O Governador Marcelo Déda, muito acertadamente, reivindicou ao compadre Lula, de maneira tecnicamente irrepreensível e incontestável, a duplicação da Fafen, atualmente responsável por 48% da produção brasileira de fertilizantes nitrogenados, de decisiva importância para a expansão da agricultura, sobretudo do agro-negócio, que vem a ser o filé das exportações do país. Porém, cabe ressaltar que, concomitante a isto, deve-se reivindicar também a infra-estrutura de transporte indispensável a esse significativo e justificado aumento de produção. Ferrovia não existe, aliás, a última composição com carregamento de uréia em demanda dos estados Nordeste foi vista no século passado.
De lá para cá, nem um simples trolley transitou pela avoenga e ultrapassada estrada-de-ferro da antiga estatal Leste Brasileira. Da mesma forma, a BR-101 encontra-se extremamente congestionada e, portanto, precisando de duplicação. Isto é perfeitamente visível pela expressiva quantidade de usuários que, a cada dia cresce exponencialmente. Não é sem razão que esta rodovia fundamental para o desenvolvimento do Nordeste já está sendo duplicada entre o Ceará e a fronteira de Pernambuco com Alagoas. A isto, deve-se adicionar o caótico estacionamento de grande número de longos e pesados caminhões nas proximidades da Fafen, na povoação de Pedra Branca.
Simplesmente lá não existe a mínima infra-estrutura, com exceção de um posto de gasolina. A prefeitura de Laranjeiras, que recebe tantos recursos provenientes de ICMS e royalties, em vez de só ficar fazendo clientelismo eleitoral, deveria realizar um excelente projeto de urbanização da área em parceria com a iniciativa privada, e, com isso, gerar emprego e renda para aquela população carente. E o porto? Tudo se completaria com a sua ampliação e a construção de um terminal ferroviário que o interligaria com a Fafen e a ex-Petromisa.
Presidente da FIES destaca importância da Fafen
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado (FIES), Eduardo Prado de Oliveira, “a ampliação da Fafen, uma solicitação de Déda ao presidente Lula, se concretizada , ainda que no médio ou longo prazo, será uma realização tão importante quanto a implantação daquela unidade em Sergipe”.
Ele destaca que “teríamos condição de atender a totalidade da demanda nacional de fertilizantes, já que Sergipe é hoje responsável por quase 50% da produção nacional. Além de representar um investimento significativo, de incrementar aquela produção e aumentar a absorção de mão de obra, podemos ser um elemento pontual , mas também essencial na produção de alimentos no país, exatamente no momento em que o mundo sinaliza com uma crise nesse setor. Tenho certeza que todos os segmentos, nas suas mais diversas frentes, especialmente nos planos empresarial e político, atuarão em apoio do pleito, não apenas para que se realize, mas para que seja feito no menor prazo possível”.
Por Ivan Valença