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Paes Landim: falta projetos sergipanos (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet) |
Está sobrando dinheiro para investimentos em projetos estruturantes nas áreas da indústria, agrícola e também no setor de serviços para a iniciativa privada que atua em Sergipe. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) está disponibilizando algo em torno de R$ 12 bilhões neste ano para empreendedores nordestinos, com uma fatia considerável para as empresas sergipanas.
O anúncio é do próprio superintendente do órgão, Luiz Gonzaga Paes Landim, que esteve em Aracaju nesta segunda-feira, 13, participando da solenidade de assinatura de autorização para instalação da refinaria de petróleo no município de Carmópolis, ocorrida no final da manhã desta segunda-feira, 13, no Palácio de Despachos.
O superintendente adverte que, no mínimo, a Sudene disponibilizará para Sergipe algo em torno de 4,5% do montante total a ser liberado para a região. “Isto, no mínimo, mas poderá ser maior. Se eles apresentarem 10% ou 20% que será liberado”, observou o superintendente.
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Landim discursa em favor do Nordeste |
“Infelizmente, o maior orçamento da Sudene é voltado para o setor privado, então é preciso que as forças produtivas dos empresários procurem a Sudene porque a Sudene não tem mais orçamento para construir estradas ou produzir energia, só tem orçamento para investir em projetos estruturantes, seja no setor industrial, agrícola ou no setor de serviços”, enalteceu o superintendente do órgão.
A boa notícia, segundo o superintendente, é que os recursos disponíveis para estes investimentos não mais dependem do espaço fiscal. “Não estão sujeito a contingenciamento. Se uma empresa apresentar um projeto para executá-lo em quatro anos, pode contar como certo porque o dinheiro sai na data certa”, garante Paes Landim. O ideal, portanto, é que os empreendedores se dediquem a identificar as melhores oportunidades de negócios. “O empresário deve localizar, viabilizar e identificar os melhores investimentos e apresentar uma carta consulta à Sudene”, destacou.
Atualmente, a lacuna está sendo preenchida pelos Estados da Bahia, Pernambuco e Ceará. “O que está acontecendo ao longo dos anos é que a Bahia leva 30%, Pernambuco 25% e Ceará 22% e o resto fica para o resto”, observou. Havendo apresentação de projetos, há grande probabilidade de Sergipe abocanhar uma fatia expressiva dos investimentos disponíveis pela Sudene.
DNA do Nordeste no BNDES
Paes Landim lamenta que a região Nordeste permaneça esquecida e adverte que o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) permanece concentrando incentivos no centro-sul. “O BNDES recebeu R$ 400 bilhões do tesouro nacional e, destes, apenas 10% foram aplicados no Nordeste. Precisa-se colocar o DNA do Nordeste no BNDES”, observou. A região permanece esquecida, na ótica de Paes Landim, porque “o Nordeste não está sentando na mesa das grandes negociações”. A Sudene, segundo Landim, está excluída do planejamento nacional.
O superintendente entende que a Sudene deve sair do patamar de autarquia para ser órgão subordinado diretamente à Presidência da República. Enquanto autarquia, na ótica do superintendente, a Sudene permanecerá “fazendo pouco do muito que precisa ser feito” para desenvolver a região Nordeste.
Por Cássia Santana