Produção de leite em Sergipe é a que mais cresce no Nordeste

Criação da produtora Nivânia de Oliveira, de Tobias Barreto, atinge até 200 litros de leite por dia, vendidos in natura a uma beneficiadora da região (Foto: Arquivo familiar)

Sergipe registra o maior aumento na produção de leite em todos os estados da região Nordeste. Em nível nacional, o estado ocupa a quinta posição. Os dados se referem ao último trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior, e foram divulgados pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste (BNB), com base em dados do IBGE.

A produção no estado subiu de 107,8 milhões para 132,2 milhões de litros de leite, um aumento de 22,6%. Em segundo lugar, a Bahia registrou ampliação de 10,7%. Além do crescimento na produção, Sergipe permanece como o segundo maior produtor regional, com participação de 23,1% de todo o leite produzido no Nordeste. Logo acima vem o estado da Bahia (26%).

Nos municípios do Agreste, Centro-Sul e Sertão, é fácil localizar pequenas e grandes propriedades de gado leiteiro. A maioria dos produtores começa com cinco a dez novilhas, além de algumas vacas adultas, mas grande parte alcança bons resultados com assistência técnica e microcrédito do BNB, por meio do programa Agroamigo.

É o caso de Nivânia de Oliveira, que trabalha há 24 anos no sistema semi-intensivo, ou seja, com animais criados soltos no pasto e alimentados com ração e plantas forrageiras (resistentes à seca). A produtora começou com um pequeno rebanho no município de Tobias Barreto, mas hoje conta com 60 cabeças de gado. Mais de 20% delas produzem ao todo 140 litros de leite por dia, com pico de 200 litros na melhor época, vendidos in natura a uma beneficiadora da região.

Ela modernizou os sistemas de cultivo e colheita, com crédito para compra de trator, plantadeira e uma novidade. “Depois do inverno chega a ordenhadeira mecânica e assim o curral fica completo. Vai ser bem melhor, porque trabalhar do jeito manual é puxado. O crédito é o começo de tudo e passei a gostar da atividade, sempre com apoio do BNB. O último contrato foi para compra de ração, além do custeio do milho, que planto para alimentar o gado e vender o restante”, detalha.

O produtor Valdomiro Lima trabalha há 59 anos na produção de leite, no povoado Baixa da Coxa, em Monte Alegre de Sergipe. No início, eram três vacas e hoje são mais de 100 cabeças de gado, criadas em local de escassez de chuvas e de alimentos. Em 2013, o primeiro crédito foi destinado ao plantio de palma forrageira e à reforma da cerca da propriedade. E após a compra de três bovinos de alto padrão genético, a renda familiar aumentou em 50% e, aos poucos, vieram outras inovações.

“Fiz o primeiro projeto e gostei, então continuei renovando com o Agroamigo. O recurso dá um empurrão e incentiva a gente fazer mais, um passo de cada vez. Primeiro fiz uma rocinha, depois plantei a palma, passou um tempo e plantei de novo. Em 2022, comprei a ordenha mecânica e um tanque de resfriamento do leite, que vai para uma fábrica aqui perto”, conta o produtor.

Mapa da necessidade

Toda produção familiar tem uma necessidade específica, que pode ser identificada com o tempo e de acordo com o tipo de atividade, a localidade e principalmente o interesse da família. É o que explica o gerente estadual do programa Agroamigo, Luiz Alberto Morato.

“Levamos o apoio financeiro e também a orientação aos produtores, ou seja, as equipes acompanham de perto o que cada um precisa. Ao identificar cada necessidade, apoiamos os investimentos e custeios da cadeia produtiva do leite, para aquisição de matrizes leiteiras, compra de ração e de equipamentos diversos, como ordenhadeiras e tanques de resfriamento. Com esse apoio, vem o fomento direto dessa atividade dentro da agricultura familiar, que é o público-alvo da microfinança rural”, diz o gerente.

Em 2024, o Agroamigo registrou R$ 122,1 milhões em mais de 9,6 mil operações de microcrédito destinadas a produtores de leite em Sergipe. O crescimento é de 99,1% no valor aplicado e de 79,1% na quantidade de operações, em relação ao ano anterior.

Carne bovina

Com relação à quantidade de bovinos abatidos para produção de carne, Sergipe registra o terceiro maior crescimento da região (+30,3%), atrás dos estados de Pernambuco (+47,8%) e do Piauí (+42,8%). Em termos absolutos, o estado também ocupa a terceira posição, com 9,4% de todo o gado abatido na região, atrás da Bahia (40,9%) e do Maranhão (22,4%).

Fonte: Ascom BNB/SE

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