
Próximo de completar dez dias de operação com a frota reduzida, medida para reduzir a circulação de pessoas durante a pandemia do coronavírus, as empresas de ônibus que operam no sistema de transporte público da Grande Aracaju já começam a calcular os prejuízos e citam o risco de colpaso do sistema se esse cenário permanecer.
A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros de Alagoas e Sergipe (Fetralse), comparou o fluxo de passageiros antes da pandemia e após os decretos solicitando o isolamento social da população. Os números apontaram queda de 78% de passageiros, em Aracaju. Nos dias úteis, 70% da frota de ônibus segue mantida. “Como lidar com os custos de 70% frota em operação com uma demanda de apenas 22% do habitual? Isso tem preocupado as empresas de ônibus. A dificuldade em cumprir com as despesas do serviço diante da queda de demanda tem comprometido a continuidade da prestação do serviço pelo setor”, afirma o presidente da Fetralse, Alberto Almeida.
Ainda de acordo com Almeida, toda operação do transporte público, incluindo mão de obra e combustível, corresponde a 68% da receita da demanda habitual – número longe se ser alcançado com o atual cenário de isolamento social. A situação se repete em outras capitais brasileiras, onde o transporte público também opera com restrições.
Em Sergipe, até o momento, não há sinalização de que os decretos possam ser flexibilizados. Na semana passada o governador Belivaldo Chagas prorrogou o vigor do decreto com restrições para o dia 17 de abril. Escolas, universidades e estabelecimentos comerciais de serviços não essenciais continuam fechados.
Por Ícaro Novaes