Servidores da Justiça cruzam os braços nesta segunda, 24

Categoria não conseguiu passar do 6º andar (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Na próxima segunda-feira (24), os servidores do Tribunal de Justiça de Sergipe prometem paralisar as atividades mais uma vez, para exigir a abertura de negociação e respeito da gestão do TJSE.

Depois de um ano inteiro ignorando todas as reivindicações dos servidores e, por outro lado, aumentando funções de confiança e concedendo benefícios bastante controversos em favor da magistratura, o Presidente do TJSE, Des. Cláudio Dinart Déda, reuniu-se com os representantes do sindicato apenas uma vez. E nessa ocasião rejeitou os pleitos de valorização dos servidores e informou que aquele era o seu primeiro e único posicionamento.

O Presidente do TJSE não permitiu nenhum espaço para negociação sobre a contraproposta apresentada pela categoria, que consistem em: 1) congelamento imediato dos valores de todos os cargos em comissão; 2) concessão do percentual de 8% no Vencimento Base dos servidores efetivos; 3) isonomia definitiva entre os valores do Auxílio Alimentação pago aos servidores efetivos e magistrados; 4) e manter o aumento de 9,65% no Auxílio Saúde de todos os servidores e 12% para os acima de 60 anos.

A direção do sindicato avalia que o que houve não foi negociação, mas sim imposição.

Para confirmar o uso do poder para impor uma postura autoritária e tolher os interesses dos servidores, na sessão do Tribunal Pleno, ocorrida na última quarta-feira (19), a Presidência do TJSE empregou a força policial para impedir o acesso de cerca de cem servidores que pretendiam acompanhar a votação do reajuste salarial imposto unilateralmente pela gestão.

A proposta aprovada pela gestão do TJSE prevê um reajuste de apenas 6,5% para os servidores efetivos, em nome de elevar, ainda mais, os valores dos seus altos cargos em comissão, que já recebem salários de até R$ 16 mil e são os mais caros que se conhecem em Sergipe e uns dos maiores do Brasil.

Essa postura vai na contramão das preocupações já levantadas pelos servidores efetivos, através do sindicato, há cerca de quatro anos. Nas campanhas salariais de 2011, 2012, 2013 e 2014, os servidores efetivos alertaram sobre a irresponsabilidade da gestão em continuar aumentando os valores dos cargos em comissão e constaram na sua pauta de reivindicações a necessidade de se reformar a estrutura administrativa do órgão e reduzir os gastos com CCs, FCs e incorporações.

Em momentos de supostas 'crises' é nos gastos com comissionados que devem ser feitas as primeiras reduções. Mas pela proposta de reajuste da Presidência do TJSE, os servidores efetivos terão acréscimos no vencimento base entre R$ 98 e R$ 262, enquanto cargos em comissão terão aumentos até a ninharia de R$ 964,30.

A medida equivocada já está sendo reconhecida por outros órgãos do estado, a exemplo do Executivo, que se prepara para cortar gastos com cargos em comissão. Enquanto o TJSE continua condescendente, jorrando dinheiro para os altos cargos em comissão, os salários mais baixos do Judiciário brasileiro continuam sendo uma realidade nos contracheques de todos os servidores efetivos.

Como se não bastasse o enredo de condutas desregradas da Presidência do TJSE, que impede a valorização dos servidores efetivos e patrocina a farra dos cargos indicados politicamente, recentemente ainda aumentou o auxílio moradia dos juízes para imorais R$ 4.377,73, valor este que supera os salários dos Analistas Judiciários e representa quase o dobro dos salários dos Técnicos Judiciários.

Diante dessa falta de respeito com a valorização dos servidores efetivos e com a utilização do dinheiro público, a Assembleia Geral dos servidores do TJSE decidiu que o momento exige que os servidores cruzem os braços mais uma vez, para exigirem uma negociação e, antes de tudo, respeito aos efetivos.

Cumprindo a tradição, a concentração da greve será no maior fórum do estado, o Fórum Gumersindo Bessa, a partir das 7 horas da próxima segunda-feira. No final do dia os servidores avaliarão o primeiro dia de paralisação e decidirão democraticamente a continuidade do movimento e as próximas táticas.

Fonte: Ascom Sindijus

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