Pré-Caju: Fórum divulga gastos do Estado e da PMA

Firmo: preocupação com questões jurídicas (Foto: Arquivo Portal Infonet)

O Fórum de Defesa da Grande Aracaju divulgou os valores que o Governo do Estado e a prefeitura da capital sergipana investem com a infraestrutura para garantir cada edição do Pré-Caju. O coordenador do Fórum, José Firmo, revela que teve acesso a informações transmitidas oficialmente pelos próprios órgãos públicos e classificou os valores revelados como grande montante para garantir o sucesso da festa.

De acordo com Firmo, só a Polícia Militar fez investimentos na ordem de quase R$ 2,9 milhões, entre os anos de 2009 e 2013, para pagar as gratificações especiais aos policiais militares convocados para garantir a segurança da festa. Por cada edição, de acordo com Firmo, foram destinados investimentos que variam entre R$ 400 mil a R$ 828 mil com pagamento de gratificação (GRAE), combustível e alimentação do efetivo que atua em cada noite de evento.

Já o Banco do Estado de Sergipe (Banese), segundo Firmo, fez investimentos na ordem de R$ 1,9 milhão, no mesmo período. Sendo investido em cada edição da festa algo que varia entre R$ 300 mil a R$ 500 mil, conforme ressaltou o líder comunitário. Estas são as despesas, segundo Firmo, transmitidas pelas instituições ao Ministério Público Estadual que analisa toda a documentação que teria sido enviada para a Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público.

A Prefeitura de Aracaju, segundo Firmo, não encaminhou todas as informações solicitadas pela Promotoria. Conforme o coordenador do Fórum da Grande Aracaju, a prefeitura enviou dados parciais. A Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), segundo Firmo, enviou informações relativas apenas à edição deste ano, quando foram investidos quase R$ 156 mil, com fornecimento de alimentos à equipe, locação de toldos, construção de pontos de apoio, instalação de sanitários ecológicos e pagamentos a fiscais e coordenadores.

A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) informou, segundo Firmo, que investiu quase R$ 30 mil no ano passado, despesas com viaturas, cones, lanternas e gratificações para agentes e fiscais de trânsito. Já a Secretaria Municipal de Cultura (Funcaju) teria informado investimentos na ordem de R$ 47 mil como ajuda aos blocos que desfilaram no corredor da folia.

“O grande agravante é que a ASBT [Associação Sergipana de Blocos de Trio] está com as atividades suspensas e com os bens bloqueados por ordem judicial, não sabemos como o Estado e a Prefeitura vão fazer para ajudar a realizar a festa organizada por esta entidade”, ressaltou o coordenador do Fórum.

ASBT

O empresário Fabiano Oliveira, um dos organizadores da festa e membro da ASBT, vê má vontade do coordenador do Fórum de Defesa da Grande Aracaju. “Sabe qual a diferença do Pré-Caju para o carnaval de Salvador? Em Salvador, a prefeitura paga tudo até os policiais militares que fazem a segurança são pagos pela prefeitura e o único trabalho que os empresários têm é colocar o bloco, ver as atrações e vender os abadás”, observa Fabiano Oliveira. “É muita má vontade de Firmo”, diz.
Quanto aos valores injetados pelo Estado e pela Prefeitura de Aracaju com a infraestrutura da festa, Fabiano Oliveira garante que desconhece completamente o montante e o destino dos recursos. “Dizer que a Funcaju colocou R$ 47 mil para ajudar bloco, eu desconheço. Não sei para onde foram estes recursos”, ressaltou. “O investimento não vem para a ASBT”, considerou.

SSP

A assessoria de imprensa da SSP de Sergipe informou que não possui levantamento completo. Mas adiantou que os dados levantados até o momento indicam investimentos na ordem de R$ 756.514,91 referente a pagamento da GRAE ao efetivo da Polícia Militar que trabalho no Pré-Caju deste ano e outros R$ 79.734,28 referente às gratificações destinadas aos bombeiros militares que também trabalharam na edição da festa deste ano.

Secom

O secretário Sales Neto, da Comunicação do Governo do Estado (Secom), informou que as informações devem ser transmitidas diretamente pela SSP e pela diretoria de marketing do Banese. A assessoria da SSP revela que o levantamento da Polícia Civil ainda está sendo feito e a diretoria de marketing do Banese não atendeu aos chamados da equipe de reportagem.

O Portal Infonet também tentou ouvir a Prefeitura de Aracaju, mas não obteve êxito. A Secretaria Municipal de Comunicação se comprometeu a dar um retorno, mas até o momento não se manifestou. O Portal Infonet permanece à disposição das instituições. Informações podem ser enviadas por e-mail jornalismo@infonet.com.br ou por telefone (&() 2106 – 8000.Nota

Nota

A respeito dos questionamentos do Fórum de Defesa da Grande Aracaju, o empresário Lourival Oliveira, divulgou nota, informando que a ASBT entende que o Pré-Caju tem conotação pública em que 95% dos foliões, que dele participa, são de pipocas, e apenas uns 5% são pagantes dos camarotes e dos abadás. "Tudo isso atestado através de atos editados pelos governos locais e manifestações oficiais do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, bem como publicações especializada", destaca a nota. "Os gastos realizados pelo Estado de Sergipe e pelo Município de Aracaju devem ser confirmados pelas autoridades que representam o Executivo Estadual e Municipal, entretanto é preciso dizer que o Estado e o Município dando apoio logístico ao evento com a segurança, limpeza das ruas, autorização dos ambulantes, dentre outros itens, justamente porque a festa agrega nos dias de folia mais de 400 mil pessoas que brincam na pipoca sem qualquer contrapartida para a ASBT".

Na nota, o empresário diz ainda que "os gastos realizados pelo Estado e pelo Município são menores do que a receita obtida por ambos com a realização do Pré-Caju, que traz significativo incremento na arrecadação do ICMS e ISS, além de propiciar inegável retorno para o incremento do turismo e comércio no nosso Estado com hotéis, restaurantes e pontos turísticos lotados, sem contar ainda o crescimento da mão de obra e renda no período, a exemplo dos ambulantes, vendedores de bebidas e alimentos; portanto, não se pode olhar simplesmente para os gastos públicos sem analisar as vantagens financeiras, culturais e turísticas obtidas com a realização do Pré-Caju; Reafirmamos também que o Poder Público não realiza gastos com os blocos particulares; Por fim, a marca Pré-Caju não é de domínio da ASBT, mas sim da Central Pré-Caju, o que possibilita a sua realização independentemente da situação jurídica da ASBT que se encontra em discussão na justiça sem qualquer decisão definitiva contrária aos seus interesses".

*A matéria foi alterada às 17h19 para incluir nota da ASBT

Por Cássia Santana

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