Sedetec inicia discussões sobre área no Distrito Industrial de Aracaju

Reunião na sede da Sedetec (Fotos: Jairo Andrade)

Sergipe foi o Estado pioneiro da região Nordeste a adotar uma política de organização do espaço urbano para a implantação de projetos industriais. E o Distrito Industrial de Aracaju (DIA), projetado e construído ainda na década de 70, sempre foi uma referência nesse sentido. Porém, após mais de três décadas, o DIA encontra-se descaracterizado e se transformou em um problema para a cidade.

“Aracaju não pode ficar refém de uma área tão importante para o seu desenvolvimento. Assim como o DIA não pode correr os riscos que vem correndo ao longo dos anos, o que resultou na sua descaracterização. Estou assumindo um compromisso com a população aracajuana: nós vamos oferecer uma solução para os problemas que o DIA enfrenta e que acabam atingindo a todos os aracajuanos”, comprometeu-se o secretário Zeca da Silva, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia (Sedetec).

Zeca da Silva: "Dia está sendo sufocado"

Buscando resolver o mais rápido possível essa situação, Zeca da Silva reuniu equipes da Sedetec e da Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe (Codise). “Identifiquei esse problema desde o início de minha gestão na Sedetec. E empenhei todos os esforços para buscar uma solução para o DIA. E é isso o que vamos fazer”, enfatizou Zeca da Silva, destacando que o distrito pertence à Codise que, por sua vez, é vinculada à Sedetec. “Ou seja, o Distrito Industrial de Aracaju é um patrimônio de todos os sergipanos”, afirmou.

O secretário ressaltou ainda que o DIA está sendo continuamente sufocado pelo crescimento da cidade e pediu o empenho da sua equipe para que, juntos, montem um bom projeto de readequação para apresentar ao governador de Sergipe, Marcelo Déda. “Vamos formatar e determinar o que é mais adequado, portanto temos que começar essa discussão publicamente. Vou levar a nossa proposta para a Câmara de Vereadores de Aracaju, a Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e a prefeitura. Vamos dar uma cara nova ao DIA”, afirma, lembrando ainda que esse debate chega em boa hora, quando Aracaju também passa pela reformulação de seu Plano Diretor.

Números

O Distrito Industrial de Aracaju possui uma área total de 1.311.238 m², sendo 922.034 m² de area útil. Na localidade existem 141 empreendimentos, sendo que 110 estão em operação, 21 estão paralisados e 10 lotes estão vagos. Do total de empresas instaladas atualmente no distrito, cerca de 49% são destinadas às atividades de comércio e serviços, o que as caracterizam como irregulares, de acordo com a legislação que rege o funcionamento do distrito.
Segundo Décio Portella, diretor presidente da Codise, os primeiros desvios de ocupação ocorreram em meados da década de 90.

“Cerca de 260.000 m² de áreas industriais foram vendidas sem anuência da Codise. Além disso, atualmente existem muitas ocupações irregulares, causando deterioração do DIA. Notoriamente percebemos que ele foi engolido em todos os entornos”, avalia. Outro ponto destacado por Décio Portella é a urbanização e a ocupação do local. “Temos invasões, que por si só, já se configuram irregulares, ainda mais em um local que tem uma destinação industrial. E temos que debater a manutenção das ruas, pois os empresários instalados legalmente pagam impostos e os serviços públicos não os atendem de forma satisfatória em termos de manutenção urbana da área”.

Para João Lima, diretor de Industrialização da Codise, um dos caminhos possíveis para se resolver os problemas do DIA é o incentivo à mudança das indústrias para o interior do Estado, aderindo a política do governo de implantação de distritos e núcleos industriais em diversos municípios. “Primeiro precisamos oficializar a sua descaracterização como Distrito Industrial e, a partir daí, regularizar a situação com diminuição considerável das ações judiciais. Além de licitar as áreas remanescentes da Codise, gerando recursos para aplicação em APL’S (Arranjos Produtivos Locais) e na industrialização do interior. Vamos apoiar as fábricas que decidam deixar o distrito e dar uma maior atenção da municipalidade na conservação e urbanização da área. A intenção é alterar, via CDI, as normas para as áreas industriais, transformando-o em Distrito Integrado – Indústria, Comércio e Serviço”, concluiu.

“Não queremos forçar nada, mesmo porque o caminho, nesse sentido, seria a via judicial. Mas o DIA continuar do jeito que está é um desrespeito com o empresário que atua nele de forma legal, com a população, que merece ter todas as áreas da cidade com a qualidade e a urbanização necessárias, e também com a história, visto que o DIA tem uma participação fundamental no desenvolvimento de Aracaju e de Sergipe, não podendo ser relegado ao esquecimento”, finalizou Zeca da Silva.

Fonte: Ascom Sedetec

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