Sergipe segue como o 4º maior produtor de milho do Nordeste, diz IBGE

Em 2020, somente a produção de milho chegou a 69,6% de toda a área destinada ao plantio de lavouras temporárias. (Foto: Fernando Augusto)

Entre 2019 e 2020, a produção de milho em grão saltou de 687.221 toneladas para 904.506 toneladas, o que representa um aumento de 31,6%. Apesar de ser o menor estado do país, em 2020, Sergipe segue como o 4º maior produtor do Nordeste, atrás de Bahia, Piauí e Maranhão.

Com um total de área plantada 152.103 hectares, em 2020, somente a produção de milho chegou a 69,6% de toda a área destinada ao plantio de lavouras temporárias (218.519 hectares). Em relação ao total de área plantada no estado (lavouras temporárias e permanentes), que ocupam 278.043 hectares, a produção de milho correspondeu a 54,7%. De acordo com Hellie Mansur, que é supervisora da PAM no estado, “a expansão da área destinada ao milho foi consequência da boa safra de 2019 e do preço favorável”. Já o aumento da produtividade foi em razão das condições climáticas e do nível tecnológico empregado”, explica.

Considerando todas as culturas da PAM, o valor da produção chegou a R$ 1,78 bilhão. Em termos nominais, esse é o maior valor da série histórica da PAM desde a implantação do Real, em 1994. Deste total, somente o milho corresponde a 52,6%, chegando a R$ 940,512 milhões em 2020. Entre 2019 e 2020, o valor de produção do milho teve um aumento de 65,5%. Sobre o valor da produção, Hellie aponta que “ além do aumento da produção, em
2020, o milho estava 26% mais caro do que em 2019. Por isso, estes são os fatores que afetaram o aumento do valor da produção”.

O município de Simão Dias foi responsável por 177.408 toneladas (19,6% da produção total), sendo o município com maior produção no estado em 2020. Esse resultado o coloca entre os 200 maiores produtores de milho em grão do Brasil, com a 104ª maior produção do país.

O município de Carira, que é o segundo maior produtor do grão no estado, variou sua produção de 138.600 toneladas em 2019 para 171.720 toneladas em 2020, um aumento de 23,8%. No ranqueamento nacional dos maiores produtores de milho do país, em 2019, Carira estava na 137ª posição, mas, em 2020, o município chegou a 109ª posição no ranking.

A produção em Frei Paulo, terceiro maior produtor, chegou a 104.940 toneladas, um aumento de 45,7% entre os anos. Juntos, Simão Dias, Carira e Frei Paulo responderam por 50,2% de toda a produção de milho no estado. Um destaque importante vai também para o município de Poço Verde, que em 2019 tinha uma produção de 18.360 toneladas e chegou a 57.720 toneladas em 2020.

Com isso, os 10 maiores produtores de milho em Sergipe foram: Simão Dias (177.408 t), Carira (171.720 t), Frei Paulo (104.940 t), Poço Verde (57.720 t), Nossa Senhora da Glória (48.450 t), Pinhão (36.000 t), Feira Nova (29.700 t), Nossa Senhora Aparecida (25.200 t) e Nossa Senhora das Dores (23.760 t). Em termos de área plantada ou destinada à colheita, além do milho, que respondeu por mais da metade da área das culturas pesquisadas pela PAM (54,7%), também tiveram destaque a cana-de-açúcar (13,8%), a laranja (11,2%) e o coco-da-baía (8,2%), dois
produtos de lavoura permanente, além da mandioca (3,9%).

Em relação à participação no valor da produção das principais culturas, além do milho, que respondeu por 52,6% do total, tiveram destaque a laranja (12%), a cana-de-açúcar (10,5%), o coco-da-baía (7,6%) e a batata-doce (3,36%). Vale ressaltar que Sergipe é o 6º maior produtor de batata doce do Brasil e o 2º maior do Nordeste, ficando atrás somente do Ceará. No estado, os maiores produtores de batata-doce são Itabaiana (23.750 t) e Moita Bonita (22.400 t). Produção de arroz tem aumento em 2020, mas ainda é menor na comparação com 10 anos.

Entre 2019 e 2020, a produção de arroz aumentou 21,1%, chegando a 34,1 toneladas. Em 2019, a lavoura temporária havia passado por uma queda de 11,2% em sua produção. Mesmo com este aumento, na comparação com 10 anos, a produção de arroz fica abaixo. (48.601 toneladas). Ainda assim, o arroz, em 2020, esteve entre os 10 produtos com maior valor de produção.

