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Das 26 plataformas, 15 devem ser fechadas pela empresa (Foto: Arquivo Infonet) |
A Petrobras pode fechar pelo menos 15 das 26 plataformas que operam em Sergipe nos próximos dias. A decisão foi comunicada aos funcionários da empresa em reunião fechada na segunda-feira, 20, na Unidade de Processamento de Gás Natural – Tecarmo. A medida foi tomada pela presidência da empresa na semana passada depois de esgotado o prazo de 15 dias dado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para que a companhia regularizasse as deficiências encontradas por fiscais do órgão após vistorias realizadas entre os dias 23 a 27 de maio.
A informação foi obtida pelo Portal Infonet com exclusividade nesta terça-feira, 21. De acordo com um funcionário ouvido pela reportagem, a Petrobras não conseguiu a liberação, por parte dos órgãos ambientais, entre eles o Ibama, das licenças necessárias para realizar não só os reparos solicitados pelo MPT, como outros projetos anteriores à fiscalização. Isso, somado ao fato de a produção ter caído bastante, fazendo com que as plataformas começassem a dar prejuízo, culminou com a decisão, de acordo com a fonte.
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Gerente-geral em Sergipe deve pedir intervenção de Déda na decisão |
Entre 500 e 1.000 funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços à Petrobras podem perder o emprego caso a decisão não seja revertida. Os empregados efetivados na companhia seriam transferidos para outros locais de trabalho. O gerente-geral da Unidade Sergipe-Alagoas, Eugênio Dezen, deve se reunir com o governador Marcelo Déda (PT) nos próximos dias para pedir que ele intervenha no caso junto à presidente Dilma Rousseff (PT), pois o fechamento dessas unidades representaria um grande prejuízo ao Estado. A informação é que o governador ainda não foi notificado oficialmente.
Além das 15 plataformas fechadas, mais quatro teriam a atividade de extração de petróleo interrompida e passariam a operar apenas extraindo gás natural. Os campos afetados seriam os de Camurim, Guaricema e Dourado.
Privatização
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Jomar Ramos diz que empresa quer privatizar os campos de petróleo |
O assunto já circula entre os funcionários da companhia e nos próximos dias o Sindicato dos Petroleiros dos Estados de Sergipe e Alagoas (Sindipetro- SE/AL) deve emitir uma carta aberta à sociedade em que vai expor o que acredita ser os ‘reais motivos’ do fechamento da plataforma, de acordo com o diretor da secretaria-geral do Sindipetro, Jomar Ramos.
Ele disse que o sindicato não foi informado oficialmente da decisão, mas ficou sabendo do caso também na segunda.
“Queremos que a Petrobras se posicione sobre essa questão o mais rápido possível. Esses postos fechados gerarão prejuízos enormes ao Estado. Essa é uma atitude de quem não quer cumprir as obrigações e descontar nos trabalhadores”, disparou o sindicalista. Ramos vai mais longe e diz que há “interesses nas entrelinhas” de tal decisão. “Ela [a Petrobras] está fechando [as plataformas] por segurança ou para a privatização?”, questiona.
Jomar Ramos também confirmou que soube da possível manutenção dos poços que extraem gás natural, mas disse não saber quantas plataformas seriam fechadas. “Estamos apreensivos, porque esses campos são muito antigos e os prejuízos atingirão não só os trabalhadores diretos e indiretos, mas a todo o Estado”, lamentou.
O Portal Infonet entrou em contato com a diretoria de comunicação da Petrobras e a informação é de que a empresa está avaliando a situação. Uma posição definida sobre o assunto será divulgada até o fim desta semana.
Por Diógenes de Souza
* A foto da plataforma de Piranema que ilustrava a matéria foi retirada a pedido da assessoria da Petrobras, pois esta unidade foi aprovada pelo MPT
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