Rede Solidária contribui para transformar realidade de mulheres

(Foto: divulgação)

Com um trabalho que inclui apoio e formação para 11 Associações de mulheres, localizadas em três áreas urbanas e nove povoados situados nos municípios de Carmópolis, Indiaroba, Estância, Barra dos Coqueiros, Pirambu, Japaratuba, Divina Pastora, em áreas da Mata Atlântica de Restinga de Sergipe, o Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe tem como proposta a realização de ações que contribuam com a autonomia para cerca de 400 mulheres que constroem o Projeto em Sergipe.

As ações do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe, realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Movimento de Catadoras de Mangaba (MCM), propõem também, a interlocução das mulheres com as gestões municipais, tendo como objetivo principal assegurar que todas tenham conhecimento sobre as políticas públicas vigentes e disponíveis em seus territórios.

Uma vez que pressupõe-se que as políticas públicas são formuladas para garantir direitos previstos na Constituição Federal. Elas são ações e programas desenvolvidos pelos governos e instituições, contemplando áreas como saúde, educação, trabalho, mobilidade, meio ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, buscando contemplar a pessoa com dignidade.

Mulheres sergipanas contempladas

A igualdade de gênero e racial são recortes importantes para que as participantes do projeto se sintam incluídas nos processos de geração de renda, para fortalecer a sua identidade cultural e sua condição de produção econômica. A Rede tem o compromisso com as participantes e suas comunidades, em dirimir cada vez mais as desigualdades de gênero, ao acolher e dar importância as suas falas, ao promover encontros coletivos para discutir as condições socioeconômicas das mulheres em suas localidades e a partir dessa realidade construir coletivamente estratégias para o bem viver e por efetivação das políticas públicas.

Em Carmópolis, Valdiene Vieira, importante liderança do povoado Aguada, conta as mudanças que as ações da Rede Solidária fizeram na vida dela e de outras mulheres da comunidade. “Faço parte da Rede desde 2018 e esse projeto foi essencial aqui na comunidade. Tinha muita gente sem ter o que fazer, muita gente com depressão, muita gente desempregada e a gente juntou essas mulheres e estamos aqui, aprendendo coisas novas, ocupando a mente, trocando experiências também. Muitas mulheres me falam que se não fosse o projeto, poderiam nem estar vivas mais, o projeto ajudou e ajuda demais a todas nós”, disse Valdiene.

Para Maria Rosana, do povoado Alagamar, em Pirambu, as oficinas que o projeto realiza para as mulheres são muito importantes para estimular, com que as famílias tenham outras fontes de renda através do que elas aprendem nas aulas. “Estamos sempre abertas em busca de novos conhecimentos. Espero que o projeto seja sempre renovado para a gente continuar aprendendo, ajudando as famílias e a nossa comunidade que necessita dessa atenção”, afirmou Maria.

As rendeiras do patrimônio imaterial tombado pelo Iphan e produzido somente em Sergipe, a renda irlandesa, Maria José Souza, vice-presidente da Associação Asderen, e Neidiele de Jesus, presidente da Associação Asdrin, ambas do município de Divina Pastora, relatam a importância da presença constante da equipe da Rede para apoiar na melhoria das Associações e da comunicação entre elas e com suas famílias. “Os cursos e capacitações promovidos pela Rede nos ajudam muito, pois temos a oportunidade e orientação para nos posicionar melhor no mercado, a lidar com o E-commerce, e a nos valorizar e valorizar o nosso produto, o nosso fazer, ainda mais, além de outras melhorias para nós mesmas, com as conversas, trocas e fortalecimento de laços”, pontuaram.

A catadora de mangaba Tainara Vidal, do povoado de Ribuleirinha, município de Estância, está no projeto desde a primeira fase e se emociona ao relatar como a Rede transformou e ainda transforma a vida das mulheres das comunidades.

“Muitas vezes nós temos dificuldade com internet, muitas são donas de casa, ou empregadas domésticas, muitas mulheres não sabiam o que significam as políticas públicas e como acessá-las. Foi através das oficinas, dos encontros que passamos a entender como as políticas públicas podem chegar até nós, como acessá-las para trazer melhorias à nossa comunidade. O projeto consegue atingir um público de mulheres diversas, algumas que não tiveram acesso ao ensino escolar, outras que são formadas, e ele consegue dialogar com todas elas e contemplar todas elas e isso é muito importante, porque todas se sentem pertencentes e transforma não só nós mulheres, mas transforma sonhos em realidade”, concluiu Tainara.

Contribuição do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe

O projeto é desenvolvido com a participação direta das mulheres nas comunidades envolvidas e por uma equipe técnica permanente, tendo em vista que a formação para trabalho necessita de estratégias teóricas e práticas, levando em consideração o conhecimento cultural e tradicional, habilidades e competências desenvolvidas pelos grupos comunitários. Portanto, o projeto visa desenvolver habilidades e competências para o trabalho por meio de processos educativos que estimulem a ampliação de oportunidades de inserção profissional para as mulheres nas suas localidades de abrangência.

De acordo com a coordenadora do projeto, Mirsa Barreto, a Rede Solidária de Mulheres tem o objetivo de contribuir para que as mulheres conquistem sua autonomia e independência financeira. “Além disso, todas as nossas ações são pautadas também nos espaços humanizados de escuta, de acolhimento, e de cuidado com as mulheres, como forma de fortalecê-las, individual e coletivamente. Acreditamos na transformação social através da relação entre o ensinar e o aprender”, pontua a coordenadora.

Propostas de políticas públicas voltadas às mulheres e ações pautadas a partir dessas premissas são necessárias para estabelecer mudanças na sociedade e para que as desigualdades de gênero sejam combatidas no contexto do conjunto das desigualdades sócio históricas e culturais do país. Um dos compromissos do Projeto Rede Solidária de Mulheres de Sergipe é tornar o acesso ao conhecimento da existência dessas políticas públicas mais democrático, orientando e emancipando as mulheres para lutarem por seus direitos todos os dias, exercitando o verbo esperançar.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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