 mil pés você coloca 3 kg. Na minha área tem 3.500 pés”, ensina o irrigante Gilvan Fontes.
Seu Gilvan conta que o clima não ajudou, teve chuva acima da média no comecinho do verão, mas o bom preço de venda aliado à produção garantida pela irrigação pública, compensaram esta adversidade. “Eu tirei umas 500 caixas, já está no resto da safra, mas acredito que ainda colho umas 50 caixas. O tomate eu plantei no dia 13 de outubro, passei um mês colhendo, já está no fim da safra. No inverno, o tomate não é muito bom de plantar, tem as mariposas, que já estavam começando a aparecer em dezembro, porque o tempo esfriou. A mariposa acaba com a lavoura, desova e quando o tomate se forma, ela sai e o tomate já fica defeituoso, o que é ruim para o comércio. Mas, graças a Deus, deu tudo certo e eu colhi muito tomate”, avaliou.
Fonte: Seagri
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