Servidores exibem ‘mamatômetro’ com gastos do TJSE

Placar eletrônico exibe gastos do TJ/SE  (Fotos: Portal Infonet)

O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Sergipe levou ao calçadão da João Pessoa, no centro de Aracaju, o “mamatômetro”, placar eletrônico através do qual são exibidos os gastos do Tribunal de Justiça do estado. Já é a quarta vez que o Sindijus promove a ação e o objetivo é mostrar para a sociedade valores ainda desconhecidos e que, segundo o sindicato, são privilégios de poucos na categoria.

De acordo com o sindicato, um dos aspectos bastante discutido entre os servidores é em relação ao fato de que aqueles que possuem cargos comissionados recebem salários quase mil por cento maiores que os concursados. As informações são de que cerca de 140 salários do TJSE estão acima do teto constitucional estabelecido, que atualmente é de quase 30 mil reais.

Gilvan: "Os gastos vêm aumentando cada vez mais" 

Para o coordenador da secretaria geral do sindicato Gilvan Santos, esses benefícios são prejuízo para a previdência. “Incorporações em razão do exercício de cargos de comissão em função de confiança são mais um prejuízo atribuído à categoria”, diz Gilvan. “Existem cargos de comissão com salário de 16 mil reais. Isso é seis ou sete vezes o salário de um trabalhador do judiciário que entrou com concurso”, completa o coordenador.

“O que a gente vê é que, a cada ano, apesar de todas as denúncias, os gastos vêm aumentando cada vez mais. Quando começamos a pesquisar, o Tribunal gastava em torno de 600 mil/mês em incorporações. Hoje, o valor passa 1 milhão”, explica o coordenador

O placar exibe também os gastos do TJ com auxílio-moradia para juízes 

Outro aspecto que é peça chave no debate deste ano do Sindijus é o auxílio-moradia recebido pelos magistrados. De acordo com Gilvan Santos, o sindicato esteve no ano de 2014 em campanha para aumento salarial, o qual não recebeu retorno positivo. Em meio a esses pedidos, o auxílio-moradia para magistrados foi criado no valor de R$ 4.377, 73.

“Eles disseram que não tinham dinheiro para os servidores. Enquanto isso, recebem sete vezes um salário mínimo de auxílio. Nem estou falando de salário, isso é apenas o benefício que eles recebem e olha que a média salarial deles está na casa dos 20 mil reais”, aponta Gilvan.

Para Gilvan, a ideia é deixar a sociedade ciente de como o poder judiciário funciona. “O Judiciário é um poder muito fechado, a sociedade ainda não conhece como as coisas funcionam. Queremos esse debate para que saibam como estão esses gastos: dinheiro tem, mas está sendo mal gerido”, acusa o coordenador.

TJSE

A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Sergipe informou que o TJ não paga nenhum salário acima do teto constitucional e que todos os valores salariais estão disponíveis no portal de transparência, onde qualquer pessoa pode ter acesso.

Sobre o auxílio-moradia, a assessoria explica que esta é uma questão judicializada que obedece a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Por Helena Sader e Verlane Estácio

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