Os produtores rurais estão sentindo os impactos da pandemia do coronavírus (covid-19) nas feiras livres em Sergipe, principal meio de escoamento da produção. A queda nas vendas tem afetado os produtores de todos os setores do agro.
Devido às estratégias de isolamento social, a fim de conter a disseminação do novo coronavírus, as feiras livres estão acontecendo de forma limitada para atender as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No município de Itabaiana acontece uma das maiores feiras do estado e os produtores estão sentindo os impactos da pandemia.
O produtor Adilson Ferreira Barbosa mora no município de Itabaiana e planta na sua propriedade batata, macaxeira, coentro e alface. São produtos vendidos na feira em dois dias na semana. Ele conta que as vendas caíram muito e teve que diminuir a produção.
“A feira é o lugar que a gente vende na quarta e sábado. As vendas enfraqueceram muito, queda de cerca de 60%. Tem gente que comprava R$ 40 hoje está comprando R$ 10. O povo sem dinheiro está comprando menos. Diminuímos a plantação. Estamos plantando menos porque não está tendo saída”, afirma.
Os principais produtos que o feirante Luiz Carlos comercializa para os estados de Bahia, Alagoas, Paraíba e municípios sergipanos são: maçã, pera, kiwi, morango, couve-flor e brócolis. Segundo Luiz Carlos, cerca de 60 toneladas desses produtos agrícolas são comercializados em uma semana.
“Estamos sentindo esses impactos. Nas últimas três semanas, as vendas caíram cerca de 30% do que a gente vendia antes. Muitas feiras livres em Aracaju estão fechadas e a gente abastecia. Também saiam caminhões para a Bahia e diminuiu bastante. Nossa expectativa é que melhore logo”, pontua.
Outros setores
Também houve queda na compra da carne bovina. O marchante José Gilson de Góis trabalha há 35 anos nesta atividade e conta que a procura caiu depois da pandemia do coronavírus.
“A procura caiu uns 20% em relação ao que a gente vendia. A gente deixa de ganhar. Estamos vendendo menos porque o dinheiro não está circulando na cidade”, destacou José Gilson.
O setor de atacado também sentiu os impactos com a queda na comercialização dos produtos. O feirante Ailson Tavares do Nascimento explica que os estados da Bahia e Alagoas deixaram de comprar nas últimas semanas.
“As vendas caíram muito porque ninguém está vindo pegar a mercadoria. Vendo para Bahia, Alagoas e Sergipe e eles não estão pegando a mercadoria”, lamentou.
O feirante Jackson Costa também comercializa no atacado a macaxeira, inhame e batata doce. “Compro para vender esses produtos para os municípios de Sergipe, Alagoas e Bahia. Os outros estados ainda estão pegando a mercadoria, mas bem pouco. Aqui foi uma queda de 30% nas vendas”.
Recomendações
Desde o início da pandemia do coronavírus, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe – Faese tem acompanhado o funcionamento das feiras livres por entender a importância dos produtores continuarem escoando a sua produção agrícola.
“Estamos acompanhando o funcionamento das feiras, pois sabemos que os produtores dependem delas para continuarem produzindo e escoando a produção. Inclusive, entregamos um guia da CNA que orienta os municípios sobre como realizar essas feiras com segurança”, explica o presidente da Faese, Ivan Sobral.
A secretária de Agricultura do município de Itabaiana, Lorena dos Santos Sousa, afirma que os feirantes estão sentindo os impactos da pandemia do coronavírus porque além da comercialização no município, eles se deslocavam para outros municípios para vender os produtos.
“O feirante de Itabaiana está tendo prejuízo porque não está entrando em outras feiras. Ele está na feira na quarta e sábado, mas nos outros dias ele está em Moita Bonita, Aracaju, Malhador, em todas as cidades de Sergipe. Ele não está vendendo em outras feiras”.
Fonte e foto: Ascom Faese Senar
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