A lista completa, em ordem decrescente, contém: milho em grão, laranja, cana-de-açúcar, coco-da-baía, batata-doce, mandioca, arroz em casca, abacaxi, banana (cacho) e manga. Em 2020, de acordo com Mansur, o aumento da produção de arroz se deu “porque algumas áreas passaram a ter suas safras e o preço pago ao produtor foi um estímulo”. Sergipe tem três municípios entre os 200 maiores produtores nacionais de arroz. Ilha das Flores é o maior produtor do estado e ocupa a 132ª posição no ranqueamento nacional, com uma produção de 12.896 toneladas.

Inclusive, o município teve um aumento na produção, pois em 2019, o valor registrado foi de 10.430 toneladas. O município de Propriá, com 9.671 toneladas, aparece em 154º no ranking e Neópolis, com 7.914 toneladas, aparece na posição 175º. Vale ressaltar, que Propriá e Ilha das Flores avançaram no rankeamento. No caso do feijão, a produção segue em queda em 2020, chegando a 3.776 toneladas. Nota-se que a quantidade produzida permanece em patamares históricos bem baixos, com 2020 sendo o sétimo ano com menor produção de toda a série da pesquisa.

Um fator importante na diminuição de produção do feijão é a redução da área plantada do produto. Em 2020, foram apenas 5.810 hectares, o menor valor desde 1988, quando a variável de área plantada passou a ser incluída na PAM. Em 1995, foram 81.383 hectares, cerca de 14 vezes a mais.

Segundo Mansur, “em relação ao feijão, percebe-se uma falta de interesse por parte do produtor rural, que tem migrado para o plantio de milho. Isso se explica em parte pelo fato de o manejo do milho ser mais facilitado, além do preço do milho ser mais favorável ao produtor”, aponta. O maior produtor de feijão no estado é Poço Verde, com 800 toneladas em 2020, mas o município perdeu praticamente metade de sua produção, já que em 2019,
a produção foi de 1.440 toneladas. Laranja e coco-da-baía sofrem redução de área em 2020, mas laranja registra um leve aumento em sua produção

Entre as culturas permanentes, os principais produtos em Sergipe ainda são a laranja e o coco-da-baía. No caso do coco, o estado é o 3º maior produtor do Nordeste com 161.113 milhões de frutos, ficando atrás apenas do Ceará e Bahia. Além disso, Sergipe é o 4º maior produtor do país do fruto. Apesar da posição entre os nove estados do Nordeste e no país, o produto vem perdendo espaço na agricultura sergipana, pois em 2019, sua quantidade produzida foi 163.188 milhões de frutos. Ou seja, houve uma queda de produção em 2020. A cultura também teve uma perda de área plantada, variando de 24.112 hectares em 2019 para 22.964 hectares em 2020.

Para Hellie Mansur, “essa redução já era esperada porque temos muitos coqueirais antigos em Sergipe, com baixa produtividade, pouca viabilidade econômica e sem grandes investimentos. Existem apenas investimentos pontuais, de poucas áreas irrigadas e de produtividade maior”. Em Sergipe, as maiores produções do fruto estavam em Estância (37.455 milhões de frutos), Santa Luzia do Itanhy (21.450 milhões de frutos) e Neópolis (19.460 milhões de frutos). Os dois primeiros maiores produtores apresentaram redução da produção de 2019 a 2020. No caso da laranja, principal cultura permanente do estado, a quantidade produzida em 2020 apresentou um aumento de 3,7% e ficou com 378.422 toneladas. Com isso, Sergipe é o 6º maior produtor do país e o 2º maior do Nordeste, ficando atrás apenas da Bahia.

No estado, os 5 maiores produtores de laranja em 2020 foram: Cristinápolis (50.755 t), Itabaianinha (44.869 t), Lagarto (39.377 t), Umbaúba (39.336 toneladas) e Arauá (31.032 toneladas). Em relação ao aumento da produção de laranja em 2020, que vinha apresentando queda nos últimos anos, Hellie explica que “temos percebido uma
recuperação e revitalização dos pomares médios e de grandes produtores, o que levou a um aumento da produtividade no estado.”

Apesar da posição de destaque no Nordeste, a laranja está em um patamar significativamente abaixo dos recordes registrados na década de 1990: a produção ficou acima de 4 milhões de toneladas, por exemplo, em 1991, 1993, 1994 e 1997. Entre os cítricos, Sergipe também era o 2º maior produtor regional do limão, com uma produção de 14.411 toneladas, também atrás da Bahia, com 69.676 mil toneladas. Em 2020, a produção de limão em Sergipe esteve entre as 10 maiores do país.

Fonte: IBGE

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