Produtos básicos são prioridade na crise, diz economista

Economista afirma que pessoas priorizam produtos de primeira necessidade, como alimentos (Foto: Arquivo Infonet)

A problemática que envolve as paralisações dos caminhoneiros nas estradas, as manifestações contra a alta do preço do diesel e outros combustíveis fósseis, falta de abastecimento em postos de gasolina e até no comércio despertam alguns questionamentos: como a sociedade pode se comportar em tempos de crise e se as dificuldades financeiras podem trazer um aumento no nível de endividamento da população.

Em Sergipe, o preço de frutas e hortaliças mais que dobrou no Ceasa. O quilo do tomate e da cebola, por exemplo, que normalmente custam R$2, tiveram seus valores elevados a R$7. Em outros estados, chegou a R$9. O preço da gasolina, em estados como Brasília e São Paulo, subiu a aproximadamente R$10.

Diante deste cenário, Luís Moura, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) afirmou que existem apenas duas opções. “Ou você se adapta à crise ou paga por ela. A melhor solução é se adaptar: evitar pagar preços abusivos. Tem gente que não está disposta a isso, mas também tem quem pague. As pessoas de maior renda não foram afetadas, no fim das contas”, avaliou.

Luiz Moura comenta atual situação econômica do pais (Foto: Arquivo Infonet)

Para ele, a capacidade de endividamento não aumenta, porque os produtos que sofrem com uma alta excessiva são aqueles considerados de primeira necessidade. “As pessoas estão deixando de consumir, estão reticentes. Os itens capazes de endividar alguém não estão aumentando. É geladeira, televisão, fogão… Todos estão pensando bastante antes de comprar”.

Outro aspecto a ser destacado é como identificar se a elevação dos preços dos produtos são por aumento de despesas para o vendedor adquirí-lo ou se estão se aproveitando para lucrar mais. “Tem muita especulação em torno disso. Tem gente que apenas repassa os custos para o consumidor, mas provar é difícil. Essas coisas acontecem, então o melhor é não aceitar o abuso e não comprar”.

Na avaliação do economista, a recuperação do mercado perante momentos de crise não demora, mas algumas perdas são irreparáveis. “Quem deixou de vender gasolina vai repor como, mesmo que tudo volte ao normal? As pessoas voltam a consumir aos poucos. Uma fábrica que ficou parada, uma granja que perdeu frangos não terão reposição. A normalização vem com o retorno do transporte”, acrescentou Luís Moura.

Combustíveis

O economista do Dieese aproveitou para falar um pouco sobre a questão que cerca a prática de preços da Petrobras e como isso influencia no custo final do combustível para os compradores. “A Petrobras precisa rever. Em nenhum outro país do mundo se adota essa política, onde é levado em consideração a variação do dólar e o preço do barril de petróleo. Só no Brasil. Os custos precisam ser abertos. Quanto se gasta para produzir um litro de gasolina? Não sabemos o custo da produção. Precisamos disso para saber a margem de lucro. O que ela perdeu, conseguiu recuperar, e muito”, reclamou Moura.

Por Victor Siqueira

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