Produção de suínos cresce em Sergipe

(Foto: CNA Brasil)

Nos últimos três anos, o plantel sergipano de suínos cresceu aproximadamente 31,79%, passando de 345.135 animais, em 2019, para 454.714 animais, em 2022. Os dados foram apresentados pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), que confirma que o crescimento que se deu, principalmente, motivado pela subida do preço da carne bovina, concomitantemente à melhora na produtividade e ao aumento do peso e da qualidade dos plantéis.

Pelos dados da Emdagro, a maior concentração de suínos se encontra na Região do Alto Sertão Sergipano, onde também se localiza a bacia leiteira do Estado. O município de Nossa Senhora da Glória é o que possui maior rebanho, com 83.373 suínos, seguido de Itabaiana, com 48.778 animais, e Porto da Folha, com 29.445. De acordo com a diretora de Defesa Animal e Vegetal da Emdagro, Maria Aparecida Andrade Nascimento, a maior parte da produção segue para abate. “A suinocultura atende principalmente ao mercado interno, caracterizando-se por ser predominantemente de abate, com 48% dos animais movimentados, seguido de engorda, com 39%, evento com 12% e reprodução com 1%, exclusivamente de animais que ingressam de Granjas de Reprodutores Suídeos Certificados (GRSC). Os principais fornecedores de suínos para o Estado de Sergipe são os estados de Minas Gerais, Paraná e Bahia, e os maiores compradores são os estados de Alagoas e Bahia”, explica a diretora.

Segundo o presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho, um dos pontos fortes da produção sergipana é a confiabilidade na procedência do rebanho. “Desde 2016 que Sergipe recebeu da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE), e mantém, a certificação internacional como área livre da Peste Suína Clássica (PSC). Sergipe e Bahia são os únicos estados do Nordeste com esse reconhecimento. Essa conquista só demonstra a eficácia do trabalho desenvolvido pela empresa, que é um órgão do Governo do Estado, vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pesca, na área de defesa animal”, declara Jefferson Feitoza.

Isabelli Leal de Queiroz, médica veterinária chefe da Divisão de Epidemiologia da Emdagro, explica que o trânsito é de extrema importância, uma vez que é proibido o ingresso de suínos, seus produtos e subprodutos quando provenientes de unidades federativas não livres de PSC. “Com o propósito de salvaguardar o plantel suíno do Estado, a Emdagro mantém três postos de fiscalização funcionando 24 horas por dia, sete dias por semana, localizados de forma estratégica na divisa com os estados, além das atividades da fiscalização móvel, que monitora de forma estratégica o trânsito nas rodovias, as aglomerações animais e outros eventos agropecuários”, informa.

“Os médicos veterinários da Emdagro realizam ações de vigilância nas propriedades rurais, com vistorias e exames clínicos em suínos de criações de subsistência e granjas comerciais, além de passar orientação ao criador quanto aos tipos de riscos que possam existir para a Peste Suína Clássica (PSC) e como preveni-los”, acrescenta Isabelli Leal.

O produtor Fábio Gomes tem uma granja de suínos no município de Ribeirópolis, e é exemplo de produtor bem-sucedido por implantar qualidade técnica na produção intensiva. “Aqui na minha propriedade trabalhamos com 250 animais, somando engorda e reprodução. E, graças a Deus, apesar do aumento no preço da ração, este ano estamos conseguindo produzir e vender a cada 15 dias um lote de 20 animais, que são comercializados aqui na região”. Ele trabalha com a venda do animal vivo, no valor de R$ 160,00 por arroba.

Perspectiva de expansão

De acordo com o produtor e presidente da Associação de Suinocultores de Sergipe, Evairton Andrade Brito, o futuro da suinocultura em Sergipe é de expansão, com a construção do centro tecnológico de produção de sêmen e matrizes certificadas no Estado. “Em Campo do Brito, estamos construindo uma granja que será pioneira na produção de sêmen e matrizes de suínos. O espaço tem 1,1 mil m² de área construída e capacidade para 3 mil animais. Nosso objetivo é melhorar cada vez mais o rebanho local, aplicando tecnologia de última geração, e possibilitar que nossos produtores tenham acesso a sêmen e matrizes com padrão internacional. Estamos conscientizando o produtor para aplicar tecnologia e deixar de ser produtor de animais para ser produtor de proteína”, ressalta Evairton.

Fonte: Seagri

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