Sergipanos terão água mais cara a partir de março

Maria Patrícia afirma sofrer com a falta de água no Loteamento Piabeta (Fotos: Portal Infonet)

A ideia de pagar mais pelo fornecimento de água não agradou Maria Patrícia Santos, que mora há 20 anos no loteamento Piabeta, em Nossa Senhora do Socorro, Região Metropolitana de Aracaju. Ela, assim como todos os sergipanos, terão o acréscimo de 14,55% nas contas de água a partir de 1º de março, segundo divulgação feita pela Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso).

“Nos últimos meses estamos convivendo com a falta d’água todos os dias. A água chega logo cedo, único momento em que aproveitamos para reservar e para tomar banho de chuveiro”, relatou a jovem, que reside com mãe, de 54 anos, e cinco crianças, tendo documentos que comprovam o pagamento em dia das taxas cobradas pelo uso do recurso.

O dilema de Maria Patrícia é tão agravante quanto ao do microempresário Robson Andrade dos Santos, morador do Conjunto Albano Franco, também em Socorro. “Aqui, falta água todo dia por volta das 15h e só chega às 19h. A solução é reservar para manter o uso na residência e no empreendimento”, destacou ele, que garante conviver com o problema há seis meses.

Robson Andrade também convive com falta de água, desta vez no Conjunto Albano Franco  

Com 65 anos, Terezinha Barreto alega ter que comprar água mineral em virtude da interrupção diária do fornecimento de água no mesmo intervalo de tempo, em sua residência, no Conjunto Marcos Freire I. Já no bairro Santos Dumont, Lícia Luduvice, não reclama de falta de água na residência, mas aponta para a má qualidade. “Quando abrimos a torneira um jato de água barrenta aparece e quando acumulada, a tonalidade marrom permanece”, ressalta a moradora.

Deso

Segundo o diretor comercial e financeiro da Deso, Wanderlê Correia, o reajuste de 14,55% é o anual da empresa de saneamento, divulgado nos meses de março, sendo que em 2015, a taxa foi de 9,58%. Tal reajuste inclui a taxa de esgoto, que representa 80% da tarifa de água.

“Este ano tivemos um reajuste maior, devido ao aumento – muito acima da inflação – dos preços dos principais insumos e demais custos da empresa, sendo eles energia e produto químico. Em 2015, a empresa teve reajuste de 74% da sua tarifa de energia, considerado acima da média, comparado aos anos anteriores. Já os produtos químicos utilizados para o tratamento de água e de esgoto tiveram valores cobrados pela equivalência do dólar, que apontou em janeiro para R$ 2,86 e terminou o ano acima de R$ 4, ou seja, elevação em torno de 70%”, justificou.

Moradora do bairro Santos Dumont denuncia mudança no aspecto da água

Segundo Correia, a tarifa mínima de água, que é o valor de referência para o aumento, é de R$ 26,93 e estará passando para R$ 30,85, portanto, um aumento de R$ 3,90. “72% dos nossos clientes pagam essa tarifa mínima e terão aumento de apenas R$ 3,90 na conta de água”, frisou o diretor comercial. Os consumidores que reclamam da qualidade da água ou do desabastecimento contínuo ou temporário, devem entrar em contato com a Deso através do 0800 079 0195 ou 4020 0195.

“As mudanças no aspecto ou no sabor da água são periódicas e acontecem quando há chuvas acima da média, que acaba influenciando no tratamento da água, mas a qualidade é a mesma. Pode haver água cristalina imprópria para consumo, assim como água com turbidez maior imprópria para o consumo”, explicou Wanderlê, atentando para a problemática do furto da água, ou seja, ligações clandestinas que acabam por ocasionar a interrupção do fornecimento de água em residências que estão em dia com as contas. Em casos de furto, segundo o diretor, o consumidor pode realizar denúncia anônima através dos contatos.

Por Nubia Santana

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