Uma rede de parceiros tem atuado para acelerar a qualidade da produção de mandioca no estado de Sergipe, por meio de crédito e avanço científico. A frente, que conta com parceiros como Banco do Nordeste e Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec), se articula em torno do projeto Reniva (Rede de multiplicação e transferência de manivas com qualidade genética e fitossanitária), coordenado pela Embrapa em onze estados brasileiros. As manivas são as sementes de mandioca.
O assunto foi tratado na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto, no Centro-Sul de Sergipe. Além dos principais parceiros, o encontro contou com a presença de secretários municipais, presidentes de entidades rurais e agricultores. O plano é utilizar a biofábrica do SergipeTec para efetuar a multiplicação in vitro de mudas e manivas.
“O objetivo é melhorar a qualidade genética da produção das sementes para ampliar a produtividade. A implementação do projeto em Sergipe possibilita aos produtores terem acesso a mudas melhores, o que irá impactar positivamente na produtividade e no lucro dessa atividade”, explica o agente de desenvolvimento do BNB, Evaristo de Almeida Silva, que apresentou as ações do Plano de Ação Territorial da Mandiocultura (PAT da Mandioca) no âmbito do Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste (Prodeter).
De acordo com o produtor João Martins, que preside o Sindicato dos Agricultores Familiares de Salgado, os custos de produção se tornaram desafiadores. Ele explica que o agricultor paga em média R$ 120 pelo saco de adubo, R$ 120 pela hora do trator e R$ 60 pela diária de um funcionário. “Como lucrar se a tonelada da mandioca sai a R$ 300? A produção está escassa, por isso temos esta solução para não perder as sementes. Além disso, a maioria despreza a água da mandioca, que poderia ser usada no combate a pragas e para alimentar animais”, comenta o agricultor.
Um dos articuladores do Reniva em Sergipe é o diretor da empresa de assistência técnica e extensão rural Proagi Projetos Agroindustriais, Etélio de Carvalho Prado. Segundo Etélio, o planejamento será bem-sucedido por meio da articulação entre prefeituras, produtores e parceiros como o Banco do Nordeste. “Estamos na fase de divulgação da iniciativa para conscientizar os produtores e fazer com que eles percebam a qualidade do resultado, que pode ser conquistado a médio prazo. Esperamos que, à medida que cada produtor seja informado, possamos ampliar a adesão ao projeto, que tem tudo para dar certo”, diz o diretor.
O projeto
Além de Sergipe, outros 10 estados são contemplados pelo Reniva: Bahia, Alagoas, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Minas Gerais, Tocantins e Pará. O plano visa a produção em larga escala de mudas de mandioca livres de doenças, resistentes à seca e com boa qualidade genética, com foco no pequeno produtor rural.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Banco do Nordeste
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