Os petroleiros vão lançar uma campanha com objetivo de evitar o fechamento das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) localizadas em Sergipe e na Bahia. A hibernação e, consequentemente, a privatização das fábricas, na visão dos trabalhadores, provoca prejuízos à economia, incluindo o desemprego e a maior dependência da importação de fertilizantes.
As estratégias da campanha foram discutidas nesta sexta-feira, 16, no auditório da Advocacia Operária. Um dos pontos levantados pelos trabalhadores é a legalidade do fechamento das Fafens. “A Fafen é uma empresa do escopo da Petrobras e não uma subsidiária como tentam colocar. Ela é 100% estatal e foi fruto de um acordo trabalhista em virtude de uma ação que os trabalhadores da Nitrofértil ganharam contra a Petrobras. Naquela época, os trabalhadores renunciaram ao direito de executar a ação e houve o compromisso de que a Petrobras assumiria a Nitrofértil”, explica Clarkson Araújo, um dos diretores do Sindipetro.
O diretor reforça que o fechamento das Fafen é um prejuízo à economia brasileira. “São três fábricas de fertilizantes no Brasil, que ficam em Sergipe, Bahia e Paraná. Os principais produtos são amônia e ureia, que são a base do setor agrícola e consequentemente do Brasil, um país essencialmente agricultável. Já são duas fábricas paradas, o que representa um prejuízo enorme à economia, maior dependência da importância de fertilizantes e mais desemprego”, comenta.
Em um estudo detalhado, um dos petroleiros apresentou dados comprovando que a atividade financeira da fábrica tem papel significativo para o Estado em virtude de sua receita, recolhimento de impostos e geração de empregos diretos e indiretos.
“A Fafen gera hoje 725 empregos direitos, sendo 250 empregados da Petrobras e 475 terceirizados. Além disso, são gerados empregos indiretos nas misturadoras e transportadoras. Diariamente, saem da fábrica cerca de 100 veículos na entressafra e mais de 200 na safra, gerando renda e imposto sobre fretes. O fechamento das Fafens tornará o país vulnerável pela total dependência do mercado externo. Atualmente, a importação de fertilizantes nitrogenados já é de 80%, de modo que uma crise mundial ou mesmo de transporte pode desabastecer o mercado agrícola dado que nossa capacidade armazenamento não é grande”, diz o estudo.
Campanha
A campanha dos petroleiros contará com assembleias e diversas ações com objetivo de mobilizar os parlamentares para a luta contra o fechamento da Fafen. Ainda na campanha, os petroleiros vão rejeitar a proposta da companhia e se opor à política de venda de ativos, ou seja, de desinvestimentos da Petrobras.
por Verlane Estácio
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